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IE - GIFA - Artigos em Revistas Nacionais

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  • Como ser um bom aluno? Dos modelos de escola aos pontos de vista das crianças
    Publication . Melo, Benedita Portugal; Diogo, Ana Matias; Ferreira, Manuela
    A apologia da performatividade e da excelência, resultante dos novos modos de regulação dos sistemas educativos, parece estar a penetrar em todos os níveis de escolaridade. Centrado na análise do ofício de aluno do 1.º ciclo, e tendo por base a hipótese de que estará em curso uma reconfiguração do modelo da escola primária assente na performatividade-competitividade, este texto analisa as perspetivas que crianças, oriundas de contextos geográficos, escolares e socioeconómicos distintos, possuem sobre o que é ser um bom aluno. A pesquisa teve por base a análise de conteúdo de entrevistas semidiretivas realizadas a 61 crianças do 3.º ano de escolaridade, em 2017/18. Os pontos de vista das crianças evidenciam duas dimensões essenciais das práticas escolares: a dimensão do poder e a dimensão cognitiva. As suas referências à ordem escolar deixam perceber como a estrutura do modelo de escola tradicional-industrial subsiste na atualidade. No entanto, é a componente das aprendizagens a que é mais valorizada nos seus discursos. As condições por elas enunciadas para participarem nos processos de aprendizagem dão conta de dois tipos de conceções sobre a excelência escolar. Uma primeira que enaltece os dons individuais, nomeadamente a inteligência, presente sobretudo entre as crianças com uma proveniência social menos escolarizada e menor desempenho escolar. Uma segunda conceção, próxima do modelo escolar performativo-competitivo, surge ancorada no trabalho, esforço, dedicação e superação individual, e está sobretudo presente nas crianças oriundas de famílias mais escolarizadas, com muito bom aproveitamento escolar. A pesquisa teve por base a análise de conteúdo de entrevistas semi-diretivas, realizadas a 61 crianças do 3º ano de escolaridade, em 2017/18. Os pontos de vista das crianças evidenciam duas dimensões essenciais das práticas escolares, a dimensão do poder e a dimensão cognitiva. As suas referências à ordem escolar deixam perceber como a estrutura do modelo de escola tradicional-industrial subsiste na actualidade. No entanto, é a componente das aprendizagens a que é mais valorizada nos seus discursos. As condições por elas enunciadas para participarem nos processos de aprendizagem dão conta de dois tipos de concepções sobre a excelência escolar. Uma primeira que enaltece os dons individuais, nomeadamente a inteligência, presente sobretudo entre as crianças com uma proveniência social menos escolarizada e menor desempenho escolar. Uma segunda conceção, próxima do modelo escolar performativo-competitivo, surge ancorada no trabalho, esforço, dedicação e superação individual, e está sobretudo presente nas crianças oriundas de famílias mais escolarizadas, com muito bom aproveitamento escolar.
  • Investigação biográfica com adultos não escolarizados
    Publication . Cavaco, Carmen
    O texto visa analisar a relação entre o investigador e os sujeitos participantes, no âmbito de uma investigação biográfica, centrada no processo de formação de adultos não escolarizados. A investigação consistiu na realização de entrevistas biográficas, com oito adultos não escolarizados, em Portugal. Partiu-se do pressuposto de que os adultos não escolarizados têm saberes, adquiridos ao longo da vida, através da experiência, que podem ser explicitados e socializados, com a entrevista biográfica. A investigação permitiu compreender a importância da formação experiencial na vida dos adultos não escolarizados e do uso da entrevista biográfica para aceder aos seus percursos de vida e saberes. A relação gerada no momento da entrevista biográfica revelou-se específica e complexa, colocando a investigadora face a dificuldades e a desafios. Verificou-se que a tomada de consciência da especificidade e da complexidade da relação investigador-sujeitos participantes na entrevista biográfica são essenciais para o investigador superar as dificuldades e os desafios, assim como para assegurar a coconstrução do conhecimento científico, a partir de relações humanas significativas. Os elementos apresentados revelam a dimensão formativa da investigação biográfica para a investigadora.
