FMD - Dissertações de Mestrado
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- Eficácia dos substitutos/estimulantes salivares tópicos em idososPublication . Flores, Patrícia Almeida; Graça, Sandra RibeiroObjetivos: Avaliar a eficácia de diferentes substitutos/estimulantes salivares no pH, fluxo salivar e SXI-5 de idosos institucionalizados. Materiais e Métodos: Este estudo experimental, do tipo ensaio clínico paralelo e randomizado, envolveu 50 idosos institucionalizados com idade igual ou superior a 65 anos, através da aplicação de dois questionários, sialometria e medição de pH no início e quatro semanas após a utilização de um substituto/estimulante salivar. Resultados: 48% dos participantes relataram boca seca frequentemente, 52% referem sentir frequentemente os lábios secos e 20% da amostra não conseguiu cuspir nenhuma saliva durante os 5 minutos. Foi verificada uma correlação negativa significativa entre o fluxo salivar e pH com o SXI-5 no momento inicial (p=0.003 e p<0.001, respetivamente) e no momento final (p<0.001 em ambas as variáveis). Todos os substitutos/estimulantes salivares provocaram ligeiras melhorias no fluxo salivar, apesar de não existirem diferenças estatísticas entre eles. A utilização dos diferentes substitutos não teve efeito consistente no pH. Todos os produtos tiveram efeitos positivos na perceção de xerostomia. Conclusões: Os resultados obtidos refletem que todos os produtos têm efeitos positivos na mitigação dos sintomas de xerostomia e no aumento do fluxo salivar não estimulado. Conhecer as causas e manifestações da xerostomia pode ajudar na implementação de medidas preventivas.
- Efeitos do tabaco aquecido na saúde oralPublication . Ferreira, Daniela Maria da Silva; Luís, Henrique Soares; Bizarra, FátimaIntrodução: O tabagismo é um fator de risco para diversas doenças sistémicas e orais. Recentemente, o tabaco aquecido ganhou popularidade como alternativa menos prejudicial aos cigarros convencionais, mas os seus efeitos na saúde oral ainda não estão totalmente esclarecidos. Objetivo: Investigar e comparar os efeitos do tabagismo convencional e do uso de tabaco aquecido nos parâmetros periodontais, na pigmentação dentária extrínseca e na perceção da saúde oral e geral dos indivíduos, em comparação com não fumadores, em adultos dos 18 aos 65 anos. Materiais e métodos: Este estudo piloto observacional transversal incluiu 32 participantes divididos em três grupos: não fumadores (n=12), fumadores de cigarros convencionais (n=10) e utilizadores de tabaco aquecido (n=10). Analisou-se a profundidade de sondagem, margem gengival, nível de inserção clínico, envolvimento de furca, mobilidade dentária, índice de hemorragia, índice de placa bacteriana e índice de pigmentação dentária. Um questionário avaliou a perceção dos participantes sobre sua saúde oral e geral. Resultados: A profundidade de sondagem foi significativamente maior nos fumadores convencionais em comparação com os não fumadores (p<0,001), mas sem diferença estatisticamente significativa entre fumadores convencionais e utilizadores de tabaco aquecido. O índice de pigmentação dentária foi mais elevado nos fumadores convencionais do que nos não fumadores (p=0,001), e sem diferença estatisticamente significativa em relação aos utilizadores de tabaco aquecido. O índice de placa bacteriana foi maior e estatisticamente significativo nos fumadores convencionais em comparação com os não fumadores (p<0,001), mas não diferiu significativamente entre fumadores convencionais e utilizadores de tabaco aquecido. Não foram encontradas diferenças significativas na perceção de saúde oral e geral entre os grupos. Conclusão: Fumadores de cigarros convencionais têm maior profundidade de sondagem, mais pigmentação dentária e mais placa bacteriana do que os não fumadores. Não houve diferenças significativas entre os fumadores convencionais e os utilizadores de tabaco aquecido nestes parâmetros. Além disso, a perceção de saúde oral e geral foi semelhante entre todos os grupos.
