IE - GICFP - Comunicações e Conferências
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- Bibliotecas para formação de professores em Portugal (1930-1970)Publication . Mogarro, M. J.Neste trabalho analisa-se a composição dos acervos de bibliotecas pedagógicas, constituídas para uso de docentes e alunos das escolas de formação de professores, avaliando-se a extensão e significado que a presença de autores brasileiros e de traduções publicadas no Brasil assumem no contexto destas bibliotecas. Deste modo, ampliamos o universo de um estudo anterior e damos continuidade a uma linha de investigação que se insere na problemática da produção, circulação e apropriação de modelos culturais, tendo como referência teórica a proposta da História Cultural que, na linha de Chartier, considera os livros e demais materiais impressos como objectos culturais, na dupla perspectiva da sua materialidade e da função de dispositivos que asseguram a difusão dos saberes pedagógicos. A análise incide fundamentalmente sobre uma biblioteca oficial, criada pelo Estado Novo no início dos anos trinta – a Biblioteca Museu do Ensino Primário. Instalada na escola de formação de professores de Lisboa, foi dirigida nos primeiros anos por um dos mais representativos pedagogos da Educação Nova, Adolfo Lima, colocando-se algumas questões de partida: Até que ponto o pensamento do seu primeiro director influenciou a composição desta biblioteca? Como se articularam, no seu fundo, os saberes pedagógicos próprios da Educação Nova com as obras oficiais do regime sobre questões educativas? Que outros modelos pedagógicos estiveram representados no acervo? Materialmente, que documentos (livros e outros) veicularam estes diferentes saberes? Como está representada a produção brasileira (autores, traduções, editoras) nesta biblioteca e que significado assume a sua presença? Que papel desempenhou esta produção na formação dos professores portugueses? O estudo do acervo desta biblioteca, completado com o conhecimento relativo à composição de outras bibliotecas de escolas de formação de professores, permite-nos: 1) contribuir para o estabelecimento de uma cartografia dos circuitos internacionais em que se difundiram modelos pedagógicos e culturais; 2) neste contexto, definir a posição de Portugal nos períodos cronológicos considerados; 3) compreender a importância da circulação internacional de obras brasileiras e o papel que estas desempenharam na formação de professores, em Portugal; 4) inscrever a maioria das obras brasileiras existentes no nosso país na corrente católica da Educação Nova, portadora de uma leitura adaptável ao regime político vigente. Esta comunicação decorre da pesquisa que realizamos no âmbito de um projecto mais amplo, intitulado A História da escola em Portugal e no Brasil: produção, circulação e apropriação de modelos culturais, ao abrigo do convénio CAPES/GRICES. É um projecto de cooperação internacional, que integra uma equipa de investigadores portugueses e brasileiros das Universidades de Lisboa e de S. Paulo, sob a coordenação dos Professores Joaquim Pintassilgo (equipa portuguesa) e Marta Chagas de Carvalho (equipa brasileira).
- História da Educação e formação de professores em Portugal (1862-1930)Publication . Mogarro, M. J.Na segunda metade do século XIX e nas décadas iniciais do século XX assistiu-se, em Portugal, a uma actividade cultural intensa, marcada significativamente pelas questões educativas e pela necessidade de formação da população portuguesa. A crença ilimitada nas potencialidades da escola, como factor gerador de progresso e desenvolvimento, tinha a sua âncora no referencial positivista e cientista em voga e aspirava à formação de cidadãos mais cultos, conscientes e lucidamente participativos na vida social e política. Os debates educativos foram marcados pelo combate ao analfabetismo, à ignorância aos preconceitos decorrentes da sujeição teológica das almas. A regeneração económica e social conduziria a uma sociedade nova e devia ser construída por homens novos, para seguir a retórica republicana, ocupando a sua formação e educação o centro dos discursos políticos que projectavam o futuro do país. Neste sentido, a formação de professores para o ensino primário ganhou uma importância crescente, traduzindo-se nas várias reformas do ensino normal, entre 1862 e 1930, assim como na evolução dos currículos. O nosso objectivo é compreender o papel que a História da Educação desempenhou na consolidação do sistema de formação de professores e na prossecução das finalidades que este se propunha alcançar. Presentes nos programas e contemplados nos manuais pedagógicos usados nas