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REIT - Teses de Doutoramento (Programa interuniversitário)

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  • Motivações, estratégias e abordagens à aprendizagem em estudantes do ensino técnico brasileiro : relações com o sucesso escolar e a qualidade da aprendizagem
    Publication . Fontes, Marisa Aghetoni; Duarte, António Manuel, 1961-
    Esta investigação, de cariz exploratório e enquadrada na perspetiva SAL – Students’ Approaches to Learning, objetivou investigar as orientações motivacionais e as estratégias de aprendizagem de estudantes de ensino técnico brasileiro, assim como da relação delas entre si e com o sucesso escolar e a qualidade da aprendizagem desses estudantes. A investigação envolveu em primeiro lugar uma revisão de literatura sobre a investigação SAL que incide nas orientações motivacionais para a aprendizagem (i.e., motivação intrumental, motivação intrínseca e motivação de realização) e nas estratégias de aprendizagem (i.e., estratégia de superfície, estratégia de profundidade, estratégia de organização e estratégia intermédia), que constituem as componentes das abordagens à aprendizagem. De seguida, foi realizada uma revisão de literatura sobre a investigação SAL que incide nas abordagens à aprendizagem (i.e., os tipos de abordagens; a sua avaliação; a sua frequência relativa; a sua variação e consistência; e as suas relações com as características dos estudantes, com o contexto de aprendizagem e com o produto da aprendizagem). Em terceiro lugar, igualmente na linha dos objetivos estipulados, a investigação implicou uma revisão de literatura sobre o tema da aprendizagem no ensino técnico e o seu contexto. Para alcançar os objetivos previstos foram igualmente realizados três estudos empíricos, sendo os dois primeiros com metodologia qualitativa e o terceiro, com metodologia quantitativa. O primeiro estudo procurou investigar as orientações motivacionais para a aprendizagem dos estudantes participantes, caracterizando as variações de diferentes dimensões daquelas orientações: Intenção (motivos pessoais da aprendizagem); Investimento (quantidade de energia normalmente empregue na aprendizagem); Perceção da tarefa (perceção usual das tarefas de aprendizagem); Avaliação do tempo (valorização habitual do tempo empregue na aprendizagem); Satisfação (grau usual de satisfação com a aprendizagem) e Contexto preferido (contexto preferido de aprendizagem). Foi igualmente estudada a incidência das variações destas dimensões das orientações motivacionais e as suas relações. O segundo estudo procurou investigar as estratégias de aprendizagem dos mesmos estudantes, caracterizando as variações das diferentes dimensões daquelas estratégias: Intenção (o que normalmente procura-se fazer para aprender); Atenção (enfoque habitual da atenção quando se aprende); Modo (modo habitual de aprendizagem); Crítica (grau de análise crítica normalmente empregada na aprendizagem). Neste estudo também foi verificada a incidência das variações das estratégias de aprendizagem e as suas relações. Em ambos os estudos atrás referidos a recolha de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas atendendo às referidas dimensões. Em ambos os estudos, a análise dos dados ocorreu por meio de uma análise do conteúdo temática (para a caracterização das orientações motivacionais e estratégias de aprendizagem), foi calculada a fequência relativa de cada categoria na amostra de casos e foram estudadas as relações das categorias e metacategoria encontradas por meio de tabelas de contingência e teste de Qui-quadrado de independência ou teste de Fisher (para o estudo das relações entre categorias). Verificou-se no primeiro estudo a replicação das orientações motivacionais normalmente encontradas pelos estudos enquadrados na