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- Mapas de metade do mundoPublication . Oliveira, Francisco Roque de; Meendoza Vargas, Héctor“Mapas de metade do mundo”, o título escolhido para este livro, é adaptado da expressão quase análoga inscrita pelo jurista, historiador e geógrafo Juan López de Velasco na abertura da sua Geografía y Descripción Universal de las Indias, de 1574. Feliz sugestão retórica de um espaço vastíssimo, a expressão tem particular interesse porque agrega um conjunto de terras e de mares em função de um poder de sentido imperial. Ora, mesmo quando a natureza do poder se modifica, podemos sempre retomar o exercício proposto por López de Velasco e indagar as dimensões ideais de representação que, tal como as evidências materiais e as experiências das sociedades, contribuem para a definição e a coerência de todo e cada um dos territórios.
- Geografia imagináriaPublication . Oliveira, Francisco Roque DeO principal legado geográfico dos Descobrimentos consistirá na cartografia da generalidade das terras emersas, de acordo com um processo que está concluído antes do termo da primeira metade do século XVI. Este mesmo processo resultou na afirmação do espaço real e mensurável, o qual tanto desmentiu pelos factos os limites práticos e teóricos que os Antigos haviam colocado à exploração da realidade terreste, como revogou a forma como a teologia cristã ocidental pensara o mundo. Ainda assim, estamos longe de nos encontrar em presença do triunfo instantâneo da geografia “positiva”. De facto, não apenas o novo saber objectivo e laico conviveu longamente com representações míticas ou imaginárias dos espaços terrestres, como sabemos que um dos principais motores das viagens de exploração e descoberta – e, portanto, do próprio progresso geográfico – assentou no gosto pelo maravilhoso e na busca de objectos ou destinos mais ou menos quiméricos.
- A «Ilha Brasil» de Jaime Cortesão: ideias geográficas e expressão cartográfica de um conceito geopolíticoPublication . Oliveira, Francisco Roque deO chamado «mito da Ilha-Brasil» correspondeu a uma das ideias centrais do pensamento geopolítico de Jaime Cortesão, desenvolvido quando este historiador português apresentou no Ministério das Relações Exteriores do Brasil, entre 1944 e 1950, uma importante série de cursos sobre a História da Cartografia e as fronteiras brasileiras. No seu entender, uma razão geográfica de Estado oposta ao Tratado de Tordesilhas preside à formação territorial do Brasil, lógica essa que teria as suas primeiras expressões literárias e cartográficas no século XVI, prolongando-se depois no tempo, a ponto de a podermos reencontrar no pensamento de Alexandre de Gusmão e subjacente à estratégia arquitectada por Portugal para a negociação do Tratado de Madrid (1750). Nesse sentido, os mapas antigos funcionariam como um reflexo particularmente tangível da consciência precoce da unidade geográfica, económica e humana desse território inteiro e da vontade política de o dominar.
- Mapas de metade do mundo. A cartografia e a construção territorial dos espaços americanos: séculos XVI a XIXPublication . Oliveira, Francisco Roque de; Meendoza Vargas, HéctorCerca de metade dos dezanove trabalhos reunidos neste livro corresponde a investigações originais apresentadas no II Simpósio Ibero-Americano de História da Cartografia, evento que decorreu na Cidade do México entre 21 e 25 de Abril de 2008 subordinado ao tema “A cartografia e o conhecimento do território nos países iberoamericanos”. Os restantes artigos resultaram do convite directo aos respectivos autores, tendo sido propósito dos coordenadores do livro acolher alguma da investigação que vem sendo realizada sobre os quatro eixos temáticos que estruturam este volume: “As fontes e a reflexão filosófica e histórica”, “Desafios do olhar: novas ideias em velhos mapas”, “Entre tensões territoriais e as notícias da Ibero-América” e “O grande horizonte: os mapas e a navegação”. O conjunto permite uma vasta panorâmica sobre as representações cartográficas dos espaços americanos entre os séculos XVI e XIX, assim como sobre o modo como estas sinalizaram os processos de apropriação territorial aí ocorridos. Para além disso, esta colecção de artigos resulta num lugar de encontro entre mais de duas dezenas de especialistas americanos e europeus, que aqui confrontam distintos métodos e modelos teóricos de investigação a pretexto de um conjunto de objectos cartográficos tão heterogéneos quanto as pinturas indígenas novohispanas do século XVI, a cartografia urbana do Brasil setecentista, os primeiros mapas onde a Europa cristalizou uma visão imperial da sua presença na América ou os atlas escolares que ajudaram à construção da identidade das nações.