  • A relação entre o investigador e sujeito-participante na investigação biográfica em educação
    Publication . Cavaco, Carmen; Dizerbo, Anne
    La recherche biographique en éducation part du présupposé que la biographisation est un processus essentiel par lequel un individu donne forme et sens à son existence, interprète ses expériences et fait de sa vie une histoire qui lui donne une cohésion identitaire. Ce processus a donc un rôle fondamental dans l'élaboration de l'expérience, dans la construction de soi, dans sa formation, et dans la construction de son pouvoir d'agir. Ces éléments mettent en évidence la place centrale de l'activité biographique dans vie des personnes, d’où l’importance de la recherche biographique qui permet d’appréhender les processus de construction identitaire et de formation d’individus en constante transformation dans une société en mouvement qui fait émerger de nouvelles problématiques. La spécificité des modalités et des finalités des entretiens dans la recherche biographique, qui s’inscrivent dans un processus dialogique, invite à penser la relation qu’il induit entre les chercheurs et les personnes-sujets. Dans ce dossier thématique nous essaierons d'analyser et de problématiser cette relation en l’inscrivant dans trois dimensions interdépendantes : 1) la dimension éthique et déontologique qui, impliquant le sujet dans la recherche, exige la construction d'une relation d'information et de négociation, d'empathie, de confiance, d'honnêteté, de respect, de reconnaissance et de valorisation de l'autre dans sa singularité; 2) la dimension hétérobiographique, qui inscrit les échanges dans une interaction sociale entre, d'un côté, la personne-sujet « en position d'enquêteur de lui-même » et, de l’autre côté, « le chercheur dont l´objet propre est de créer les conditions et de comprendre le travail de l'enquêté sur lui-même » (Delory-Momberger, 2014, p. 79). La personne-sujet et le chercheur se questionnent réciproquement, ce qui fait de la recherche un espace-temps de formation construit dans la relation et dans la co-construction ; 3) la dimension d´engagement social, dans la mesure où les récits produits pendant les entretiens sont très étroitement liés à l'action des sujets, à laquelle ils donnent forme et sens, et permettent en même temps leur subjectivation. En ce sens, les entretiens constituent un potentiel transformateur et émancipateur des personnes-sujets, mais aussi du chercheur. L'analyse et la problématisation de ces trois dimensions viendra contribuer à l’approfondissement de la réflexion méthodologique menée par les chercheurs s’inscrivant dans le champ de la recherche biographique et mettre en évidence ses potentialités en termes de développement du pouvoir d’agir des sujets et de leur capacité à engager des changements sociaux. Le numéro thématique est composé par six textes rendant compte de recherches biographiques réalisées au Portugal, en France et au Brésil. Les textes concernent des recherches portant sur des objets d´étude différente, auprès d'enfants, de jeunes ou d'adultes. Ces recherches sont centrées sur l´expérience des sujets-participants, notamment, l'expérience scolaire d'élèves inscrits dans un collège de zone d'éducation prioritaire; les trajectoires biographiques de jeunes, anciens décrocheurs en situation de raccrochage scolaire; l'expérience de vie des jeunes et adultes à l'université; l'expérience de vie et le processus de formation d'adultes analphabètes, l'expérience professionnelle de formateurs des adultes et de professionnels de santé. Les textes contribuent à une réflexion sur la dimension relationnelle de la recherche biographique en éducation, les enjeux éthiques et déontologiques qui lui sont inhérents, ainsi que la compréhension et la promotion du pouvoir d'agir des sujets participants.
