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A presente tese pretendeu investigar a Perturbação de Stress Pós-Traumático (PSPT), caracterizada como uma morbidade decorrente da exposição direta ou indireta a eventos relacionados à ameaça à vida e à integridade física, entre polícias, os quais compõem um grupo ocupacional de maior risco.
Pretendeu-se investigar a incidência da PSPT dentre polícias militares do Rio de Janeiro, e, ainda, investigar, tanto nesta corporação policial brasileira, como em uma corporação portuguesa, como recursos contextuais, nomeadamente o apoio social no trabalho, e sua associação a outros recursos contextuais e individuais, contribuem para a atenuação da referida perturbação dentre os seus profissionais. Optou-se por utilizar a Teoria de Conservação de Recursos como modelo teórico de referência no presente projeto, cujos pressupostos conferem ao contexto social e organizacional um papel fundamental na disponibilização de recursos valiosos para a resposta ao trauma.
A investigação, composta por um conjunto de três estudos empíricos, procurou enfatizar a importância de se analisar diferentes aspetos do apoio social no contexto policial e a PSPT, e o processo através do qual as relações sociais influenciam desfechos decorrentes de incidentes típicos da atividade policial. Com este objetivo em vista, o primeiro estudo procurou realizar a análise das associações entre variáveis preditoras, nomeadamente aspetos demográficos (i.e., idade, género, estado civil e habilitações) e ocupacionais (i.e., posto/graduação, função, antiguidade na instituição, unidade de lotação) com a PSPT entre polícias do Rio de Janeiro (N = 3.577), de forma a identificar um perfil ocupacional de risco nesta população. Através de análises de regressão logística, verificou-se que os profissionais de mais baixas patentes apresentam maior probabilidade de desenvolver a perturbação, e que polícias em funções operacionais táticas, mais valorizadas institucionalmente, apresentaram menor risco de serem por ela cometidos.
O segundo estudo pretendeu analisar o efeito de diferentes tipos de suporte social no trabalho (i.e. instrumental, informacional e emocional) sobre a PSPT em polícias militares do Rio de Janeiro (N=329), e, igualmente, o seu papel como fator de sustentação e incremento de passagens de recursos no ambiente laboral, por meio do efeito de mediação da ligação afetiva dos profissionais com a organização (i.e. compromisso organizacional afetivo) na atenuação dos efeitos de situações potencialmente traumáticas. Por meio de análises de Modelagem por Equações Estruturais, observou-se que apenas o apoio emocional apresentou uma relação negativa significativa com os níveis de PSPT reportados. Adicionalmente, o compromisso afetivo apresentou um papel mediador contribuindo para explicar a relação entre o apoio emocional e a PSPT.
O terceiro estudo, com polícias da Guarda Nacional Republicana portuguesa (N=383), visou investigar a interação de recursos contextuais de apoio no trabalho (i.e., apoio de chefes e de colegas) com recursos individuais (i.e. Capital Psicológico) sobre a PSPT. Os resultados obtidos, também por meio de Modelagem por Equações Estruturais, demonstraram que ambas as fontes de suporte analisadas oferecem um papel de proteção contra a PSPT, e esta relação parece ser mediada pelo capital psicológico nesta população.
Os estudos realizados ratificam a saliência do apoio emocional no contexto do trabalho e a importância do fomento de trocas sociais positivas entre agentes de diferentes níveis hierárquicos nas respostas traumáticas decorrentes da atividade policial, nomeadamente a PSPT, representando insumos teóricos e práticos para o planeamento e aperfeiçoamento de políticas institucionais de gestão de pessoas e ações de saúde ocupacional nestas corporações.
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Keywords
Polícia Perturbação do stress pós-traumático Teoria da conservação de recursos Apoio social Compromisso organizacional Capital psicológico (PsyCap) Police Post-traumatic stress disorder Consrvation of resources theory, Social support Organizational commitment Psychological capital (PsyCap)