teoria SAL: motivação instrumental (i.e., relacionada ao evitamento do fracasso, através de uma correspondência mínima às exigências, visto que o conteúdo da aprendizagem é tido como desinteressante, sem relação com os interesses pessoais, e como imposto exteriormente); motivação intrínseca (i.e., envolvimento na aprendizagem em função da satisfação em relação a ela, tida como forma de atualização de interesses de desenvolvimento pessoal); e motivação de realização (i.e., relacionada à obtenção de classificações ou resultados elevados, no sentido de fortalecer o autoconceito académico através da exibição da excelência pessoal). A motivação de realização foi o tipo de orientação motivacional com maior incidência. Foi encontrada também no primeiro estudo, uma nova meta-categoria, o padrão degradado de motivação (i.e., motivação para o convívio social na escola ou para o seu abandono), que foi o tipo de orientação motivacional com menor incidência. Observou-se no segundo estudo a replicação das estratégias de aprendizagem normalmente encontradas pelos estudos enquadrados na teoria SAL: estratégia de superfície (i.e., estratégia passiva onde os conteúdos são aprendidos de forma sequencial e desintegrados de outros conhecimentos e com atenção focada no símbolo ao invés do significado); estratégia de profundidade (i.e., comportamento ativo diante do conteúdo, compreensão e análise crítica do significado, e relacionação com outros conhecimentos); estratégia de organização (i.e., investigação a priori do que é necessário para alcançar uma avaliação de sucesso, direcionando a atenção sobre os critérios e conteúdos da avaliação); e estratégia intermédia (i.e., conjugação da compreensão e memorização). A estratégia de profundidade foi o tipo de estratégia de aprendizagem com maior representatividade e a estratégia de organização foi a que teve menor representatividade. O terceiro estudo explorou as inter-relações entre as orientações motivacionais, as estratégias de aprendizagem, as abordagens à aprendizagem e o desempenho académico (i.e., o sucesso escolar e a qualidade da aprendizagem) dos mesmos estudantes. Neste estudo, a abordagem à aprendizagem foi constituída, como conceptualizado pela teoria SAL, pelo cruzamento entre as orientações motivacionais e estratégias obtidas nos dois primeiros estudos. O sucesso escolar foi considerado em termos das classificações escolares, e a qualidade da aprendizagem foi avaliada por dois instrumentos de caracterização holística do resultado da aprendizagem – baseados na taxonomia SOLO (Biggs & Collis, 1982), aplicados correspondentemente aos estudantes participantes e aos seus professores. As inter-relações entre estas variáveis foram estudadas por meio de tabelas de contingência e teste de Qui-quadrado de independência ou teste de Fisher. Em consonância com os resultados de outros estudos da teoria SAL, apurou-se uma associação entre a motivação instrumental para a aprendizagem e resultados escolares mais reduzidos e entre uma perceção de um tempo de aprendizagem acelerado e classificações mais elevadas. Foi encontrada também uma relação que não vai ao encontro ao esperado pela teoria SAL, entre a perceção negativa das tarefas de aprendizagem e classificações significativamente elevadas. No que diz respeito às relações dos processos de aprendizagem avaliados com a qualidade da aprendizagem, encontrou-se uma associação entre uma menor qualidade de aprendizagem e tanto um elevado investimento de energia na aprendizagem e como uma estratégia de compreensão ou memorização dos conteúdos em função da necessidade. A investigação envolveu em último lugar uma conclusão contendo a apresentação integrada dos objetivos e dos resultados, uma discussão geral e, finalmente, uma reflexão sobre as limitações da investigação e as suas aplicações práticas.
