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- O sistema europeu de bancos centrais, caracterização, estrutura [e] atribuiçõesPublication . Santos, A. Carlos dosNo âmbito da terceira fase da constituição da União Económica e Monetária (UEM), o Tratado de Roma (TCE), na revisão operada pelo Tratado de Uniao Europeia (TUE), prevê a criação de um Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC), constituído pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelos bancos centrais nacionais dos Estados membros. No entanto BCE não realiza apenas actos materiais, de natureza económico-financeira. Para o desempenho das atribuições cometidas ao SEBC, o BCE pode também emitir actos jurídicos. Pode assim adoptar regulamentos, com caracter geral, dotados de obrigatoriedade em todos os seus elementos e directamente aplicáveis em todos os Estados membros. Assim sucedera no que respeita a definição e execução da política monetária, a exigência de constituição de reservas mínimas, a necessidade de assegurar a eficiência e a solidez dos sistemas de compensação e de pagamentos, no exercício de funções especificas relativas a políticas de supervisão prudencial e nos casos em que o Conselho adopte legislação complementar. Pode igualmente adoptar decisões, obrigatórias em todos os seus elementos para os destinatários que designar, que sejam necessárias para o desempenho das atribuições cometidas ao SEBC. Aos regulamentos e decisões do BCE são aplicáveis os artigos 190º a 192º do TCE. O BCE pode ainda formular recomendações e emitir pareceres. Uns e outros são actos desprovidos de carácter vinculativo. Há no entanto, pareceres que devem ser obrigatoriamente formulados. Por fim, dentro de certos condicionalismos a fixar pelo Conselho, deliberando por maioria qualificada, o BCE pode aplicar multas ou sanções pecuniárias temporárias às empresas em caso de incumprimento obrigações decorrentes dos seus regulamentos e decisões.
- Análise do consumo de energia final da indústria transformadora portuguesa na década de oitentaPublication . Santos, Feliz José Mil-Homens dos; Baptista, João NascimentoA presente dissertação de Mestrado em Política, Economia e Planeamento da Energia, tem por objectivo a análise do Consumo de Energia Final da Indústria Transformadora, na década de oitenta. Para tal utilizou-se uma metodologia que decompõe a Variação do Consumo de Energia Final em três ordens de efeitos: actividade global da Indústria Transformadora, medida pelo seu Valor Acrescentado Bruto, composição estrutural do sector - peso relativo dos vários subsectores - e eficiência com que os vários subsectores utilizam a energia. Segundo esta metodologia, para o período 1980-1989, a variação do Consumo de Energia Final na Indústria Transformadora (cerca de 40 ktep) pode ser decomposta da seguinte forma: 220 ktep de acréscimo de consumo devido ao aumento de actividade global do sector, 270 ktep de acréscimo de consumo devido à alteração estrutural do sector, com reforço do peso relativo dos sectores mais energívoros e 450 ktep de redução do consumo de energia devida à melhoria de eficiência na utilização da energia nos vários subsectores da Indústria Transformadora. Esta melhoria corresponde a uma taxa anual média de cerca de 1.1% de aumento de eficiência. Identificaram-se ainda os subsectores que contribuíram para tal melhoria. Por ordem decrescente dos seu contributo detectaram-se os seguintes subsectores: pasta de papel, indústrias alimentares e cimentos. Tiveram redução de eficiência no período as indústrias do algodão e as do barro para construção. Avançam-se, no trabalho, possíveis explicações para estes factos. A informação que suportou esta análise, quer a referente a consumos de energia, quer a referente a Valores Acrescentados dos subsectores, foi obtida nas Estatísticas Industriais do Instituto Nacional de Estatística. Foram ainda descritas e qualitativamente comentadas as políticas de Utilização Racional de Energia postas em prática em Portugal durante o período
- A evolução do ensino agrícola colonialPublication . Ferrão, José Eduardo MendesO ensino superior agrícola, criado em 1852, não considerou, em especial, a preparação de técnicos para as regiões tropicais. Perante as necessidades urgentes destes técnicos, sentidas especialmente nos fins do século passado, Portugal criou em 1906 o ensino agrícola colonial que entregou à responsabilidade do Instituto de Agronomia e do Jardim Colonial. O autor indica a estrutura inicial do curso e as modificações que revelou até aos nossos dias. Este estudo é completado com uma lista dos docentes envolvidos no ensino destas matérias e os trabalhos sobre temas tropicais realizados pelos alunos nos seus relatórios finais e relatórios de actividade sob a orientação daqueles docentes
- Parcerias agrícolas - o debate teóricoPublication . Caldas, João CastroEncaram-se as parcerias agrícolas como invólucros de relações sociais complexas e discutem-se os limites de validade das mais significativas perspectivas em que as suas ocorrências têm sido analisadas. Sem abordar os aspectos estritamente jurídicos de forma e natureza dos contratos, parte-se de uma referência aos contributos dos percursores de economia política clássica, para centrar o debate em torno das parcerias agrícolas face à penetração do capitalismo na agricultura, à eficiência do funcionamento das explorações agrícolas e ao papel que lhes é atribuído como elemento de estabilização política e social nos campos
- Effect of in vitro cold storage on surviving and proliferation of cork-oak (Quercus suber L.) culturesPublication . Romano, A.; Noronha, C.; Martins-Loução, M. A.Cork-oak cultures were stored in vitro without na intervening subculture, at 5º C in the dark for 5 months without loosing their capacity to regenerate when subcultured under standard conditions. The viability, proliferation rate and elongation of the explants were evaluated during 5 months of storage. Proliferation rate of stored cultures was observed during 5 months of storage. Proliferation rate of stored cultures was observed during the following 3 profileration cycles and compared to unstored controls of the same age. Shoot cultures survived with 100% viability and the proliferation rate was not statistically different from the controls. The results here described indicate the feasibility of establishing na in vitro active gene bank for Quercus suber. Cultivos de alcornoque han sido armacenados a 5º en oscuridad durante 5 meses sin ninguna intervención de subcultivo. Los cultivos no han perdido la capacidad de regeneración cuando cultivados en las condiciones estandardizadas. La viabilidad, la tasa de multiplicación y la alongación de los explantos han sido analizados durante 5 meses. La multiplicación de los cultivos almacenados se estudió durante los seguintes 3 ciclos de multiplicación y se comparo con los controlos sin almacenaje com la misma edad. Los cultivos han presentado 100% de viabilidad y la tasa de multiplicación no há sido estadisticamente diferente del control. Los resultados presentados demuestran la capacidad de establecer in vitro un banco de genes activo para el alcornoque (Quercus suber L.).