- The dental hygienist in Portugal and ItalyPublication . Manzi, Viviana; Graça, Sandra Ribeiro; Albuquerque, TeresaIntrodução: Um higienista oral (HO), como recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pode desempenhar um papel crucial no desenvolvimento de estratégias preventivas e facilitar os cuidados primários através do seu papel na promoção da saúde oral e na prevenção de doenças. Os cuidados de higiene oral abrangem várias práticas clínicas, tais como exames, tratamentos preventivos e terapêuticos e educação para a saúde oral, que se enquadram no âmbito da prática da profissão. A grande variedade destas competências reconhecidas e a natureza relativamente nova desta figura profissional conduziram a um quadro muito amplo e pouco claro na Europa. Reconhece-se que existe uma variação considerável relativamente ao que constitui a prática da higiene oral nos Estados-Membros do EDHF. Existem inúmeras variáveis a considerar no perfil profissional que podem diferir de país para país. Foi efectuada previamente uma Scoping review (não publicada) para consultar toda a literatura disponível e verificar as evidências relativas aos higienistas orai nos dois países em estudo. Assim, a investigação foi efectuada sobre as caraterísticas relevantes para a definição do perfil profissional: Legislação, Formação académica e Competência. Após a scoping review, concluiu-se que os dois perfis profissionais são, na sua maioria, compatíveis, mas surgiram algumas diferenças fundamentais que justificam um estudo mais aprofundado. Atualmente, não existem estudos que comparem diretamente os perfis profissionais dos higienistas orais nos dois países, sendo igualmente escassa a informação disponível nos diferentes países sobre este assunto. Esta lacuna na literatura científica abre a oportunidade de fornecer dados comparativos originais, úteis tanto para os profissionais como para as instituições de saúde e académicas de Portugal e Itália. Objetivos: Este estudo pretendeu colmatar a lacuna de informação existente na literatura atual no que respeita à comparação do perfil profissional dos Higienistas Orais em Portugal e Itália, que é inexistente. Foram investigadas as principais caraterísticas que unem e diferenciam os Higienistas Orais entre os dois países, com especial enfoque na satisfação. Para uma visão mais completa e exaustiva, foram acrescentadas algumas novas secções relacionadas com o perfil profissional, nomeadamente: salário, segurança e proteção, trabalho em equipa, ambiente de trabalho e satisfação. Para o efeito, foi elaborado um questionário dirigido aos higienistas dentários dos dois países em análise. Métodos: O estudo foi desenhado como um estudo observacional, descritivo e transversal. Foi elaborado um questionário com base nos resultados prévios da scoping review, utilizando a plataforma de inquéritos online (Google Forms). O questionário estava disponível em português e italiano e foi dividido em 8 sectores e 172 questões de acordo com o campo a ser analisado. A validade de conteúdo foi testada com cinco professores de Higiene Oral da Universidade de Lisboa com experiência no desenvolvimento de questionários e a validade facial foi avaliada com 7 estudantes de mestrado em Higiene Oral. A população do estudo incluiu higienistas orais no ativo e membros das associações nacionais em Portugal (APHO) e Itália (AIDI). O questionário foi distribuído aos participantes através de links partilháveis por correio eletrónico pela associação do seu país. Os dados foram exportados do Excel para o SPSS para efetuar uma análise inferencial, testando a associação entre duas variáveis através do p-value. As variáveis com uma diferença significativa entre os dois países serão comparadas, com um nível de significância fixado em 0,05. Resultados: Num estudo com 2587 higienistas orais registados em associações nacionais, foram obtidas 155respostas(6%), por amostragem não probabilística. Em Portugal, 93,9% dos participantes localiza-se no Centro e Sul, em Itália prevalece o Norte (67,4%) (p < 0,001). No domínio da legislação, em ambos os países, a maioria trabalha no sector privado, sendo