  • Processo de adaptação em famílias adotivas : cenários e coreografias de forças e fragilidades
    Publication . Nunes, Marta Isabel dos Santos, 1983-; Santos, Maria Salomé Torres Vieira
    Children’s adaptation to adoption has undergone extensive research. However, only recently has the contribution of parenting and family functioning-related processes to child adaptation been studied. It is the aim of the present dissertation to contribute to a further understanding of the child’s adaptation to adoption process, by examining the intra-familiar processes and factors that have a bearing on this adaptation. The research developed is framed by a post-positivist paradigm. Five empirical studies with a cross-sectional design were conducted. A sample of adoptive parents (with and without biological children) was used, along with a comparison group of biological parents (in three of the studies). Based on the literature review, potentially relevant variables were considered for studying the adaptation processes of adopted children (parenting stress, child attachment, emotional well-being and psychological adjustment), as well as individual (parental gender, child gender, child's age at adoption), parental (evaluation of expectations, parenting styles, parental satisfaction) and family (family relational environment, number of children, adopted children vs. adopted and biological children) variables to enable a more in-depth understanding of the adaptation process. Participants were selected through a convenience sampling strategy and the data collection was performed using a research protocol with self-report instruments. In the first study, a shorter version of the PANAS-C-P, an instrument assessing children's positive and negative affect (parent perspective), was developed and validated using a sample of both adoptive and biological parents. The results indicated a good fit and structure invariance in both groups, confirming the suitability of the instrument for use with adoptive and biological parents. In the second study, the associations of three groups of parents (with adopted, adopted and biological, and biological children) were analysed with the following variables: individual (age at adoption, child’s psychological adjustment), parental (parenting stress) and family (family relational environment, number of children). The results revealed significant differences among the two groups of adoptive parents vs. the biological parents group, namely in their perception of children's behavioural problems and in parenting stress (dimensions related to the parent-child interaction and child characteristics), pointing to both groups of adoptive parents having more difficulties than the biological group. However, with regard to the family relational environment, no significant differences were found, and even a tendency toward less conflict was observed in adoptive families. In the third study, the comparative strategy (adoptive vs. biological parents) was maintained, with a focus on the mediating role of child attachment in the relationship between parenting (parental styles and parenting stress) and the child's emotional well-being (positive affect and negative affect). The results showed the significance of the mediation process analysed, as well as of the differences between the two groups in relation to this process. In the fourth study, associations among the evaluation of parental expectations (confrontation between expectations and experience), parenting stress, parental satisfaction and perception of the child’s behavioural problems were analysed, using a sample with only adoptive parents. Parenting stress and parental satisfaction were found to be significant sequential mediators of the relationship between the evaluation of parental expectations and the child's behavioural problems. The association between parenting stress and perception of the child’s behavioural problems in the adoptive parental dyad was the focus of the last study, in which the impact of the parenting stress of each parent on his/her own and on his/her partner’s perception of the child’s problems was explored. The results revealed that the parenting stress of mothers, but not of fathers, was significantly associated with their own and with fathers’ perceptions of children’s behavioural problems. The results of the developed studies point to influential scenarios (factors) and choreographies (relationship among factors) of strengths (resources and competences; positive perception) and fragilities (parental and child difficulties; negative perception) on the adaptation process of adoptive families. Furthermore, they underline the importance of continued research on family processes and post-adoption experiences for the adaptation of the child. Not only preventive and/or therapeutic support throughout the adoption process (including the post-adoption period) are essential, but also the flexibility of intervention practices to accommodate the plurality of adoptive families.
  • Dinâmicas da reciprocidade no desenvolvimento de indivíduos, famílias, comunidades e programas : um olhar sobre a pobreza, a conexão e o bem-estar
    Publication . Minas, Maria Picão Fernandes da Gama, 1984-; Ribeiro, Maria Teresa, 1962-; Anglin, James P.
