REIT - Teses de Doutoramento (Enfermagem)
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- Resposta humana ao humor : quando o humor integra o agir profissional dos enfermeirosPublication . José, Helena; Basto, Marta Lima; Neto, Luís Miguel, 1958-Disponível no documento
- A experiência de sentir-se respeitada durante o trabalho de parto no hospitalPublication . Ramalho, Alice Anabela, 1943-; Basto, Marta Lima; Botelho, Maria Antónia Rebelo, 1955-O objectivo deste estudo foi compreender a experiência vivida de sentir-se respeitada durante o trabalho de parto no hospital. As participantes foram 32 mães que experienciaram a vivência no período de Janeiro de 2006 a Julho de 2007. A recolha de dados foi obtida por entrevista fenomenológica. A análise qualitativa dos depoimentos, sob uma abordagem fenomenológica, seguiu o método proposto por Amedeo Giorgi. Foram identificados quatro temas principais: paradoxos e aparentes enganos: ser e não ser existencialmente respeitada; cuidar/cuidado; partilha do poder e o tempo do processo. Os achados foram discutidos face à literatura utilizada no referencial teórico, que aborda algumas ideias de Martin Heidegger, bem como de outros autores que se fundamentaram nele. O estudo possibilitou compreender alguns aspectos do existir dessas mães nas relações estabelecidas com os profissionais de saúde, apreendendo os significados atribuídos por elas à experiência de sentir-se respeitadas e às repercussões dessa realidade nas suas vidas e na vida de suas famílias.
- «Do envelhecimento saudável à longevidade com qualidade»:contributos de enfermagemPublication . Bicudo, Maria José Garoupa Albergaria, 1958-; Basto, Marta Lima; Fernandes, Ana Alexandre, 1951-Para a realização desta pesquisa partiu-se da preocupação em saber de que forma os cuidados de enfermagem, ao nível dos Cuidados de Saúde Primários, contribuem para a promoção do envelhecimento saudável e da longevidade com qualidade, da população. Para o efeito, procurou-se conhecer a área do objectivo dos centros de saúde, privilegiada pelos cuidados de enfermagem, aos clientes com 50 e mais anos. Constatou-se que é o tratamento, por factores inerentes: ao Meio Envolvente (dominar a representação de pessoa idosa ser doente e as políticas de saúde nacionais, regionais e institucionais estarem centradas na doença/tratamento); aos Enfermeiros (prevalecer o modelo tradicional na prestação de cuidados e na formação, desmotivando-os e desconhecerem esta população) e à População (por, maioritariamente: possuir crenças sobre saúde que induzem a que recorra ao Centro de Saúde só quando está doente; percepcionar a sua saúde razoável, por se considerar doente e por ser portadora de hipertensão, diabetes e depressão; ter dificuldades económicas, responsáveis por não fazer alimentação saudável, nem dormir bem; alguns necessitarem de ajuda dos filhos para a higiene pessoal e da casa e terem história de quedas por desequilíbrio; ao contrário dos homens, as mulheres raramente saírem de casa, distraírem-se a ver televisão e nunca praticarem exercício físico; pensar na morte, diariamente, e ter medo de morrer sozinha. A iliteracia dificulta a mudança de comportamentos). As estratégias para a promoção do envelhecimento saudável e da longevidade com qualidade, passam por: à semelhança das políticas de saúde internacionais, as nacionais, regionais e institucionais, a formação e os cuidados de enfermagem, se centrarem na promoção da saúde e prevenção da doença, ao longo do ciclo vital dos clientes; assumir esta população como prioritária, indo ao seu encontro à comunidade e responsabilizá-la, assim como a equipa multiprofissional e sociedade em geral, por este processo.