  • Ocupações da educação de adultos e desafios à profissionalização: tarefas e atividades desenvolvidas em contexto de trabalho
    Publication . Guimarães, Paula
    Este artigo discute as tarefas e atividades profissionais daqueles que trabalham nos centros de educação de adultos no quadro de ofertas de educação e formação básica, como o Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências. A discussão é efetuada a partir da proposta de clusters de atividades de Research voor Beleid (2010), destacando-se a influência do trabalho destes agentes nas aprendizagens experienciais que desenvolvem, no que se traduz no peso do currículo oculto que os centros de educação de adultos, enquanto contextos de trabalho, representam para estes agentes. As considerações finais deste artigo destacam a frágil emergência de um processo de profissionalização de certas ocupações da educação de adultos.
  • Os educadores de adultos no quadro de uma nova política pública de educação e formação de adultos em Portugal
    Publication . Guimarães, Paula; Barros, Rosanna
    Neste artigo analisa-se a nova política pública de educação e formação de adultos adotada em Portugal após 1999 e alguns desafios com os quais os educadores de adultos envolvidos em ofertas de educação de base, como os Cursos de Educação e Formação de Adultos e o Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, se confrontaram. O artigo inclui a análise de dados empíricos recolhidos no âmbito de dois projetos de investigação de cariz qualitativo. As considerações finais destacam desafios relacionados com a complexidade do trabalho pedagógico, bem como outros ligados a finalidades da política educativa.
  • Das margens para um lugar de maior destaque: ambiguidades na estratégia política da União Europeia para a educação de adultos
    Publication . Guimarães, Paula
    A intervenção das organizações internacionais na educação, como a UNESCO e a OCDE, aconteceu sobretudo depois da II Guerra Mundial. No caso da União Europeia, essa intervenção fez-se inicialmente através da promoção da formação profissional, sendo de registar orientações para a aprendizagem ao longo da vida, que incluem outras propostas para além do desenvolvimento da formação profissional, a partir de meados dos anos de 1990. Neste contexto, a formação, a educação e a aprendizagem ganharam um maior destaque nas duas últimas décadas.
  • O terceiro setor na educação de adultos: tensões e ambivalência
    Publication . Guimarães, Paula
    O terceiro setor tem ocupado um lugar importante na promoção da educação de adultos e na mudança social em comunidades locais que se encontram cada vez mais excluídas de processos hegemónicos de desenvolvimento económico. Todavia, muitas organizações têm adotado estratégias de mediação entre o Estado e as comunidades locais, no âmbito de parcerias, e passaram a partilhar com as empresas algumas características que põem em causa a sua autonomia e a sua capacidade de desenvolver projetos educativos de carácter crítico e emancipatório. Este artigo procura debruçarse sobre as transformações ocorridas no terceiro setor com intervenção na educação de adultos, a partir de dados recolhidos no quadro de um projeto de investigação que privilegiou o estudo de caso da política pública de educação e formação de adultos adotada após 1999 e implementada por uma associação de desenvolvimento local.
  • Traços da retórica produzida sobre o “efeito de escola”: análise exploratória da opinião difundida na imprensa escrita e das representações dos professores do ensino secundário
    Publication . Melo, M Benedita Portugal E
    Tendo como objectivo explorar a contradição patente entre os argumentos dos defensores dos rankings escolares e os que subsistem na comunidade científica a propósito do “efeito de escola” analisa-se, neste artigo, o modo como o jornal Público, ao longo dos anos 2001, 2002 e 2003, construiu e impôs uma determinada visão do sistema de ensino público português ao tematizar as questões referentes à avaliação escolar. Confrontam-se ainda estas perspectivas com as opiniões dos professores do ensino secundário que leccionam o 12º ano de escolaridade. Através dos dados obtidos a um inquérito por questionário aplicado a docentes que leccionam em seis estabelecimentos que se situam em distintas regiões do País, representativas das desigualdades demográficas, sociais, económicas, geográficas e escolares nacionais, identificam-se os factores que os professores consideram ser mais importantes para explicar os resultados escolares dos estudantes. Para além disso, procura-se verificar se os contextos locais e organizacionais em que os docentes exercem a sua profissão tendem a interferir nas suas opiniões, isto é, se se observa um “efeito de estabelecimento de ensino” nas representações que constroem a respeito dos factores que interferem no (in)sucesso escolar dos alunos.