mais frequente em Itália (96,6%). Relativamente aos regimes de vínculos laborais, em Portugal, 57,6% são trabalhadores por conta de outrem e 47% são freelancers, em comparação com 91% de freelancers em Itália. O horário de trabalho revela: em Portugal, 63,1% dos participantes trabalham em horários flexíveis, contra 83,1% em Itália (p=0,005). Em Portugal, 69,2% dos HO afirmam que o seu horário depende do número de consultas com os pacientes, percentagem que sobe até 92,1% em Itália. Quanto ao trabalho em equipa entre HO e dentistas: em Portugal, 9,1% dos HDs não trabalham em equipa, contra 1,1% em Itália. Além disso, 39,4% dos portugueses trabalham sob supervisão obrigatória, em comparação com 19,1% dos italianos (p=0,005). Respeito aos programas de vigilância da saúde oral oferecidos pelo Serviço Nacional de Saúde, 97% dos HO em Portugal confirmaram a sua existência, em Itália apenas 54,7% (p<0,001). Em Portugal, 98,5% dos higienistas dentários não são obrigados a obter créditos de formação para atualizar as suas competências, enquanto em Itália 100% têm de os adquirir através de cursos (p<0,001). No entanto, 87,9% dos higienistas portugueses reconhecem a importância de se manterem actualizados profissionalmente. Em termos de documentação das qualificações profissionais necessárias para exercer a profissão, 98,5% dos participantes portugueses consideram que é necessário, em comparação com 67,8% em Itália (p<0,001). Em Portugal, 100% dos participantes reivindicam autonomia profissional, contra 90,9% em Itália (p = 0,013). Ao mesmo tempo, 92,3% dos portugueses participam em equipas multidisciplinares, em comparação com 58% dos italianos (p=0,001). No domínio da formação académica, a existência de um exame final de curso é confirmada por 50,8% dos participantes em Portugal e 96,6% em Itália (p<0,001). Além disso, 92,1% dos HO italianos afirmam que existe um exame adicional para o exercício da profissão, apenas 17,2% dos portugueses concordam (p<0,001). Em Itália, 100% obtiveram um “Mestrado”, o que não é tão comum em Portugal, onde 65,2% não obtiveram o “pós graduação” (p<0,001). Além disso, 96,3% dos italianos confirmam a existência de dois níveis de mestrado (I e II), enquanto os portugueses são unânimes (100%) em negá-lo. (p<0,001). Relativamente ao mestrado em Higiene Oral, 88,5% dos HO portugueses afirmam que é um curso dirigido especificamente aos higienistas orais. Em Itália, 68,3% não reconhecem esta exclusividade. A duração de um doutoramento é de 4 anos para 60,4% dos portugueses, enquanto 58,7% dos italianos afirmam que é de 2 anos (p<0,001). Entre as competências, em Portugal, 93,8% tiram e interpretam radiografias, enquanto em Itália apenas 20,7% podem tirar radiografias(p<0,001) e 80,5% interpretá-las (p=0,0018). 98,5% dos HO portugueses afirmam fazer diagnósticos após uma anamnese, enquanto em Itália apenas 48,8% declaram o mesmo (p<0,001). Após o diagnóstico, em Portugal, 86,2% dos higienistas elaboram um plano de tratamento, em Itália a percentagem é de 65,5% (p = 0,004). Sobre a utilização de laserterapia, em Portugal 6,3% afirmam utilizá-la, e em Itália 59,8% (p < 0,001). Das áreas de intervenção, 55,6% dos HO portugueses prestam serviços em ortodontia contra 25,3% em Itália (p<0,001), e em implantologia, 59,7% dos portugueses contra 27,7% dos italianos (p<0,001). Realtivamente as suas acções preventivas, 100% dos italianos responderam que educam os pacientes sobre os dispositivos de saúde oral em casa, em comparação com 82,8% dos portugueses (p<0,001). 