escolas normais, os conteúdos históricos sobre a educação começaram por constituir algumas rubricas nos programas e nos primeiros manuais de pedagogia, evoluindo gradualmente para uma autonomização disciplinar. Em 1919, a História da Educação é consagrada como componente curricular própria, com duas cadeiras (Pedagogia Geral e História da Educação e História da Instrução Popular em Portugal), atingindo uma importância significativa nas escolas de formação de professores nos anos vinte do século passado. O nosso corpus documental é constituído pelos manuais de pedagogia e história da educação publicados neste período. A análise dos tópicos de história da educação que os primeiros destes manuais (Cirne, 1881; Afreixo, 1883; Coelho, 1894, 1903 e outros) apresentam, revela-nos a importância que temas como as ideias pedagógicas, a vida dos “grandes educadores” e as realidades educativas (fundamentalmente, as reformas legislativas nacionais) tinham na formação de professores. A presença destes temas na imprensa de educação e ensino evidencia também a pertinência da reflexão desenvolvida no âmbito do ensino normal (Nóvoa, 1993, 1994). Na transição do século, o ensino da História da Educação apresentou uma visão progressista, em que o desenvolvimento constante da humanidade e das sociedades era contado pelo espelho da educação, através da sua evolução ao longo dos séculos. Nos discurso educativo de então, a História assumia a dignificação da missão do professor, a par da legitimação do processo de construção do sistema estatal de ensino. Com a autonomização curricular, em 1919, estes elementos foram reforçados. A representação do professor surgia imbuída de um forte espírito de missão, de cariz republicano e positivista, apresentando os manuais, como as Lições de Pedagogia Geral e História da Educação, de Pimentel Filho (1919), uma reflexão histórica e pedagógica sobre as duas perspectivas já enunciadas para o período anterior: a evolução das ideias e dos princípios educativos, a par da história das instituições escolares e dos sistemas estatais de ensino. Num registo à dimensão nacional, os manuais de História da Instrução Popular em Portugal (Pélico Filho, 1923), alargaram a abordagem dos factos históricos às iniciativas de educação popular, não só na esfera pública como também incluindo as de natureza particular. Lugares de memória, objectos fabricados e portadores de uma materialidade específica, utensílios pedagógicos, documentos ricos e multifacetados, os manuais de pedagogia e história da educação reflectem as influências que se faziam sentir no campo historiográfico da educação e são a expressão das formas como se foi construindo um discurso próprio neste campo disciplinar. Assim, permitem-nos compreender o papel da História da Educação na consolidação do sistema de formação de professores em Portugal, a par de um exercício de comparação com o Brasil.
- O mundo do trabalho docente, dilemas éticos e formação profissionalPublication . Caetano, Ana; Estrela, Maria TeresaÉ já um lugar-comum falar-se da complexidade do mundo do trabalho dos professores, dada pela multiplicidade, instabilidade e interacção das variáveis de natureza diferente que engloba e pela variedade de papéis que se exige que eles desempenhem junto de públicos cada vez mais heterogéneos e, por vezes, hostis. Dá-se relevo às dificuldades desse trabalho, às suas racionalidades e não racionalidades, gratificações e frustrações, alegrias e sofrimentos, à reconstrução contínua da sua identidade em função da sua interacção com os locais de trabalho, à evolução dos interesses e preocupações ao longo da carreira. O que é menos comum é o destaque que se dá ao reforço do carácter ético da profissão que esses papéis envolvem e do acréscimo de responsabilidade ética e legal que eles implicam. Se, desde sempre, a docência se revestiu de um carácter ético (acentuado a partir de meados do século passado, graças à escola passar a ter um papel supletivo da família na educação sócio-moral dos alunos), esse carácter é ainda reforçado num mundo em crise de valores e na sociedade da informação. Os professores são solicitados a contribuírem para a realização dessa sociedade e ao mesmo tempo evitarem os seus efeitos perversos (Hargreaves, 2003). E, dada a constante evolução tecnológica, pede-se-lhes ainda que preparem os alunos para a utilização ética dessas tecnologias e para o estabelecimento de uma relação saudável entre o mundo real e o mundo virtual, onde passam grande parte do seu tempo. Mais do que nunca se pede que as escolas sejam espaços de aprendizagem ética e cidadã e fomentem um espírito de comunidade justa e coesa.
