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Research Project
The Government of Difference Political Imagination in the Portuguese Empire (1496-1961)
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A voz dos bandos: colectivos de justiça e ritos da palavra portuguesa em Timor-Leste colonial (séculos XIX-XX)
Publication . Roque, Ricardo
Este capítulo explora as relações entre o discurso da justiça e a prática
do ritual no governo colonial português em Timor-Leste, entre a segunda
metade do século XIX e as primeiras décadas do século XX. O objecto de
análise é uma instituição singular do governo colonial neste pequeno território,
onde os portugueses se encontravam estabelecidos desde longa
data.1 Refiro-me ao complexo designado por bandos, as ordens e instruções
de comando emanadas pelo governador português em Díli para as
populações dos diversos reinos timorenses dispersos pelo país. A importância
do discurso no desenho de relações coloniais de poder – e, bem
assim, em contraponto, de relações de resistência ou subversão a esse
poder – tem constituído um tema central na antropologia e nos estudos do colonialismo. Contudo, a dominância de definições estritamente linguísticas
ou literárias do objecto de análise neste campo de estudos tem
deixado na sombra um importante aspecto das formações discursivas do
colonialismo, a saber: a inscrição material e ritual dos discursos coloniais,
sem a qual a força política da linguagem dificilmente se compreende.
Nos estudos pós-coloniais, em especial, vêm imperando abordagens, que,
na esteira de autores como Edward Said ou Homi Bhabha, tendem a restringir
o estudo da palavra «colonial» às manifestações internas às estruturas
literárias, retóricas e linguísticas dos textos. O textualismo destas
análises do discurso colonial, como bem observou Robert J. C. Young,
falha em não considerar as materialidades do discurso e, logo, do próprio
colonialismo. Paradoxalmente, porém, este foi um aspecto central ao
fecundo trabalho de Michel Foucault, autor que serviu de principal inspiração
à vaga de estudos sobre discurso na crítica pós-colonial
As Cortes de Portugal e o governo dos "territórios ultramarinos" (séculos XVI-XVIII)
Publication . Cardim, Pedro
Há alguns anos o historiador Irving A. A. Thompson, profundo conhecedor
da história da Monarquia Hispânica dos séculos XVI-XVII, estudou
o modo como a população de Castela reagiu à «política internacional
» de Filipe II. Para realizar tal estudo, Thompson baseou-se,
fundamentalmente, nas actas das Cortes de Castela, tendo em vista avaliar
a presença de questões «internacionais» nos debates que tiveram lugar
nessa instituição parlamentar. Analisadas as sessões de todas as reuniões
de Cortes celebradas durante a segunda metade de Quinhentos, Thompson
chegou à conclusão de que as questões «internacionais» foram gradualmente
perdendo peso nos debates, ao mesmo tempo que as matérias
relativas aos territórios peninsulares de Castela se foram tornando cada
vez mais presentes. À medida que se aproximou o final do século XVI, o
parlamento castelhano foi revelando menos disponibilidade para debater
questões exteriores ao âmbito peninsular castelhano.
Casa dos estudantes do Império: da opção imperial à luta contra o colonialismo português (1944-1965)
Publication . Ferreira, Pedro Almeida
A Casa dos Estudantes do Império (CEI) foi uma organização que
acolheu na metrópole, durante um longo período do Estado Novo, estudantes
universitários provenientes das colónias portuguesas.
Ao desenvolver-se como um local de passagem e de discussão, sobre
os mais variados assuntos relacionados com o ultramar português, algo
único na época, tornou-se um elemento indispensável para o estudo da
resistência e oposição ao colonialismo português. No entanto, poucos
têm sido os estudos sobre a sua importância. Nesse sentido, este capítulo
constitui-se como uma visão de síntese, que pretende responder a duas
questões essenciais – em primeiro lugar, perceber de que forma é que,
ao ser criada no âmbito de uma estratégia imperial, a CEI acaba por se
afirmar como um espaço de socialização anti-salazarista e anticolonialista.
Em segundo lugar, e de forma genérica, compreender de que forma é
que a sua actividade contribuiu para a formação de uma elite que se constituirá,
em muitos casos, como parte integrante do percurso das emergências
nacionalistas das colónias portuguesas.
O governo dos outros: poder e diferença no império português
Publication . Xavier, Ângela Barreto; Silva, Cristina Nogueira da
O livro analisa formas de governar as diferentes populações do império português, em tempos e em lugares distintos. Ao privilegiar um problema que a historiografia não estudou de forma sistemática – o estatuto do «outro» no império português –, este livro contribui para pensar historicamente a articulação entre políticas inclusivas e de exclusão, as situações de liminaridade social a ela associadas, bem como a opção por «vias suaves» ou por «vias violentas» de governo, temas que são da maior relevância para entender, também, a contemporaneidade.
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Fundação para a Ciência e a Tecnologia
Funding programme
3599-PPCDT
Funding Award Number
PTDC/HIS-HIS/104640/2008
