IE - GIHE - Artigos em Revistas Internacionais
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Recent Submissions
- Viajar, conhecer e comparar: Ricardo Rosa y Alberty e o curso de Pedagogia Montessori (Barcelona, 1916)Publication . Silva, Carlos Manique da; Vilhena, CarlaO presente trabalho tem como objetivo contribuir para a compreensão do discurso pedagógico sobre a infância que circulou em Portugal nas primeiras décadas do século XX, designadamente a receção de novas abordagens pedagógicas. Tendo em conta a importância dos materiais impressos para a circulação e estruturação do conhecimento pedagógico, partiu-se da análise de um relatório produzido por Ricardo Rosa y Alberty, professor do ensino primário que frequentou, em Barcelona, no ano de 1916, o Curso Internacional de Pedagogia Montessori. A análise do relatório foi complementada com a referência a outros textos produzidos pelo mesmo autor, que tinham em comum o facto de se centrarem no pensamento pedagógico de Maria Montessori. Neste estudo optou-se por uma abordagem qualitativa, tendo-se procedido a uma análise de conteúdo dos textos. Os resultados obtidos permitiram compreender que o conhecimento pedagógico veiculado nos cursos montessorianos foi reinterpretado pelo autor, acabando por perder alguma “integridade”. Por um lado, há princípios do método que Alberty valoriza e abraça (o conhecimento transferido mantém-se, em boa medida, imutável); por outro lado, afasta-se de alguns dos processos de ensino adotados no ensino elementar, por considerar que estes não são coerentes com a proposta do método (dirigida, fundamentalmente, a crianças em idade pré-escolar). Destaca-se a relevância dos escritos de Alberty para a compreensão da difusão da pedagogia científica em Portugal, em geral, e da pedagogia montessoriana, em particular.
- Escola Primária Superior Dr. Teixeira de Queiroz Arcos de Valdevez 1920 RelatórioPublication . Silva, Carlos Manique daIdentificam-se as linhas de força do Relatório da Escola Primária Superior Dr. Teixeira de Queiroz, relativo ao ano letivo de 1919/1920. Trata-se de um documento manuscrito, com 12 folhas, datado de 15 de setembro de 1920 e assinado pelo diretor da Escola, Álvaro de Brito e Rocha de Aguiam. O Relatório que agora se divulga ilustra o esforço político republicano no sentido de desenvolver uma escolarização prolongada – a par, de resto, do que se fazia em outros países da Europa. Ora, essa ousadia pedagógica passa pela tentativa de associar uma formação geral a uma preparação de caráter técnico adequada às necessidades concelhias. Todavia, o potencial de atração do ensino primário superior acaba, em boa medida, por não se concretizar, uma vez que a maioria das escolas não chegou a implementar secções técnicas.
- Livro escolar – adaptação e tradução no Portugal de Oitocentos: do ‘aprender pelo livro’ ao ‘mestre-livro’Publication . Magalhães, JustinoO livro está na base da cultura escolar. Ordena o conhecimento e a acção pedagógico-didáctica. É razão, representação e memória do educacional escolar. Na produção, na tradução e adaptação, na circulação e formas de acesso, na utilização e na apropriação, o livro escolar tem características distintivas do livro em geral. No decurso do século XVIII, enquadradas pela Ilustração e pela Revolução Ocidental, surgiram recomendações e orientações sobre o que deveria ser um livro escolar. Associado a novas práticas leitoras –aprender pelo livro e mestre-livro, o livro escolar foi ganhando configuração, autoria e propriedade editorial. Para final de Oitocentos, conjuntamente com o periódico e beneficiado de melhorias tipográficas, o livro escolar tornou-se um meio de aculturação de massas. Neste estudo, far-se-á referência a aspectos comuns e transversais, e a aspectos específicos do livro escolar, designadamente na composição, na disciplina leitora, no discurso, na autoria, na tradução, na adaptação, na circulação.