- Prevenção do uso/abuso de álcool nos adolescentes : construção e avaliação de um programa de intervenção em contexto escolarPublication . Barroso, Teresa Maria Mendes Diniz de Andrade, 1968-; Mendes, Aida Maria de Oliveira Cruz, 1954-; Barbosa, António, 1950-As evidências revelam que o consumo de álcool tem o seu início em idades precoces e aumenta com a idade, problemática complexa que pode comprometer o desenvolvimento actual e futuro do indivíduo. Neste quadro, a prevenção do uso/abuso de álcool nos adolescentes constitui um importante desafio para todos os implicados no seu desenvolvimento. Neste sentido, o presente trabalho foi desenvolvido com os seguintes objectivos: analisar o fenómeno do consumo de álcool nos estudantes do 3º ciclo; adaptar a Escala de Expectativas Positivas acerca do Álcool (EEPaA/AEQ-A) e avaliar as qualidades psicométricas do Questionário de Aptidões Sociais (QAAS/SSRS); construir o programa de intervenção “Parar para Pensar” (PpP) e avaliar o seu efeito na prevenção do uso/abuso de bebidas alcoólicas dos adolescentes do 7º ano de escolaridade. Realizaram-se dois estudos prévios: estudo descritivo-correlacional (n = 654 adolescentes); tradução e adaptação do EEPaA/AEQ-A e avaliação psicométrica do QAAS/SSRS. E um estudo quasi-experimental, com grupo experimental (n = 70) sujeito à intervenção PpP e grupo de controlo (n = 108) sem intervenção. Os resultados indicam que os adolescentes com experiências de consumo destacaram-se nas expectativas positivas acerca do álcool e na percepção do consumo elevado dos pares (p<.05). A EEPaA/EQ-A adaptada inclui 4 factores e α = .94; o QAAS/SSRS apresentou um α = .84. Relativamente aos efeitos do PpP os resultados sugerem a evolução positiva dos conhecimentos, expectativas acerca do álcool, percepção do consumo e ocorrência de embriaguez nos pares, frequência do consumo e ocorrência de episódios de embriaguez (p<.05). O PpP mostrou ser útil como EpS, pela sua eficácia na estabilização dos consumos de álcool, no aumento dos conhecimentos, na estabilização das expectativas positivas e na percepção do consumo pelos pares. A ausência de efeito nas aptidões sociais impõe a reflexão acerca dos conteúdos e metodologias de intervenção neste domínio.
- Fortalecendo o adulto com dependência progressiva no domicílio : explicação teórica dos cuidados de enfermagemPublication . Bettencourt, Merícia; Basto, Marta LimaEm alguns países os doentes, cuja situação patológica é tipificada como irreversível e progressiva, regressam ao seu domicílio, sendo aí assistidos por enfermeiros com preparação específica (Addigington-Hall & Altman, 2000), beneficiando dos mesmos (Lin & Bauer-Wu, 2003; Appelin & Bertero, 2004; Carter, Macleod & McPherson, 2004). Os cuidados de enfermagem a pessoas nesta situação, no caso específico dos adultos, não tem sido alvo de estudos a nível nacional ou internacional, pelo que é imperativo conhecer o processo de prestação de cuidados de enfermagem domiciliários a estes doentes em situação de sofrimento, deterioração física e perda progressiva das suas capacidades. Este estudo procurou responder à pergunta de investigação: Qual a natureza e como se desenvolve o processo de prestação de cuidados de enfermagem domiciliários aos doentes adultos com dependência progressiva? Pretendeu-se compreender a natureza das respostas dos doentes adultos à dependência progressiva que orientam a intervenção domiciliária dos enfermeiros, a natureza das suas intervenções e identificar as fases deste processo de prestação de cuidados de enfermagem domiciliários. A finalidade do estudo consiste em facultar um eventual contributo para o conhecimento da disciplina de enfermagem e para o reequacionar da filosofia e organização da prestação de cuidados de enfermagem domiciliários aos doentes adultos portadores de dependência progressiva na Região Autónoma da Madeira. É um estudo qualitativo, com recurso ao método da Grounded Theory, tendo como referência metodológica Kathy Charmaz (2006). A recolha com análise simultânea dos dados, foi efectuada através da observação como participante de 24 Consultas de Enfermagem Domiciliárias e de 22 entrevistas intensivas a uma amostra teórica de doentes (11) e enfermeiros (11), residentes na Região Autónoma da Madeira, entre 2006 e 2008. Fortalecendo o adulto com dependência progressiva no domicílio, constitui o tema central do processo em estudo de que fazem parte dois sub-processos: Avaliando as respostas dos doentes e Intervindo face às respostas dos doentes. Decorre ao longo das consultas de enfermagem domiciliárias, que se iniciam com o mútuo acolhimento, seguido da fase em que os enfermeiros lidam com as respostas dos doentes e termina com a revisitação da fase anterior. Palavras-chave: Adulto, Processo de prestação de cuidados de enfermagem, cuidados domiciliários, dependência progressiva.