    A realidade social está marcada por dificuldades e contrastes a nível económico, social e cultural, mas também por um enorme potencial humano que, quando estimulado, pode levar a mudanças surpreendentes e positivas. Esta investigação pretendeu estudar dois fenómenos que estão na base de tais contrastes, a pobreza e a exclusão social, a partir de uma abordagem holística, sistémica e centrada em boas-práticas, com vista a compreender que fatores contribuem para a sua superação, contribuindo para o bem-estar coletivo. O conceito de bem-estar coletivo foi colocado no horizonte desta investigação, procurando assim desenhar linhas de estudo novas, que incluíssem atores habitualmente não tomados em consideração, potenciando a emergência de novas compreensões e possibilidades. Com tal perspetiva, desafios como a pobreza e a exclusão, são compreendidos como fenómenos complexos, enraizados nas dinâmicas sociais, que afetam todos e onde todos podem colaborar na criação de soluções. Três estudos foram então desenvolvidos procurando perspetivar o fenómeno em estudo sob diversas lentes. O papel das redes primárias, das redes secundárias– tendo em conta experiências nacionais e internacionais – e as crenças e perceções da sociedade portuguesa relativamente às suas relações sociais e satisfação foram analisados, com vista a compreender o seu potencial para gerar conexão e bem-estar. Foram ainda intercalados diversos prismas de análise, complementando abordagens qualitativas e quantitativas, de análise Grounded Theory, temática e estatística. O primeiro estudo, de cariz qualitativo e focado nas interações ao nível da rede primária, em Portugal, introduz e explora o potencial da metodologia das Sessões com Audiências Apreciativas (Madsen, 2007) no contexto da investigação, descrevendo os processos psicossociais que emergiram da participação por grupos constituídos por participantes em situação de pobreza e participantes que não viviam em situação de pobreza (N=28), que frequentavam um mesmo espaço social e viviam na mesma comunidade, ainda que não se conhecessem. O segundo estudo, de cariz qualitativo e focado na prestação da rede secundária, apresenta 15 programas sociais e educacionais reconhecidos como boas-práticas a nível nacional e internacional, e faz um levantamento dos processos identificados como geradores de impacto e sucesso (N=91). O terceiro estudo envolve uma abordagem quantitativa para compreender as perceções e dinâmicas relacionais relativas à satisfação, apoio social percebido, sentido de comunidade, necessidade de competir, comparação social, vergonha externa e desejo de contribuir, numa amostra da população portuguesa (N= 1187). Em termos da análise, primeiramente foi desenvolvida uma Grounded Theory que envolveu os dados recolhidos no primeiro e segundo estudos. Essa análise levou à emergência de um modelo teórico “as dinâmicas da reciprocidade no desenvolvimento de indivíduos, famílias, comunidades e programas”. De seguida, procedeu-se a um aprofundamento específico de cada estudo, com recurso a análise temática, no caso dos estudos 1 e 2, e com recurso a análise estatística no caso do estudo 3. Com base nos resultados e aprendizagens recolhidas ao longo da investigação, é apresentado o processo de criação de um projeto social em Portugal – ComParte, refletindo-se sobre a integração entre a teoria e a prática. Finalmente, na discussão integrada refletimos sobre os contributos que esta investigação traz para o conhecimento teórico e prático na área do combate à pobreza e à exclusão social, bem como ao desenvolvimento de bem-estar coletivo. Terminamos esta reflexão ponderando limitações da investigação, sugerindo potenciais linhas de investigação futuras e sintetizando as principais linhas orientadoras para combater a pobreza e exclusão social, identificadas nesta investigação.