- Alexandre Luís da Cunha. Um Professor Liberal no Mundo Atlântico (primeira metade do século XIX)Publication . Silva, Carlos Manique DaEste artigo procura narrar a história de vida de uma personalidade-Alexandre Luís da Cunha (1803-1852)-que nasceu, viveu e faleceu no Funchal (ilha da Madeira, Por-tugal), mas que, por razões várias, nomeadamente, profissionais e políticas (por duas vezes se encontrou na situação de exilado liberal), circulou no mundo atlântico. A sua atividade profissional foi muito intensa e diversificada, embora se tivesse identificado, sobretudo, com a docência. No texto procura-se elucidar os aspetos mais marcantes da vida pessoal e pro-fissional de Alexandre Luís da Cunha, enfatizando a sua condição de liberal, manifestada na luta pela liberdade de expressão e pelos valores da tolerância.
- Escola em meio rural e medidas de concentração escolar: o caso da zona geográfica do Pinhal Interior Sul, Portugal (início do século XXI)Publication . Silva, Carlos Manique DaO artigo procura analisar o impacto que o encerramento de escolas unitárias e as medidas de concentração associadas (construção de centros escolares) tiveram numa zona geográfica de Portugal Continental – o Pinhal Interior Sul (PIS), território de baixa densidade e rural –, no início do século XXI. O objetivo, mobilizando um conjunto de fontes estatísticas (demográficas e educacionais) e, também, recorrendo às cartas educativas dos municípios, foi o de perceber se esse processo obedeceu a razões sociais, económicas e pedagógicas fundadas na ideia de desenvolvimento rural numa perspetiva integrada. No fundo, que visão de desenvolvimento foi difundida? Aquilo que se conclui é que não só não se inverteu o recuo do mundo rural (intensificou-se, aliás) como a tipologia centro escolar parece não ter aumentado a capacidade pedagógica das escolas.
- A Nova Floresta: um olhar sobre o jornal dos estudantes de uma escola católica portuguesa: o Colégio Manuel BernardesPublication . Pintassilgo, JoaquimO artigo analisa o jornal A Nova Floresta, órgão dos alunos do Colégio Manuel Bernardes, uma escola privada de inspiração católica fundada em 1935. O jornal iniciou a sua publicação em 1938. É aqui trabalhado o período correspondente os anos 30 a 50 do século XX. Refletir-se-á sobre esta experiência de self-government desenvolvida num contexto conservador e autoritário, o Estado Novo português; sobre os pontos de contacto entre a instituição e a ideologia do regime; e sobre a apropriação que a pedagogia católica vigente no Colégio fez das teses da Educação Nova.
- Die Einfuhrung von Klassenstufen und der herausfordernde Umgang mit Heterogenitat – Die Stadt Lissabon in den 1880ernPublication . Silva, Carlos Manique DaThe emergence of a graded primary school system posited the group and not the individual as the focus of the work in schools. However, the ideal of homogeneous school classes revealed, the gap between the abstract model of the division of schools into classes and the difficulty of managing the heterogeneity of schoolchildren. The belief in a rational organization of schooling embodied in class teaching and the context of an intended expansion of school attendance promoted the development of graded schools with many classes. Yet the new system did not always work as intended. This, however, led to reforms rather than to the rejection of the new model of graded schools. The analy- sis of the school policies of the city of Lisbon and the active engagement of local school councils shows that different attempts to reorganize school classes and to streamline the advancement of the pupils in order to guarantee the homogeneity of school classes met with only little success. It was only in this context that the question of age for grouping chil- dren in school classes may have gained traction.