48,4% dos higienistas portugueses participam em programas de cessação tabágica, enquanto que em Itália 78,2% (p<0,001) Em Portugal, 84,4% dos higienistas orais manipulam material de impressão, em Itália isso é feito por 42,5% (p < 0,001). Além disso, 25% dos participantes portugueses realizam anestesia local, enquanto que em Itália é realizada por 8,1% (p < 0,005). As respostas relativas às medidas de segurança para prevenir acidentes e lesões no trabalho mostram que 92,9% dos DH italianos e 79,4% dos portugueses confirmam a existência de tais medidas (p<0,016). A influência negativa das relações interpessoais no trabalho de grupo acontece, em Portugal, “às vezes/raramente” para 63,5% dos participantes, enquanto em Itália 91,6% referem “muitas vezes/sempre” (p<0,001). Por último, a satisfação média é mais elevada em Itália (3,20) do que em Portugal (2,70), no que respeita a legislação de apoio à formação e ao desenvolvimento profissional. A satisfação média com o salário e o crescimento profissional é de 2,35 em Portugal e de 2,91 em Itália (p = 0,001). A pontuação é de 3,81 em Itália e 3,35 em Portugal (p = 0,003) no nível de satisfação com a qualidade global dos programas de formação académica. A satisfação com as competências técnicas gerais fornecidas aos higienistas orais é de 3,46 em Portugal e de 3,13 em Itália (p=0.040). A posição no trabalho em equipa apresenta um valor médio de 4,12 em Portugal e 3,77 em Itália(p=0.030). O nível de satisfação com a qualidade de vida que a profissão permite registou um valor médio mais elevado em Itália (3,69) do que em Portugal (3,42). Conclusões: Não foram identificadas diferenças substanciais entre todos os domínios investigados. As principais diferenças foram encontradas na legislação onde os higienistas portugueses são obrigados a trabalhar sob supervisão enquanto os italianos têm prática independente. Relativamente à formação académica, as diferenças surgem com as oportunidades e percursos de formação pós-graduada, assim como requisitos de formação contínua e acesso à profissão. As diferenças de competências dizem respeito às radiografias, ao diagnóstico e ao plano de tratamento elaborados pelos higienistas portugueses mas não pelos italianos. Enquanto os HO italianos manifestam maior satisfação com a formação, as oportunidades salariais e a qualidade geral do trabalho relacionada com a vida, os HO portugueses sentem-se mais satisfeitos com as suas competências e com a dinâmica do trabalho em equipa.
- Nutrição em saúde oralPublication . Louro, Maria Fialho Segurado de Matos; Assunção, Victor Abreu; Luís, Henrique Pedro SoaresObjetivos: O objetivo deste estudo é avaliar a influência do consumo de suplementos nutricionais na saúde oral, considerando fatores como a idade, género, nível de escolaridade, tipo e frequência de consumo de suplementos, e hábitos alimentares. Materiais e Métodos: Uma amostra não probabilística de conveniência, composta por desportistas que frequentavam o Iconic Fitness Studio, responderam a um questionário sobre nutrição geral e no desporto, o consumo de suplementos alimentares e foram submetidos a uma triagem oral, onde se avaliaram parâmetros como inflamação gengival, história de cáries e erosão dentária. Resultados: Um total de 35 desportistas participaram neste estudo, dos quais 21 (60,0%) afirmaram consumir suplementos alimentares. Os suplementos mais consumidos foram a Whey Protein (60,0%), a Creatina (45,7%), o Magnésio (25,70%) e a Vitamina D3 (25,70%), todos com uma toma diária. Relativamente, à relação entre o consumo de suplementos e os dados sociodemográficos não foram registadas associações estatisticamente significativas com o grupo etário (p=0,275), género (p=0,153) e nível de escolaridade (p=0,932). Assim como com os parâmetros orais avaliados, nomeadamente o índice gengival modificado (p=0,102), índice CPO-D (p=0,075), exame básico de desgaste erosivo (p=0,060) e o pH salivar (p=0,195). Quanto ao nível de conhecimento de nutrição avaliado pela Abridged Version of The Nutrition for Sport Knowledge Questionnaire, somente a dimensão Nutrição no Desporto obteve uma associação estatisticamente significativa com o consumo de suplementos (p=0,037). Conclusão: Constatou-se que desportistas consumidores de suplementos possuem maior conhecimento sobre nutrição desportiva, sem influência significativa dos suplementos na saúde oral esta influência não está indicada nos resultados do abstract. A dimensão reduzida da amostra e a avaliação da cavidade oral por triagem limitaram os resultados. Futuras pesquisas devem incluir amostras maiores e avaliações detalhadas do pH salivar após exercício físico e a perceção da influência do consumo de suplementos na cavidade oral. Objectives: The aim of this study