  • Mediação familiar e processo de mudança adaptativa : impacto das decisões parentais responsáveis na (co) parentalidade, em fase de separação-divórcio
    Publication . Gomes, Lucinda das Dores Tiago 1966-; Ribeiro, Maria Teresa, 1962-
    Nas últimas duas décadas, a mediação familiar tem alcançado uma crescente expressão legal, tanto interna como externa, ao mesmo tempo que o reconhecimento sua eficácia prática tem contribuído para dar suporte à sua institucionalização e expansão. Verifica-se que os estudos científicos existentes, especialmente, em Portugal, além de limitados quanto aos assuntos abordados são ainda muito escassos. Por outro lado, a mediação familiar tem sido associada, quer à diminuição dos fatores de stress a que as crianças ficam expostas em consequência da SD dos pais, quer à promoção de coparentalidade positiva e de relações autoritativas pais-filhos. Deste modo, pretende-se com esta tese - incidente na regulação do exercício das responsabilidades parentais, em contexto de mediação familiar, na transição para a separação/divórcio (SD) - contribuir para explorar, analisar e aprofundar a compreensão do processo de tomada de decisões (co)parentais responsáveis e protetoras do bem-estar e do interesse superior dos filhos. Optou-se por uma investigação de matriz qualitativa completada por um miniestudo quantitativo e enquadrada pelo paradigma Pós Positivista. Numa primeira fase desta investigação, desenvolveu-se o estudo 1, para explorar características sobre o conflito familiar, examinar e identificar fatores de proteção e fatores de risco associados à transição para a SD e investigar quais as estratégias e os modelos de mediação familiar percecionados pelos participantes como sendo os mais eficazes. O estudo 1 foi conduzido segundo o método de focus group tendo sido realizados três focus groups com mediadores familiares (N=13) do Sistema de Mediação Familiar (SMF), Ministério da Justiça e dois focus groups com técnicos do Instituto da Segurança Social, IP (ISS), (N=11) procedentes das equipas de assessoria aos Tribunais de Família e Menores, na área tutelar cível. Os instrumentos elaborados e utilizados consistiram no guião de focus group e no questionário sociodemográfico. Posteriormente, procedeu-se à análise de conteúdo dos focus groups. Numa segunda fase desta investigação, realizou-se o estudo 2 com o propósito de delimitar características definidoras de decisões parentais responsáveis em contexto de SD, investigar as dimensões de maior influência no processo de tomada de decisões (co) parentais, bem como, identificar e analisar fatores de proteção e fatores de risco e o impacto da mediação familiar na promoção de mudança adaptativa para os pais e para as crianças, na transição para SD. Os instrumentos elaborados e utilizados consistiram em numa entrevista semiestruturada e no questionário sociodemográfico. O estudo 2, foi desenvolvido segundo a estratégia metodológica de Grounded Theory tendo sido realizadas entrevistas semiestruturadas a uma amostra composta por 29 pais e mães que passaram por um processo de mediação familiar, no SMF, no contexto de regulação das responsabilidades parentais. Posteriormente, procedeu-se à análise categorial do conteúdo das entrevistas realizadas. Os participantes do estudo 2 responderam também ao Questionário da Coparentalidade (QC) (Margolin, Gordis & John, 2001, versão portuguesa de Pedro & Ribeiro, 2012), (N=30), com vista à concretização do miniestudo quantitativo. De um modo geral, os resultados dos estudos realizados permitem concluir que o processo de mediação familiar tem efeitos positivos na adaptação dos pais e das crianças, na transição para a SD e apoiam a necessidade de implementar métodos de mediação familiar preventiva e pré judicial, especialmente quando esteja em causa a regulação das responsabilidades parentais e a proteção do superior interesse da criança.
  • Estar online, viver offline : hábitos de utilização, ajustamento psicossocial, riscos/oportunidades online e comportamentos de risco offline/bem-estar de jovens utilizadores do Facebook da comunidade dos Países de Língua Portuguesa e de Macau
    Publication . Marques, Teresa Paula de Oliveira; Pinto, Maria Alexandra Penedo Marques; Alvarez, Maria João
    O principal objetivo da presente investigação foi o de explorar as diferenças motivadas pela cultura de origem ao nível dos hábitos de utilização do Facebook com impacto nos riscos e nas oportunidades online, da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e Macau. Pretendeu-se também explorar as relações entre o online e o offline, assim como o papel moderador do (des)ajustamento psicossocial na relação entre os hábitos de utilização e os riscos e oportunidades online para os utilizadores. Houve ainda o objetivo de caracterizar os jovens portugueses no que respeita à utilização desta rede social. A investigação, de caracter exploratório, incluiu quatro estudos e iniciou-se pela construção e estudo psicométrico de um instrumento para avaliação dos riscos/oportunidades dos jovens utilizadores do Facebook da CPLP e de Macau. Este instrumento foi utilizado nos três estudos posteriores. Os dados foram recolhidos através do preenchimento online deste questionário de autorrelato e a amostra foi composta por 4572 jovens da CPLP e Macau com idades entre os 14 e os 20 anos. Os resultados mostraram que os jovens portugueses incluídos na nossa amostra acediam ao Facebook uma a duas vezes por semana, permaneciam online 31 a 60 minutos e tinham uma atitude favorável à utilização desta rede social. O género masculino, os menores de idade, e os residentes no centro do país, foram mais frequentemente cibervítimas. As oportunidades foram mais aproveitadas pelo género feminino, maiores de idade e residentes nas Ilhas. O ajustamento psicossocial (ausência de solidão; ausência de ansiedade social) não revelou ser moderador do impacto dos hábitos de utilização, quer nos riscos quer nas oportunidades online. Os hábitos de utilização e os riscos online predisseram os comportamentos de risco offline, assim como os hábitos de utilização e as oportunidades online predisseram o bem-estar total. Verificou-se, igualmente, que a diversidade cultural dos participantes contribuiu para explicar a variância dos riscos/oportunidades online e dos comportamentos de risco/bem-estar total. Em conclusão, os resultados revelam a existência de uma estreita relação entre o online e o offline, ou seja, vive-se on e offline.