- La complexité et la formation éthique des enseignantsPublication . Caetano, AnaNous nous proposons de réfléchir sur des questions liées à la formation éthique des enseignants, du point de vue de la complexité. La recherche-action et les dilemmes, sont des démarches méthodologiques de la formation, dans le contexte d’un projet de recherche sur la pensée et la formation étique et déontologique des enseignants. Nous réflexion portera ainsi sur des méthodologies de formation-recherche et la présentation de quelques résultats, concernant le changement des enseignants, notamment en ce qui concerne leur connaissance et pensée éthique. Il s’agit d’un projet qui vise à tester et à comprendre des processus de formation éthique, en analysant leurs dynamiques et les impacts sur les sujets et contextes. Les enseignants en formation y sont aussi impliqués en tant que chercheurs, constructeurs et reconstructeurs de leur propre connaissance, actions et contextes. Dans cette multiplicité de plans, les questions éthiques qui se soulèvent étaient tournées vers la clarification et l’approfondissement des finalités et principes, des contenus et des supports, des processus et de leurs impacts, de la formation et de l’intervention des enseignants. Il s’avère ainsi pertinent de commencer par une réflexion sur les perspectives éthiques qui soutiennent la formation, la recherche et les résultats qu’elles opèrent et analysent. Une réflexion qui, dans le cas présent, vise encore à établir une relation entre l’éthique et la perspective de la complexité.
- Mediação socioeducativa – saberes contextuais para lidar com o inesperadoPublication . Freire, Isabel; Caetano, AnaCom este texto pretendemos contribuir para a reflexão sobre a mediação socioeducativa, focando-nos na ligação entre esta actividade laboral e os saberes que os seus praticantes mobilizam na prática quotidiana. Recorreremos a um estudo empírico realizado junto de 225 mediadores socioeducativos, que em parte já foi apresentado (Costa e Silva, Caetano, Freire, Moreira, Freire e Sousa Ferreira, 2010). O nosso intuito é trazer mais um contributo para a compreensão do pensamento e das práticas dos mediadores socioeducativos em Portugal. Neste sentido apresentaremos os resultados da análise de uma parte da informação recolhida a partir da aplicação de um questionário a estes mediadores, referente aos saberes que os 225 mediadores socioeducativos destacam como necessários à sua acção laboral. Partimos assim da análise das respostas a uma pergunta aberta do questionário, cruzando-a com outras dimensões já previamente analisadas. Partindo de uma tipologia de Schulman (1986) adaptada, analisámos os saberes que os mediadores consideraram relevantes para a sua prática, sendo notória a importância atribuída aos saberes contextuais, pela enorme diversidade de informação, que vai de saberes bastante abstratos e universais até saberes muito específicos.
- A assembleia de turma e mediaçãoPublication . Luís, Maria José; Caetano, AnaNa presente comunicação apresenta-se uma investigação que teve como objectivo principal perspectivar o papel das Assembleias de Turma (AT) na melhoria do clima relacional do grupo-turma, analisando-as do ponto de vista da mediação, nomeadamente a mediação de conflitos. Assim, tendo por base a literatura existente sobre estas temáticas (Assembleias de Turma e Mediação), procurámos contribuir para a compreensão dos fenómenos de “mediação colectiva”, onde o grupo, como um todo, pode funcionar como mediador dos conflitos no seio da turma e, em simultâneo, contribuir para o desenvolvimento das relações de convivência e promover a formação para a cidadania das novas gerações.
- Modos de implicação dos professores na docência universitáriaPublication . Manuela Franco Esteves, MariaApresentam-se aqui os resultados de um estudo empírico, de carácter exploratório, através do qual se pretendeu, entre outras finalidades, conhecer as opiniões dos docentes da Universidade de Lisboa acerca do investimento pessoal e profissional que faziam em relação a cada uma das diversas missões que a instituição assume. Os resultados obtidos parecem indicar que a implicação mais forte é feita nas actividades de ensino e de iniciação dos estudantes na investigação científica, fazendo com isso prevalecer uma concepção de uma "universidade de investigação" sobre as concepções alternativas da "universidade liberal" ou da "universidade de serviços".