is to evaluate the influence of the consumption of nutritional supplements on oral health, considering factors such as age, gender, level of education, type and frequency of supplement consumption, and eating habits. Materials and Methods: A non-probabilistic convenience sample, composed of athletes who attended the Iconic Fitness Studio, answered a questionnaire about general nutrition and sports and the consumption of food supplements. They were also subjected to an oral screening, where parameters such as gingival inflammation, history of caries and dental erosion were evaluated. Results: A total of 35 athletes participated in this study, of which 21 (60.0%) reported consuming food supplements. The most consumed supplements were Whey Protein (60.0%), Creatine (45.7%), Magnesium (25.70%) and Vitamin D3 (25.70%), daily. Regarding the relationship between supplement consumption and sociodemographic data, no statistically significant associations were recorded with age group (p=0.275), gender (p=0.153) and education level (p=0.932). As well as with the oral parameters evaluated, namely the modified gingival index (p=0.102), DMFT index (p=0.075), basic erosive wear test (p=0.060) and salivary pH (p=0.195). Regarding the level of nutrition knowledge assessed by the Abridged Version of The Nutrition for Sport Knowledge Questionnaire, only the Sports Nutrition dimension had a statistically significant association with the consumption of supplements (p=0.037). Conclusion: It was found that athletes who consume supplements have greater knowledge about sports nutrition, without significant influence of supplements on oral health. The small sample size and the evaluation of the oral cavity by screening limited the results. Future research should include larger sample sizes and detailed assessments of salivary pH after exercise and the perception of the influence of supplement consumption on the oral cavity.
- Reabilitação oral em pessoas com deficiência: estudo exploratórioPublication . Cunha, Soraia Ramos; Mendes, Maria Teresa Almeida Guerra; Bizarra, Maria de Fátima ParanetaIntrodução: Nos últimos anos foi notório o empenho crescente da comunidade científica no estudo da saúde oral das pessoas com deficiência, um grupo diversificado com necessidades médico-dentárias complexas e frequentemente negligenciadas. Este estudo visa analisar a cavidade oral, o estado das reabilitações existentes, a satisfação dos adultos com as mesmas e as razões para a inexistência de reabilitações em indivíduos com deficiência com espaços edêntulos. Materiais e Métodos: O estudo observacional abrangeu 99 adultos com deficiência de sete instituições da região de Lisboa. Uma examinadora treinada realizou observações intraorais e foram aplicados questionários aos pais/tutores e em alguns casos oralmente aos próprios participantes. As questões eram relativas à autonomia e hábitos na higiene oral, possíveis queixas relacionadas com as próteses e os motivos para a ausência das mesmas nos adultos com espaços edêntulos. Resultados: Os participantes foram divididos em três grupos de deficiência (intelectual, motora e ambas). A observação revelou prevalência de problemas orais como a cárie dentária (4.8%), bruxismo (19.2%) e dentes ausentes (33.4%). A maioria (78.8%) realiza a escovagem dentária duas ou mais vezes por dia, embora 4% dos indivíduos com deficiência não o faça regularmente. Todos os adultos tinham falta de uma ou mais peças dentárias, contudo somente 21 (21.2%) apresentaram algum tipo de reabilitação oral. De modo geral, referiram uma adaptação satisfatória às próteses, porém alguns adultos assinalaram queixas, como dor e acumulação de alimentos nas próteses removíveis. Os motivos para a inexistência de reabilitação foram sobretudo a falta de necessidade (26,9%) e questões financeiras (25,6%). Conclusões: A amostra revelou uma diversidade nas condições orais dos participantes, com prevalência significativa de dentes perdidos e próteses parciais acrílicas como reabilitação mais comum. A necessidade de melhorias nos cuidados de higiene oral, especialmente para com as próteses removíveis foi evidente.