- Cuidar em fim de vida : o processo de interacção enfermeiro-doentePublication . Sapeta, Paula; Lopes, Manuel JoséA investigação realizada tem como objectivo principal: compreender a estrutura e o processo de interacção entre o enfermeiro e o doente em fim de vida, num serviço de internamento de um hospital de agudos, com a finalidade de construir uma teoria de médio alcance (TMA). A maioria (55%) dos doentes continuar a morrer nos hospitais de agudos, onde a sua situação clínica, a natureza emocional dos cuidados e a rede de variáveis inerentes ao contexto determina um cenário muito complexo e difícil. A partir da década de 60, surgiram várias teorias de enfermagem, agregadas no que se designou por Escola da Interacção, e que a enfatizaram como a área central da prática de enfermagem. Projectando os seus conceitos estruturantes na interacção com o doente em fim de vida, verifica-se um hiato quanto a essa face da vida, pois a proximidade da morte cria um conjunto de circunstâncias que a dificultam e muitos conceitos adquirem nuances peculiares, e portanto, necessitam ser estudados, documentados e teorizados, particularmente no contexto onde ocorrem mais frequentemente, o hospital. Mantive obediência a todos os princípios éticos de uma investigação deste tipo obriga. A metodologia adoptada foi a Grounded Theory (GT). A recolha de dados feita em dois serviços de medicina interna de um hospital de agudos; os sujeitos em análise são os enfermeiros e os doentes em fim de vida, que aceitaram participar no estudo; adoptei multitécnicas (observação participante e entrevista), estive presente em 42 turnos (manhã e tarde), num total de 175h de observação e realizei 9 entrevistas narrativas. A análise comparativa constante dos dados ocorreu em simultâneo com a recolha; na codificação aberta e axial usei a ferramenta informática NVivo 8. Da análise dos dados do processo de cuidados e do processo de interacção enfermeiro-doente foi possível identificar os seus eixos estruturantes, os conceitos e as categorias centrais e as suas propriedades, donde destaco o «Avalia, revê e ajusta cuidados; «Gestão de Informação»; «Gestão de Sentimentos»; «Confiança» e a «Aliança terapêutica». A relação consolida-se gradualmente e vai adquirindo um carácter de ajuda profissional; a intencionalidade está sempre presente; o variável potencial terapêutico depende do respeito pelo outro, da confiança mútua e da aliança terapêutica, é um trabalho de longo prazo e construído, paulatinamente; o tempo funciona como uma variável importante, e particularmente o desenvolvimento pessoal e profissional do enfermeiro, da sua maturidade e interioridade, do modo como gere as dificuldades pessoais, relacionadas com o doente/família e o contexto. O confronto entre o seu nível de competência e os valores ao Cuidar, com as teorias de Peplau, Mayerof, Watson, Orlando, Benner, Chalifour e Phaneuf, permitiu ancorar nos conceitos identificados todos os ingredientes major do Cuidar e de uma Relação de ajuda profissional, a um nível de perito, contribuindo para um percurso de aceitação progressiva da morte, com o mínimo de sofrimento físico e existencial e preservando a dignidade do doente.
- Aliviando o sofrimento : o processo de acompanhamento de enfermagem ao doente em final de vidaPublication . Martins, Maria Clara Sales Fernandes Correia, 1955-; Basto, Marta LimaNa fase final de vida, a dor e o sofrimento correm parelhas e são uma constante. A enfermeira é o elemento da equipa de saúde que mais de perto e durante mais tempo lida com o sofrimento do doente. Ela tem a seu cargo a sua avaliação, compreensão e alívio. A literatura, no entanto, não propicia uma clara evidência sobre a forma como as enfermeiras o fazem. Compreender a forma como se desenvolve o processo de intervenção de enfermagem no alívio do sofrimento do doente em final de vida, internado numa unidade hospitalar, é o objectivo central deste estudo. Desenvolveu-se uma investigação de natureza qualitativa, utilizando-se o método da Grounded Theory e uma triangulação de dados obtidos através de diversas técnicas: observação participante, entrevistas formais e informais, análise de registos de enfermagem, transcrição de uma passagem de turno e notas de campo. Participaram no estudo 19 enfermeiros de uma unidade hospitalar, 9 doentes internados na mesma unidade e 19 familiares.. Os achados revelam que a intervenção de enfermagem para o alívio do sofrimento do doente em final de vida desenvolve-se através de um processo de acompanhamento de enfermagem que é interaccional, dinâmico, integral e sistemático. Numa primeira fase, os enfermeiros percepcionam, identificam e avaliam este tipo de sofrimento e descrevem-no como uma experiência dramática e multidimensional, caracterizada por sentimentos de dor, medo, ansiedade, angústia, inquietação, impotência, tristeza e desespero, e que está relacionado com a consciencialização da situação terminal. a ausência de futuro, a incerteza do devir, o medo de morrer. Na segunda fase, os enfermeiros intervêm (1) ajudando o doente a viver os últimos dias de vida, ao proporcionar-lhe conforto físico, ao ajudá-lo a aceitar a realidade, ao apoiá-lo emocionalmente, ao harmonizar o ambiente à sua volta e ao proporcionar-lhe a presença dos amigos e familiares e (2) ajudando-o a morrer, ao satisfazer os seus últimos desejos e necessidades espirituais, ao proporcionar-lhe a presença e conforto dos familiares, e ao confortá-lo no momento de morrer. Ao confrontar-se com o sofrimento e morte do doente, o enfermeiro sofre também, porque toma consciência da sua própria finitude e sente-se impotente face à morte, mas através da relação profunda que estabelece com cada doente que acompanha no sofrimento e no processo de morrer, o enfermeiro aprende, cresce e amadurece tornando-se mais apto para lidar com o sofrimento e a morte.