  • Robusta empire : coffee, scientists and the making of colonial Angola (1898-1961)
    Publication . Silva, Maria do Mar de Mello Gago da; Saraiva, Tiago, 1972-; Müller-Wille, Staffan
    This dissertation explores the engagement of scientists with Robusta coffee and their role in the making of the late Portuguese empire. It analyses how this coffee species indigenous to Angola entered the agenda of botanists and agronomists, and was transformed into a global commodity sustaining much of the Portugal imperial endeavour. By detailing scientists’ knowledge making practices, this dissertation intends to contribute to a better understanding of the relation between science and colonial states in Africa, and to gain a firm grasp on the historical dynamics that shaped Angolan coffee as crop and commodity. The first part accompanies the emergence of the Department of Agriculture of Angola (1898-1939) and the second part follows the rise and consolidation of the Coffee Export Board (1936-1961). This investigation uses mainly, though not entirely, reports and correspondence produced by scientists. Coffee cultivation has been presented in the historiography of colonial Angola as a paradigmatic case of retrograde imperial rule, and the coercion and violence of European controlled plantations relying on forced African labour as main reasons for the economic success of coffee. This dissertation uses the lens of scientists to offer an alternative picture pointing at the actual forests where the plant was cultivated, and where also Africans were growing their own coffee. Moreover, it unveils a hidden imperial strategy aimed at modernizing both European and African coffee production systems. The key to this neglected history is how scientists engaged with Angolan coffee: not as coffee in general, but as a specific type of coffee, Robusta coffee. This little taxonomic detail, for historians just a technicality, has important implications in terms of historical insight. This dissertation argues that the environmental and technopolitical histories of Angolan Robusta reveal the robustness of the imperial project aiming at transforming Angola in one of the world’s largest coffee producers.
  • A internacionalização das políticas laborais "indígenas" no império colonial português (1944-1962)
    Publication . Monteiro, José Pedro Pinto; Pinto, António Costa, 1953-; Jerónimo, Miguel Bandeira, 1973-
    Esta tese aborda as várias formas através das quais a Organização Internacional do Trabalho e o conjunto de actores, governamentais ou privados, que agia na sua órbita, condicionaram os debates e processos de tomada de decisão política imperiais respeitante à questão do “trabalho indígena” nas colónias portuguesas entre 1944 e 1962. Contribuindo para os debates historiográficos recentes sobre a interconexão e coconstituição de dois processos históricos que marcaram indelevelmente o século XX, a saber, o internacionalismo e o imperialismo, esta tese demonstra como a história do império colonial português durante este período não pode ser pensada sem se atender às importantes dinâmicas internacionais, mas também transnacionais, que constrangeram a produção e avaliação de políticas e práticas imperiais, nomeadamente através de processos de auto-escrutínio regular, cotejo normativo, denúncias internacionais e, associadamente, projectos e esforços de reforma imperiais. Ao centrar-se no chamado período do colonialismo tardio, e explorando uma temática que afectara profundamente a história do império português em períodos mais recuados, esta tese contribui também para uma reavaliação das práticas e políticas imperiais portuguesas num contexto de gradual contestação à legitimidade da sua soberania imperial.