- Influência do envelhecimento na microdureza de resinas CAD-CAM impressasPublication . Grama, Ruxanda; Portugal, Jaime Pereira Fontes de Almeida; Neves, Maria Cristina BettencourtObjetivo: Avaliar o efeito dos vários tipos de envelhecimento na microdureza de duas resinas impressas em três dimensões (3D) e uma resina convencional. Materiais e Métodos: Foram produzidos espécimes com 25x2x2 mm de duas resinas impressas em 3D (Crown and Bridge MFH e VarseoSmile Crown Plus) e uma resina de fabrico convencional (Enamel Plus Temp) e submetidos, durante 30 dias, a quatro tipos de envelhecimento: em água, físico através de 1000 ciclos de flutuações térmicas (5-55ºC), em saliva artificial a pH=7 e, químico através de variações do pH em saliva artificial (a pH=3, 8h/dia e a pH=7, 16h/dia) (n=15). Após o envelhecimento a microdureza Knoop foi avaliada e os resultados analisados com testes Krustal- Wallis, seguidos de comparações múltiplas com testes de Mann-Whitney e correção de Bonferroni. Foi estabelecido um nível de significância de 5%. Resultados: A resina VarseoSmile Crown Plus revelou microdureza significativamente maior (p<0,001) do que a resina Crown and Bridge MFH e Enamel Plus Temp. As diferenças na microdureza entre as duas últimas resinas mencionadas não foram consideradas estatisticamente significativas (p=1,00). De modo geral, os envelhecimentos afetaram negativamente a microdureza das resinas, sendo o envelhecimento químico o único envelhecimento que afetou todas as resinas. Para a resina Crown and Bridge MFH, o envelhecimento em saliva artificial e químico reduziu significativamente a microdureza (p<0,001). Para a resina VarseoSmile Crown Plus, a menor microdureza observou-se no envelhecimento químico, diferença estatisticamente significativa (p<0,05) quando comparado aos restantes grupos. Quanto à resina Enamel Plus Temp, os valores inferiores de microdureza foram observados nos espécimes com envelhecimento em água, em saliva artificial e químico, sem diferença estatisticamente significativa (p>0,05) entre eles. Conclusão: No geral, a microdureza foi influenciada pelo tipo de resina e pelo tipo de envelhecimento realizado.
- Comparação de comportamentos, atitudes e acesso a cuidados de saúde oral entre estudantes do ensino superior deslocados e não deslocadosPublication . Nastasie, Roberta-Elena; Bernardo, Mário Filipe Cardoso de Matos; Borralho, Sónia Alexandra Mateus Flores MendesObjetivos: Estudar as atitudes e comportamentos de saúde oral dos estudantes do ensino superior português e comparar os estudantes não deslocados com os deslocados. Materiais e Métodos: Estudo observacional, analítico e transversal dirigido a estudantes matriculados em instituições de ensino superior portuguesas. Foi aplicado um questionário online distribuído nas redes sociais e canais de comunicação de universidades e associações de estudantes. Obteve-se informação sobre características sociodemográficas, comportamentos e atitudes de saúde oral, estado de saúde oral autorreportado, hábitos alimentares e consumo de bebidas alcoólicas e de tabaco. A análise estatística utilizou os testes não-paramétricos de Qui- quadrado e de Kruskal-Wallis (α=0,05). Resultados: A amostra incluiu 387 estudantes, dos quais 218 eram não deslocados e 169 deslocados, com uma idade média de 21,4 anos. A maioria dos estudantes, 83% dos não deslocados e 81,1% dos deslocados, realizava a escovagem dos dentes duas ou mais vezes por dia. Apenas 14% referiu usar fio dentário diariamente. Os problemas de saúde oral mais reportados foram a hemorragia gengival e cárie dentária. Verificou-se que era mais frequente os estudantes deslocados há menos tempo irem dormir sem escovar os dentes (p=0,037). O consumo diário de tabaco foi mais frequente nos estudantes deslocados (p=<0,001). Somente os estudantes deslocados afirmaram consumir bebidas alcoólicas todos os dias. O valor médio de HUDBI foi semelhante nos dois grupos, sendo 7,56 (dp=1,83) nos não deslocados e 7,51 (dp=1,81) nos deslocados. Conclusões: De forma geral, os estudantes de ambos os grupos apresentaram bons comportamentos de saúde oral. Os resultados foram semelhantes entre os dois grupos no que diz respeito aos comportamentos de saúde oral, HUDBI e estado de saúde autorreportado. No entanto, os estudantes deslocados escovavam menos frequentemente antes de dormir e consumiam mais álcool e tabaco, evidenciando a necessidade de intervenções dirigidas a este grupo para prevenção e controlo destes hábitos.
