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Os economistas corporativistas portugueses e o problema do salário

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Na perspectiva de Bastien C. (1990), a redefinição das relações de força entre as diversas camadas e fracções das classes possidentes, e sobretudo destas com o conjunto do movimento operário, constituiu o aspecto fundamental da viragem global que o atrasado e dependente capitalismo português conheceu com a instauração do Estado Novo, a partir de 1933. Um novo poder social, fundamentalmente assente na aliança dos grandes interesses agrários e industriais uma nova ordem jurídico. política, com a criação de um Estado autoritário de tipo fascista, uma nova ordem ideológica, filtrada por uma racionalidade organicista e marcada pelo culto da ordem, da estabilidade e da hierarquia, uma nova ordem económica, que se poderá talvez designar de Capitalismo de Estado para o monopolismo eram os dados fundamentais da nova situação. O exposto sugere que existiu em Portugal, nos anos 30 e na primeira metade dos anos 40, um esforço de criação de uma teoria (em rigor de uma ideologia teórica) económica corporativista — em que a análise do mercado de trabalho e da determinação do salário era uma componente — que de algum modo respondeu às necessidades de legitimação do Estado Novo. Deve no entanto, notar-se que, tanto no plano da produção de falsa consciência como no propriamente cognitivo, só atingiu resultados assaz limitados. Em suma, quando, mesmo por parte dos principais dirigentes da economia corporativa, se entrava no terreno das afirmações de senso comum; o salário justo, corporativo, humanamente suficiente, ou igual à produtividade do trabalho levava sumiço e só ficava o mais adequado «salário baixo», arbitrado por conveniência política, facto que era só por si revelador das insuficiências da ideologia teórica é corporativa e, consequentemente, da sua fraca aptidão para se constituir em meio de representação ideal da realidade económica, fosse essa representação de natureza objectiva ou dissimuladora.

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Keywords

Pensamento económico Doutrina económica Corporativismo Estado Novo Mercado de trabalho Operários Baixos salários Baixa produtividade Condições de trabalho (In) Justiça Social

Pedagogical Context

Citation

Bastien, Carlos (1990), "Os economistas corporativistas portugueses e o problema do salário". In A. Almodôver (Org.), Estudos sobre o pensamento económico em Portugal: pp. 229-240. Faculdade de Economia da Universidade do Porto. Porto.1990.

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Faculdade de Economia do Porto

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