  • Deixar África 1974-1977 : experiência e trauma dos portugueses de Angola e de Moçambique
    Publication . Marques, Isabel Alexandra Baptista 1968-; Ramos, Rui, 1962-; Sobral, José Manuel, 1952-
    Esta tese propõe-se examinar porque foi o êxodo da descolonização da África portuguesa (iniciado em 1974) sentido e descrito por muitos portugueses que viviam em Angola e em Moçambique como uma experiência psicologicamente dolorosa e procura identificar os factores mais influentes na formulação dos seus sentimentos negativos sobre as consequências deste deslocamento nas suas vidas. Considerando que a partida das colónias representou uma ruptura social e cultural e uma perturbação identitária que causou um trauma transicional nos portugueses radicados que a sentiram como uma ‘amputação existencial’. As crenças, experiências, percepções e estados emocionais relatadas em testemunhos epistolares e institucionais sobre a transição para as independências, o embarque e após a chegada a Portugal permitem assinalar que estas narrativas do êxodo (de memória recente) se fundam em discursos de legitimação, reclamação, vitimização e responsabilização. Os 2 primeiros baseados em crenças, realidades e vivências coloniais como a fixação definitiva, as mitificações luso-tropicalistas, o distanciamento físico e afectivo à metrópole e a forte ligação de pertença e de posse reclamada pelo ‘suor derramado’ e o ‘apego umbilical’ a África. Além do fim de uma realidade de identificação colectiva e de projectos de vida, o ‘sonho africano’ terminou com perdas materiais e danos morais e afectivos geradores de sentimentos de abandono, pânico e indignação. As dificuldades de instalação em Portugal de ordem prática (financeiras e de satisfação de necessidades básicas como alojamento e alimentação) e psicológica (de desajustamento) reforçaram o discurso de vitimização ancorado num sentimento de injustiça e na reclamação numa compensação merecida e acentuaram o de responsabilização dos poderes nacionais, marcado por sentimentos de desconfiança, ressentimento e traição. Após a chegada, estes discursos resultaram do choque causado pelo anátema da sua categorização de ‘retornados’, à época associada a preconceitos estereotipados, da relação conflitual com os residentes e da sua perspectiva judicativa e acusatória sobre o processo de descolonização.
  • Intenções, maneiras e ideias sobre o aprender na escola básica : abordagens à e conceções de apredizagem em alunos do 1.º ciclo de escolariedade : relações com o contexto
    Publication . Figueira, Ana Isa Salgado; Duarte, António Manuel, 1961-
    A presente investigação, enquadrada na perspetiva SAL – das Abordagens dos Estudantes à Aprendizagem - pretendeu explorar, em estudantes portugueses do primeiro ciclo do ensino básico, as suas conceções de aprendizagem, as componentes das suas abordagens à aprendizagem (i.e. motivação e estratégia de aprendizagem), o seu contexto de aprendizagem em sala de aula e a relação das suas conceções e abordagens à aprendizagem com duas dimensões do contexto em que a sua aprendizagem ocorre: o contexto territorial e o contexto de sala de aula. Neste enquadramento, realizaram-se quatro estudos, que seguiram metodologias quantitativas e qualitativas e que envolveram estudantes e professores do primeiro ciclo do ensino básico. Como objetivos dos estudos, definiram-se a caracterização das conceções de aprendizagem e das componentes das abordagens à aprendizagem (motivação e estratégias de aprendizagem) detidas pelos estudantes do primeiro ciclo, a caraterização do contexto de aprendizagem destes estudantes, mediante a construção de um questionário sobre esse contexto, e a exploração da relação entre as conceções de e as abordagens à aprendizagem nestes estudantes e o seu contexto territorial e de sala de aula. O primeiro estudo caracterizou qualitativamente as representações