- Desenvolvimento de um algoritmo baseado em inteligência artificial para identificação de cadáveres por evidências dentáriasPublication . Carvalho, Raquel Alexandra de Jesus; Pereira, Cristiana Maria Palmela; Santos, Rui Filipe Vargas de SousaIntrodução: A medicina dentária forense (MDF) é crucial em perícias médico-legais, possibilitando a identificação médico-legal através de evidências dentárias com base na exclusão e comparação ante mortem (AM) e post mortem (PM) de registos dentários, inclusive ortopantomografias (OPG). Pela complexidade e demora deste processo, surgiu a necessidade de otimizar a eficiência da análise imagiológica. Redes neuronais convolucionais (CNN) são estruturas de inteligência artificial (AI) promissoras na MDF pela sua eficiência e detalhe na análise de imagens, constituindo uma ferramenta útil na identificação médico-legal. Objetivos: Este estudo teve como objetivo o desenvolvimento de um algoritmo de CNN para comparação de evidências dentárias AM e PM em OPG, para aplicação na identificação médico-legal de cadáveres desconhecidos recentes. Materiais e Métodos: O presente estudo incluiu uma amostra total de 1.235 OPG pertencentes a 1.050 pacientes do Serviço de Estomatologia da Unidade Local de Saúde (ULS) Santa Maria, com idades compreendidas entre os 16 e os 30 anos. Foram desenvolvidos dois algoritmos – um para classificação de idade e outro para identificação positiva – com base no modelo pré treinado VGG16, e o desempenho foi avaliado através de métricas preditivas e heatmaps. Resultados: Ambos os modelos desenvolvidos sofreram overfitting, porém, alcançaram uma acurácia final de 85%, o que traduz um elevado desempenho geral. O modelo de classificação de idade obteve melhores resultados na classificação de OPG de indivíduos entre os 16 e os 23 anos. O modelo de identificação positiva foi particularmente eficaz na identificação de casos onde duas OPG pertencem a indivíduos diferentes. Conclusões: O modelo de AI desenvolvido é útil na identificação médico-legal de cadáveres desconhecidos, com particular vantagem em contexto de identificação de vítimas de desastres em massa (DVI), através da comparação AM e PM de evidências dentárias em OPG de indivíduos com idades compreendidas entre os 16 e os 30 anos.