- Literatura e Ensino em PortugalPublication . Magalhães, JustinoA aculturação escrita está associada ao desenvolvimento da sociedade moderna e da sociedade contemporânea. O ensino da literatura deu conteúdo e significado à aprendizagem das línguas maternas, como meio de aculturação, comunicação, humanização e como base para a formação das nações e para a criação estética. No quadro da transversalidade iluminista e no contexto das singularidades nacionais fomentadas com o liberalismo e o romantismo, o ideal de nação tornou-se matéria de educação, dando substância e sentido ao currículo escolar. Neste texto, após esboçar alguns aspectos teóricos, procura-se fundamentar e sistematizar as principais linhas histórico-literárias e pedagógicas da constituição do currículo literário, em Portugal. Insiste-se na centralidade do ensino de literatura na educação escolar, nomeadamente a partir do Curso Literário de Adolfo Coelho e do estatuto de Os Lusíadas como epopeia e meta-educação patriótica e humanista.
- Constituição da infância na sociedade ocidentalPublication . Magalhães, Violante F.; Magalhães, JustinoA Infância na História veio a constituir-se, como tema e objecto epistémico, desde inícios do período moderno, ainda que a História da Infância, como conhecimento e narrativa, seja mais recente. A constituição histórica da Infância inclui distintos modos de representar e de significar, assinalando tempos de convergência e tempos de divergência ou mesmo contradições e rupturas. Na religião, na civilidade, na arte, na literatura, na pedagogia, a Infância resulta de uma constelação, que congrega dimensões demográficas, económicas, afectivas, socioculturais. A Infância teve infâncias que se traduzem em novos espaços, novas manifestações de afectividade e de relação nos quadros públicos, privado e doméstico, e a que foram sendo destinados espaços, tempos e meios de ser ensinada e de aprender. A Infância emergiu e foi constituída como campo de ciência e de educação. De motivo e tema, a Infância e particularmente a criança tornaram-se objecto de investigação, cruzando diferentes domínios científicos, e designadamente a psicologia, a medicina, a pediatria, a pedagogia e mais recentemente a sociologia e a história. A escola surgiu como lugar e tempo da infância. Desde o século XVIII, a historiografia regista aspectos estruturais de duração longa e conjunturas onde a evolução sofreu acelerações e rupturas. A Infância congrega e representa crianças, consignando homogeneidade e admitindo a diversidade e a especificidade. Assim, a escola surgiu como lugar e tempo da infância, mas não foi cumprida de modo uniforme. Neste artigo procurar-se-á problematizar, documentar e entender a Infância como conceito e como categoria epistémica, com um passado recente, mas nem por isso, isento de controvérsia, denso, cumulativo, muito particularmente no Mundo Ocidental. Tomando como principal referência a Europa, dar-se-á particular atenção aos aspectos de natureza conceptual e à sistematização das principais linhas histórico-pedagógicas de constituição da Infância. No fundamental, o método utilizado é o historiográfico, combinando diacronia e sincronia e recorrendo a um exercício hermenêutico dos principais textos e teses sobre o tema. É, no entanto, uma abordagem aberta à interdisciplinaridade que procura abranger a constelação de vectores de natureza substantiva, teórica e metodológica, constitutivos da Infância na Sociedade Ocidental.
- Municípios e EducaçãoPublication . Magalhães, JustinoNo decurso do período moderno e com maior incidência no período contemporâneo, na sequência das revoluções liberais e republicanas e no quadro dos regimes democráticos actuais, os municípios constituíram e constituem instância de representação e desenvolvimento. São formados por população, território, poder administrativo e capacidade económico-financeira. Comportam poder de decisão. No campo da educação, são instâncias com legitimidade meta-educativa, nomeadamente em matéria de costumes, cidadania, consulta e decisão, oferta escolar. São constitutivos da memória colectiva e de identidade social e individual. Este Dossier temático da Revista Sarmiento incide sobre Municípios e Educação, numa perspectiva histórico-pedagógica, transversal a diferentes países, mas centrada no município, associado aos planos local e regional. Nasce deste olhar uma universalidade proporcionada pelos Estados-Nação na construção do Ocidente Escolar. Mas a observação focada nos locais e nas regiões, representados pelos municípios em Portugal, Brasil, Espanha revela sensibilidades próprias.