sobre a aprendizagem detidas pelos estudantes, focando as dimensões referencial, processual, contextual, funcional, fatorial e de problemas da conceção de aprendizagem. Através de dezasseis entrevistas semiestruturadas e posterior análise de conteúdo, este estudo verificou tanto a replicação das três conceções básicas normalmente identificadas pela investigação fenomenográfica (i.e. conceção quantitativa, conceção qualitativa e conceção institucional de aprendizagem) como a existência de novas conceções referente à dimensão funcional da aprendizagem ( i.e. uma função de endoculturação social e religiosa da aprendizagem). O segundo estudo teve como objetivo caracterizar as componentes motivacional e estratégica das abordagens à aprendizagem nos mesmos estudantes e seguiu, à semelhança do primeiro estudo, uma metodologia qualitativa que envolveu a análise de conteúdo de dezasseis entrevistas semiestruturadas. Verificou-se a replicação de categorias caracterizadoras das componentes das três abordagens à aprendizagem normalmente identificadas pela investigação da perspetiva SAL: abordagem de superfície, abordagem de profundidade e abordagem de organização (i.e. motivação instrumental, memorização e compreensão). Verificou-se igualmente a existência de novas variantes da orientação motivacional na dimensão das intenções para a aprendizagem (i.e. intenção de conseguir mudança, recompensas, experiências e relacionamento interpessoal). O terceiro estudo, de cariz quantitativo, constitui-se pelo desenvolvimento e testagem de um questionário caracterizador do contexto de aprendizagem em sala de aula, focando dimensões que se relacionam criticamente com as abordagens à aprendizagem do estudante. Este instrumento foi testado numa amostra de quatrocentos e cinco professores do primeiro ciclo de escolaridade. A análise fatorial exploratória realizada permitiu a identificação e construção de cinco escalas, constituindo quatro escalas a caraterização de um ensino aberto (i.e. um ensino que enfatiza a individualidade e proatividade do estudante no processo de aprendizagem) e uma escala que carateriza um tipo de ensino fechado (i.e. um ensino onde o professor centra o processo de aprendizagem em si e utiliza métodos diretivos). O quarto estudo seguiu igualmente uma metodologia quantitativa e verificou a existência de relações entre as conceções de e as abordagens à aprendizagem de estudantes e o seu contexto territorial e de sala de aula. A recolha dos dados realizou-se através da aplicação de uma entrevista estruturada (baseadas nos resultados do primeiro e segundo estudo), sobre as conceções e as componentes das abordagens à aprendizagem, a cem estudantes do ensino básico e da aplicação do questionário sobre o contexto de aprendizagem em sala de aula (desenvolvido no terceiro estudo), aos docentes dos estudantes entrevistados. Procedimentos estatísticos variados permitiram verificar relações entre as conceções de aprendizagem e quer o contexto territorial (i.e. os estudantes rurais apresentaram uma maior expressão numa conceção de que a aprendizagem se restringe a tempos específicos, comparativamente aos estudantes urbanos), quer o contexto de sala de aula (i.e. uma relação positiva entre uma conceção de que a aprendizagem não se restringe a contextos específicos e um tipo de ensino aberto, que enfatiza a especificidade dos estudantes). No que diz respeito às abordagens à aprendizagem, os resultados demonstraram que os estudantes de contexto rural apresentam maiores níveis de motivação extrínseca, comparativamente aos estudantes de contexto urbano e a existência de relações significativas e positivas entre a abordagem de profundidade à aprendizagem e diferentes variantes de um ensino aberto (i.e. práticas mistas de ensino aberto; um ensino aberto que enfatiza a compreensão e a autonomia dos estudantes ou a sua especificidade).