- Estabilidade cromática de resinas CAD-CAM para restaurações fixas provisórias após envelhecimentoPublication . Fernandes, Pedro Miguel Vicente; Portugal, Jaime Pereira Fontes de Almeida; Neves, Cristina BettencourtObjetivos: Avaliar a estabilidade cromática de resinas de restauração provisória fixa de impressão 3D e convencionais após envelhecimento químico. Materiais e métodos: Cento e trinta e cinco espécimes (2x5mm) de três resinas de impressão 3D (Saremco Print CROWNTEC, 3D VarseoSmile Crown plus, NextDent Crown&Bridge) e uma convencional Enamel plus ® Temp foram polidos numa única face. A cor foi recolhida na face polida recorrendo a um espetrofotómetro OptiShade. Realizaram-se cinco medições antes e após o envelhecimento em cada espécime e considerada a média aritmética dos valores L*a*b para a obtenção da variação de cor (∆E). Três grupos de quinze espécimes de cada resina foram submetidos durante 28 dias a envelhecimento em água destilada, saliva artificial e saliva artificial com variação de pH (imersão alternada em saliva artificial com pH=3 (8h/dia) e pH=7 (16h/dia)) durante 28 dias. Os resultados foram analisados com testes de Kruskal-Wallis e teste de Mann- Whitney com correção de Bonferroni (=0,05%). Resultados: Existiram diferenças estatisticamente significativas (p<0.001) entre as quatro resinas testadas. A resina NextDent C&B apresentou um ∆E estatisticamente mais elevado (p<0,001) em comparação às outras resinas. Na resina 3D VarseoSmile Crown plus o ∆E do grupo de envelhecimento em água destilada foi estatisticamente inferior em comparação aos outros envelhecimentos p=0,016 (saliva artificial) e p=0,003(variação de pH). Na resina Saremco Print CROWNTEC não existiram diferenças entre os três grupos de envelhecimento (p= 0,113). Na resina Enamel plus ® Temp o grupo da água apresentou um ∆E estatisticamente inferior em comparação aos outros tipos de envelhecimento (p<0,001). Na resina NextDent C&B no envelhecimento químico o ∆E foi estatisticamente inferior em comparação aos outros envelhecimentos p=0,013 (água) e p=0,002 (saliva artificial). Conclusões: A resina NextDent C&B foi a resina que apresentou pior estabilidade cromática. Não existiram diferenças estatisticamente significativas entre as restantes resinas.
- Avaliação da precisão do desempenho de redes neuronais convolucionais para a diagnose sexualPublication . Correia, Mariana Delicado Dias Feijão; Pereira, Cristiana Maria Palmela; Santos, RuiIntrodução: Na fase reconstrutiva da identificação humana médico-legal, a estimativa do sexo é crucial na reconstrução do perfil biológico, podendo ser aplicada tanto em contexto de identificação de vítimas de desastres em massa como na sala de autópsias. Pela subjetividade inerente aos métodos tradicionais, a inteligência artificial (IA) pode surgir como uma alternativa competitiva. Particularmente, as redes neurais convolucionais (CNN) oferecem uma alternativa mais precisa e menos morosa, automatizando a análise de ortopantomografias (OPGs). Objetivos: Este estudo avalia a fiabilidade do modelo VGG16 como um algoritmo preciso da predição forense do sexo e o seu desempenho com recurso a OPGs recolhidas de uma população da Unidade Local de Saúde (ULS) de Santa Maria. Materiais e Métodos: Este estudo incluiu 1050 OPGs de pacientes do Serviço de Estomatologia da ULS, selecionadas com base na idade (16-30 anos) e na presença de estruturas radiopacas. Em linguagem Python, as OPGs foram pré-processadas, redimensionadas e foram criadas cópias semelhantes utilizando métodos de data augmentation. Após o ajuste dos hiperparâmetros, calculou-se a precisão, sensibilidade, F1-score e acurácia, tendo sido criados heatmaps para identificar as regiões relevantes para o modelo. Resultados e Discussão: O treino revelou discrepância entre os valores de perda na validação e no treino. No teste geral, o modelo demonstrou um equilíbrio entre sexos, com F1-scores de 0.89. No teste por grupos etários, contrariamente ao esperado, o modelo obteve a maior acurácia na faixa de 16-20 anos (90%). Em geral, os resultados são ligeiramente inferiores a outros estudos. Além do mento, a análise dos heatmaps mostrou que o modelo não se focou em áreas anatomicamente relevantes, possivelmente devido à falta de aplicação de técnicas de extração de imagem. Conclusão: Os resultados demonstraram que as CNNs possuem acurácia na classificação de cadáveres em relação ao fator genérico sexo, na identificação médico-legal. O modelo obteve uma acurácia total de 89%. Novos estudos serão necessários para melhorar o desempenho dos modelos.