- Trabalho docente, emoções, contextos e formaçãoPublication . Freire, Isabel; Bahia, Sara; Estrela, Maria Teresa; Amaral, AnabelaOs professores investem uma forte energia emocional no seu quotidiano profissional, consequência da implicação na relação pedagógica com os alunos e também das exigências da organização escolar, da comunidade local e da tutela. O ensino é uma actividade essencialmente relacional, que favorece os estados emocionais e estes reflectem-se nas dinâmicas relacionais das turmas e dos diferentes grupos em que os professores participam no dia-a-dia profissional. Nesta comunicação apresentam-se alguns resultados de dois estudos de natureza qualitativa realizados com 17 professores de diferentes níveis de ensino. Os resultados enfatizam a relação das emoções com os contextos de ensino, salientando o desgaste emocional que, no discurso dos professores, mais do que à sala de aula, se liga à organização escolar e ao sistema de ensino. A formação de professores não pode alhear-se desta realidade. Aponta-se a necessidade de a formação e o desenvolvimento dos professores se fazerem em ligação com o desenvolvimento das organizações escolares, no sentido de contribuir para o aumento da resiliência e do auto-conhecimento dos professores para fazerem face às pressões emocionais e vulnerabilidades a que estão sujeitos.
- Currículos de formação de professores em PortugalPublication . Mogarro, M. J.; Namora, AldaComo reflectem os planos de estudo de formação de professores do ensino elementar as políticas educativas nesta matéria? De que forma as diferentes componentes de formação estão presentes nos textos legais que conforma(ra)m a formação de professores e como se articularam estas componentes ao longo dos diferentes períodos históricos? Que perfil de professor se pretende formar, com a implementação destes currículos? Para responder a estas questões, analisam‐se neste estudo os diplomas legais que consagraram os planos de formação de professores em Portugal, desde a sua instituição ate ao presente figurino. É nosso objectivo compreender o significado de cada modelo de formação na sua configuração específica, assim como as alterações e as permanências que marcaram a evolução da formação de professores. Os documentos legais expressam o discurso do poder em matéria de formação e constituem dispositivos de conformação das práticas formativas. Simultaneamente, eles condensam a cultura pedagógica subjacente a formação de professores, revelando as linhas dominantes que orientaram a actividade das instituições de formação e do trabalho dos formadores de professores. Esta análise situa-se numa macro perspectiva e permite reconstruir a moldura que anteriormente enquadrou e hoje regula a formação docente.
- Crenças e literacia emocional na formação de um grupo de professoresPublication . Freire, Isabel; Bahia, Sara; Estrela, Maria Teresa; Amaral, AnabelaEmbora sem unanimidade de resultados, a investigação evidencia, desde os finais dos anos 70, que as crenças educativas influenciam a conduta docente (Fullan, 1991) e que, por vezes, elas se tornam conflituais (Villar Angulo, 1987). Mais recentemente tem sido salientada a influência das crenças na vida emocional dos professores e sua relação com a conduta profissional (Cross e Hong, 2011). As emoções são igualmente fonte de influência na formação de novas crenças, modificando e alterando o impacto das crenças existentes. As experiências vividas na interação com os contextos em que ocorrem são fontes de emoções e podem ser oportunidades de mudança das crenças e também da ação. Para o bem estar emocional dos professores, as crenças iniciais sobre a profissão e sobre as emoções podem ser substituídas por crenças mais adequadas, se associadas à aquisição ou desenvolvimento da literacia emocional; na sua falta, crenças relacionadas com o perfeccionismo do professor (e.g., o bom professor é aquele que revela um controlo absoluto sobre todas as situações que ocorrem na sala de aula) poderão conduzir ao desgaste emocional. A formação, dando lugar à reflexão e ao autoconhecimento, tem um importante papel no processo de desvelar determinadas crenças. Nesta comunicação apresentaremos parte de um estudo de investigação-formação realizado com professores do ensino básico, focado na dimensão emocional da docência. Partindo da análise de dados recolhidos a partir de entrevistas iniciais e finais e de outros materiais, como reflexões dos professores participantes, tentaremos evidenciar a interação entre as crenças, emoções e as mudanças experimentadas pelos professores no processo de formação e relação com as práticas pedagógicas.