- Contributos da intervenção de enfermagem na promoção da transição para a maternidade e do aleitamento materno : um estudo quasi-experimentalPublication . Graça, Luís Carlos Carvalho da; Figueiredo, Maria do Céu Barbiéri, 1958-; Conceição, Maria Teresa Caetano Carreira, 1947-A gravidez e o pós-parto são caracterizados por grandes desafios e mudanças, com consequentes reajustamentos físicos, psicológicos, familiares e sociais. Os profissionais de saúde, através dos cuidados que prestam, constituem-se importantes recursos para ultrapassar com sucesso os desafios face à nova situação. O estudo teve como objectivo analisar os contributos de intervenções de enfermeiras de Centros de Saúde do distrito de Viana do Castelo, na promoção: i) do auto-cuidado e cuidados à criança, ii) da transição para a maternidade, iii) do aleitamento materno. Para tal desenhámos um estudo quasi-experimental, com uma amostra de 151 primíparas, com vigilância da gravidez e de saúde infantil nos Centros de Saúde, distribuídas aleatoriamente por quatro coortes. A variável independente foi a participação num curso de preparação para a parentalidade/parto e uma visita domiciliária no pós-parto. A recolha de dados ocorreu entre a 26ª e a 28ª semanas de gravidez, 28º e 32º dias após o parto e sexto mês após o parto, através de questionário, da escala Maternal Adjustment and Maternal Attitudes, Maternal Self-Report Inventory e Maternal Breastfeeding Evaluation Scale. Os resultados indicaram que os contributos para o auto-cuidado e os cuidados à criança foram elevados, diminuindo da gravidez até ao sexto mês após o parto, não se verificando efeitos decorrentes da intervenção. Na transição para a maternidade, o ajustamento face aos Sintomas Somáticos, e as Atitudes perante a Gravidez e o Bebé evoluiram favoravelmente, enquanto na Imagem Corporal e na Relação Conjugal a evolução foi desfavorável. Não se observaram efeitos decorrentes da intervenção. A auto-estima materna era elevada. O aleitamento materno, apresentou uma taxa de iniciação elevada (97,4%), com quebras acentuadas ao longo do tempo. A taxa de prevalência do aleitamento materno exclusivo ao primeiro mês foi de 41% e aos seis meses de 2%; a de aleitamento materno foi, respectivamente, de 79,9% e 37,1%. A duração média foi de 123,8±68,9 dias, amamentando durante mais tempo as mulheres com intervenção no pré e pós-parto. Em síntese, intervenções que se prolongam no tempo, com diversidade de estratégias e contextos de intervenção, tem efeitos na duração do aleitamento materno, não se verificando nas restantes situações em análise.