- Ribeiro dos Santos vs. Garção Stockler: os primeiros estudos de história da cartografia em PortugalPublication . Oliveira, Francisco Roque DeÉ comummente atribuída ao jurista António Ribeiro dos Santos (1745-1818) a autoria dos primeiros estudos publicados em Portugal sobre temas próprios da história da cartografia, o que aconteceu cerca de duas décadas antes do 2.º visconde de Santarém ter definido o próprio projecto desta disciplina emergente. Tal interpretação tem por base um conjunto de ensaios publicados por Ribeiro dos Santos nas Memorias da litteratura portugueza da Academia Real das Ciências de Lisboa, entre 1812 e 1814, assim como no volume V de Historia e Memorias da Academia Real das Sciencias de Lisboa, editado em 1817. Nesta comunicação, confrontaremos o conteúdo destes textos com as páginas que o matemático Francisco de Borja Garção Stockler (1759-1829) dedicou a boa parte dos mesmos temas e também fez editar pela Academia das Ciências em 1805. Deste confronto sai uma proposta de revisão sobre as primícias da história da cartografia em Portugal, a qual procuraremos interpretar à luz do contexto político, científico e cultural que tanto foi comum a Ribeiro dos Santos e Garção Stockler, como acabou por ditar as tensões e confrontos que começaram por protagonizar no próprio palco da Academia. Como propomos provisoriamente, a relação umbilical, mas não confessa, que existe entre as páginas que ambos escreveram sobre os mapas antigos deve começar por ser vista à luz da irreversível divergência dos respectivos percursos que aconteceu a partir de 1799.
- Jaime Cortesão, cartólogo no Brasil. Génese e conteúdo dos cursos de História da Cartografia e da Formação Territorial Brasileira leccionados no Itamaraty (1944-1950)Publication . Oliveira, Francisco Roque DeNeste estudo, reconstituímos o complexo processo de estruturação da série de cursos de “geografia superior” que Jaime Cortesão leccionou no Ministério das Relações Exteriores do Brasil entre 1944 e 1950, conferindo a sua matriz inicial, as principais mudanças que foram sendo introduzidas nos conteúdos e os respectivos contextos de realização. Como veremos, se as matérias específicas da cartografia articulam todo o exercício didáctico oferecido por Cortesão aos seus alunos do Itamaraty, a leitura dos mapas e das circunstâncias em que os mesmos foram realizados interessaram‑lhe sobretudo quando incorporadas na narrativa mais ampla sobre a própria história do Brasil e a definição da sua singularidade geográfica.
- Paolo dal Pozzo ToscanelliPublication . Oliveira, Francisco Roque DeA redescoberta da Geografia de Ptolomeu, traduzida em latim por Jacobo d’Angelo, em 1410, teve particular impacto em Florença. Entre os anos de 1450 e 1470 encontram-se aí os mais famosos realizadores de códices ptolomaicos com cartas, como Piero del Massaio, Francesco Berlinghieri, Niccolò Germano e o alemão Henricus Martellus. Em sintonia com a prática mais comum nessa atmosfera intelectual, o trabalho geográfico de Toscanelli alia o inquérito sobre a realidade dos territórios com o respeito pelos cânones ptolomaicos, considerados indispensáveis para validar cientificamente a produção cartográfica
- Da Ilha Brasileira à Ilha-Brasil: génese, fixação e crítica de um MacGuffin geográficoPublication . Oliveira, Francisco Roque DeThe so-called “Island-Brazil myth” corresponded to one of the central ideas of the geopolitical thought of Jaime Cortesão (1884-1960), developed when this Portuguese historian presented at the Ministry of Foreign Affairs of Brazil, between 1944 and 1950, an important series of courses on historical cartography and Brazilian borders.
- Henricus Martellus GermanusPublication . Oliveira, Francisco Roque DeHenricus Martellus trabalhou como cartógrafo em Florença entre 1480 e 1496, tendo sido durante algum tempo colaborador na oficina do miniaturista e gravador Francesco Rosselli (c. 1447-antes 1527). Foi autor de duas edições manuscritas da Geografia de Ptolomeu, de cinco edições do Insularium illustratum de Cristoforo Buondelmonti (1386-c.1430) e, ainda, de um amplo mapa-mundo realizado c. 1491, hoje pertença da Yale University Library.
- Programa e argumentos para o estudo dos mapas antigos: Francisco Garção Stockler e António Ribeiro dos Santos na Academia Real das Ciências de Lisboa, 1805-1817Publication . Oliveira, Francisco Roque DeMais de três décadas antes de Manuel Francisco de Barros e Sousa, 2.º Visconde de Santarém, haver instituído o estudo sistemático da Cartografia Antiga em diálogo directo com os seus pares da Societé de Géographie de Paris, da Bibliothèque Royale e do Institut de France, a Academia Real das Ciências de Lisboa foi palco da apresentação dos primeiros ensaios que articularam o conhecimento das “cartas hydrograficas” ou dos “mappas geograficos” com a construção do saber científico da época dos descobrimentos portugueses. Assinados separadamente pelo matemático Francisco de Borja Garção Stockler (1759-1829) e pelo jurista António Ribeiro dos Santos (1745-1818), tais estudos tiveram a enquadrá-los a mesma circunstância em que a historiografia impulsionada pela Academia buscou fixar uma leitura apologética e heróica da empresa ultramarina, assim como uma razão científica pioneira para essa época decisiva da História de Portugal