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Benavente, Renata

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  • Factores de mudança nas representações da vinculação em crianças de famílias de alto-risco
    Publication . Benavente, Renata; Justo, João Manuel Rosado de Miranda, 1958-; Moreira, João Manuel, 1964-
    Esta investigação tem como objectivo principal identificar os factores de mudança das representações da vinculação durante a infância em crianças de famílias de alto-risco. Constituíram-se 2 grupos em função do estatuto de vitimização por mau trato, negligência ou abuso sexual: 127 crianças sinalizadas aos serviços de protecção (Comissões de Protecção de Crianças e Jovens) e 121 crianças sobre as quais não haviam suspeitas de vitimização, integradas em equipamentos educativos (ensino pré-escolar ou actividades de tempos livres). O delineamento da investigação foi longitudinal e prospectivo e as avaliações das representações da vinculação foram realizadas com um intervalo de 3 anos: a primeira na idade pré-escolar e a segunda na idade escolar (54 crianças do grupo de risco e 57 crianças do grupo sem suspeitas de vitimização). Determinou-se o impacto do apoio social percebido pela criança, do estilo de vinculação do cuidador principal, das percepções de apoio pelo adulto - relativamente à mãe e ao(à) companheiro(a), da depressão, dos acontecimentos de vida negativos e das experiências de cuidado e abuso, na infância e adolescência do cuidador principal, sobre a descontinuidade das representações da vinculação da criança. Os resultados permitem concluir que: 1) as representações segura e desorganizada são mais estáveis que as representações desactivada/evitante e hiperactivada/ambivalente; 2) a estabilidade da desorganização ocorre principalmente no grupo de risco e, 3) a descontinuidade das representações verifica-se sobretudo no sentido da segurança. Relativamente ao cuidador identificou-se a associação dos seguintes factores às descontinuidades das representações da criança no sentido da insegurança: 1) o estilo de vinculação inseguro; 2) a depressão, 3) o conflito percebido no contexto da relação conjugal, 4) as baixas percepções de apoio prestado pela mãe e pelo companheiro, 5) a reduzida percepção de profundidade na relação conjugal e, 6) a menor referência a acontecimentos de vida negativos. Não se observou influência das experiências de abuso ocorrido na infância do cuidador sobre aquelas representações.
  • Maus tratos e negligência na infância : efeitos sobre as representações da vinculação em crianças de idade pré-escolar
    Publication . Benavente, Renata; Justo, João Manuel Rosado de Miranda, 1958-
    O presente trabalho tem como objectivo principal esclarecer a influência dos maus tratos e da negligência nas representações da vinculação em crianças de idade préescolar. Utilizámos a Tarefa de Completamento de Histórias concebida por Bretherton, Ridgeway e Cassidy (1990) e a metodologia Q-Sort segundo a proposta de Miljkovitch, Pierrehumbert, Karmaniola e Halfon (2003), para discriminar entre estratégias de vinculação observadas em crianças maltratadas, crianças negligenciadas e crianças sem suspeita de maus tratos ou negligência. O presente trabalho tem como objectivo principal esclarecer a influência dos maus tratos e da negligência nas representações da vinculação em crianças de idade préescolar. Utilizámos a Tarefa de Completamento de Histórias concebida por Bretherton, Ridgeway e Cassidy (1990) e a metodologia Q-Sort segundo a proposta de Miljkovitch, Pierrehumbert, Karmaniola e Halfon (2003), para discriminar entre estratégias de vinculação observadas em crianças maltratadas, crianças negligenciadas e crianças sem suspeita de maus tratos ou negligência. A Teoria da Vinculação, cuja génese conceptual se encontra nos trabalhos de Bowlby iniciados em 1940, pressupõe que as crianças desenvolvem modelos de representação interna do objecto primário com que se relacionam, de si próprias e de si próprias em relação com os outros, com base na história de relacionamento com o prestador primário de cuidados. Quando os prestadores de cuidados (pais ou seus substitutos) adoptam comportamentos desadequados, como ocorre nas situações de maus tratos ou de negligência, o comportamento de vinculação da criança é afectado Crittenden (1988a). A investigação tem vindo a demonstrar que as crianças sujeitas a experiências de maus tratos ou de negligência desenvolvem padrões muito inseguros de vinculação (Crittenden, 1988b; Carlson, Cicchetti, Bamett, & Braunwald, 1989; van Uzendoom, Schuengel & Bakersman-Kranenburg, 1999b) e constroem modelos distorcidos do self Por consequência, os outros são percepcionados como indisponíveis e rejeitantes. Os resultados obtidos neste estudo indicaram que as crianças maltratadas ou negligenciadas em idade pré-escolar (dos 3 aos 6 anos) tendem a adoptar estratégias inseguras de vinculação (desactivadas, hiperactivadas e desorganizadas), recorrendo menos à estratégia segura, quando comparadas com crianças que não foram vítimas de maus tratos ou de negligência. Não se encontraram diferenças, entre o grupo de crianças maltratadas e o grupo de crianças negligenciadas. Não se verificaram diferenças significativas em função do sexo das crianças nem em função da existência de relações com outros adultos significativos não maltratantes ou não negligentes, no desenvolvimento de estratégias de vinculação inseguras. Os resultados são discutidos com base na Teoria da Vinculação, sendo também feitas algumas propostas, de investigação futura.