- O processo de construção de cuidados enfermeiro/pessoa em fim de vida : encontro de corposPublication . Frias, Cidália de Fátima Cabral de, 1965-; Lopes, Manuel José; Rosa, Joaquim Coelho, 1949-É cada vez mais consensual que a singularidade da pessoa dita necessidades em cuidados de enfermagem, as quais exigem respostas diferenciadas e complexas. Perante uma pessoa em fim de vida, as intervenções revestem-se de tal peculiaridade que se tornou para mim imperioso compreender como se constroem esses cuidados, numa época em que cada vez mais as pessoas morrem no hospital. Nessa perspectiva, tive como questão orientadora: “Como é que o enfermeiro e a pessoa em fim de vida constroem o processo de cuidados, num serviço de internamento de um hospital de agudos?”. Para tal, realizei um estudo de natureza indutiva, recorrendo à metodologia grounded theory, com o intuito de compreender a natureza e o processo de interacção enfermeiro/pessoa em fim de vida; identificar as intervenções terapêuticas dos enfermeiros na interacção/partilha de corpos; e contribuir para o desenvolvimento de uma teoria de médio alcance. A amostragem foi teórica. Recorri à observação não participante e às entrevistas narrativas (realizadas aos enfermeiros, doentes e familiares) como técnicas de colheita de dados, os quais foram analisados pelo método de comparações constantes, utilizando o programa informático NVivo 7. Na análise dos dados destacou-se como categoria central: “O processo de construção de cuidados enfermeiro/pessoa em fim de vida: encontro de corpos”. Contribuem para esta categoria central os conceitos: “Processo de avaliação das vivências no corpo transformado” e o “Processo de intervenção terapêutica dos enfermeiros na interacção/partilha de corpos”. Por sua vez estes conceitos vão ganhando características diferentes à medida que o Processo de construção de cuidados evolui através das seguintes fases: “Acolhimento da pessoa e família: o início da interacção”; Co-construção dos cuidados em sintonia” e “O(s) último(s) encontro(s): o fim da interacção”. Como características gerais da globalidade deste processo conclui-se que a interacção se vai fortalecendo, através do aprofundamento das suas características profissionais, nomeadamente a intencionalidade das intervenções. As potencialidades terapêuticas destas intervenções tinham em conta as condições contextuais, a empatia, a cumplicidade e a confiança, sendo um processo coconstruído e prolongado no tempo. O tempo era uma dimensão importante: a doente e o enfermeiro iam interiorizando a vivência da doença, contribuindo para o desenvolvimento pessoal de ambos e, concomitantemente para o processo de desenvolvimento profissional. O desenvolvimento pessoal e profissional do enfermeiro iam-se reflectindo na forma como geria as dificuldades inerentes ao contexto e às dificuldades na interacção enfermeiro/doente/família.
- O exercício do poder nos cuidados de enfermagem : os cuidados de higienePublication . Salvado, Maria Manuela Geraldes Gândara Janeiro, 1952-; Botelho, Maria Antónia Rebelo, 1955-O poder dos cuidados de enfermagem ora se situa numa perspectiva libertadora e potencializadora das capacidades em presença, ora numa perspectiva redutora em que a dominação sobre o outro acontece. Um conhecimento mais aprofundado do fenómeno do poder e das estratégias utilizadas pelo enfermeiro num momento em que o doente se encontra mais vulnerável e frágil, como são os cuidados de higiene, permite uma consciencialização de um fenómeno que ocorre no seio da interacção enfermeiro-doente, e que interroga a compreensão do doente enquanto sujeito de cuidados, questiona os modos de acção do enfermeiro e questiona a própria finalidade do cuidado. A fim de compreender os modos e mecanismos do exercício do poder que emergem na interacção com o doente, no momento dos cuidados de higiene, e analisar as estratégias de poder usadas pelo enfermeiro nestes cuidados, utilizou-se o estudo de caso. Seleccionado o contexto de um serviço de medicina interna, usou-se a observação participante e as entrevistas formais e informais como métodos de recolha de dados. Os resultados evidenciaram que os enfermeiros exercem um poder através de duas modalidades: uma que se exerce pela linguagem, usando um discurso mais personalizador ou mais regulador da acção; outra através do controlo da participação nos cuidados através do controlo do envolvimento, do tempo e da comunicação. Estas modalidades são influenciadas pela interpretação que o enfermeiro faz do contexto organizacional, do sentido atribuído aos cuidados de higiene e da pessoa do doente. Elas fluem e alternam-se no decurso da mesma interacção de cuidados de higiene, surgindo como uma acção ou reacção ao outro. São modalidades de exercício que são situacionais, variáveis e imprevisíveis. O exercício do poder do enfermeiro surge como um poder agir com e sobre o outro. É um exercício que não é reconhecido como tal, escondendo-se sob o carácter beneficente da acção, sendo muito condicionado pelo modo como o contexto é interpretado e vivenciado. É um exercício que não comporta uma intencionalidade nem um reconhecimento dos seus efeitos e consequências, e que revela um espaço de liberdade do enfermeiro para determinar os mecanismos e estratégias de poder a usar na interacção com o doente.