- A resolução de problemas na aula de matemática : uma experiência no 7º ano de escolaridadePublication . Brocardo, Joana; Ponte, João Pedro da, 1953-Este estudo decorreu no contexto de uma experiência pedagógica levada a cabo em duas turmas do 7º ano de escolaridade em que se valorizou a exploração de situações problemáticas e a resolução de problemas e em que a calculadora foi encarada como um importante instrumento facilitador da aprendizagem. Procurou-se analisar o percurso dos alunos em relação a três aspectos principais: a) a capacidade de resolver e formular problemas; b) a utilização da calculadora durante o processo de resolução e formulação de problemas; c) a forma como trabalhavam em pequenos grupos. Metodologicamente, o estudo inseriu-se numa abordagem qualitativa de investigação. Os instrumentos usados para a recolha de dados foram de quatro tipos: a) registos escritos feitos pela investigadora com base na observação das aulas e das reuniões semanais com as professoras; b) registos magnéticos do trabalho realizado por dois grupos de alunos durante a formulação de problemas e da última reunião com as professoras; c) documentos produzidos pelos alunos quando da resolução em grupo individual das fichas de trabalho; d) questionário feito aos alunos no final da experiência. De uma forma geral, face ao problema do estudo, pôde-se concluir que, em relação à capacidade de resolução de problemas, os alunos evoluíram significativamente, utilizando estratégias adequadas, persistindo no trabalho e conseguindo apresentar resoluções por escrito em que registavam o trabalho realizado. Na resolução individual de problemas, embora alguns alunos tenham evidenciado algumas dificuldades, muitos conseguiram mostrar uma certa compreensão do problema e procurar uma estratégia adequada. Quando trabalharam em grupo nas actividades de formulação de problemas, os alunos conseguiram quase sempre apresentar enunciados que se podem considerar problemas. No entanto, na formulação feita individualmente, 18 dos 46 alunos apresentaram enunciados de questões que são apenas simples exercícios. Apesar de a maioria dos enunciados apresentados ser do tipo e das fichas, notou-se uma clara evolução no sentido de procurar introduzir aspectos que poderiam tornar a análise do problema que propunham mais intrigante. De uma forma geral, enquanto formulavam um problema, os alunos, ou partiam da resolução de um exercício que lhes permitia obter um valor com base no qual arranjavam um enunciado, ou partiam da análise dos aspectos já explorados e procuravam identificar outros ainda por analisar. Pôde-se confirmar que a calculadora é um instrumento particularmente útil na resolução e formulação de problemas. Os alunos conseguiram uma boa organização ao nível do trabalho em grupo, discutindo entre si a resolução das tarefas. Este tipo de organização favoreceu uma maior persistência no trabalho e um maior envolvimento dos alunos mais fracos. De uma forma geral, os alunos consideraram que a resolução de problemas “ajuda a saber pensar” e que a utilização da calculadora e o trabalho em grupo facilita a aprendizagem e os entusiasma pelo trabalho.
- Construções recíprocas e construções de predicação ramificada : análise sintáctica e semânticaPublication . Branco, António H.; Duarte, Inês; Swart, Henriëtte deThe main goal of the research reported here was the development of an integrated syntactic and semantic analysis of reciprocals. Along the lines of the MA course which this dissertation corresponds to, the integrated syntactic and semantic analysis was shaped up as an analysis in which, without neglecting the widely accepted autonomy both of Syntax and Semantics, the syntactic and the semantic components played a decisive role as to enforcing the plausibility of each other. Directed by that goal, this research elicited the following major result: there is enough empirical evidence for acepting with a high level of plausibility the hypothesis that, at least in Portuguese, reciprocals are variants of constructions which were termed as branchlng predication constructions or zoom constructions (ZCs). This result was obtained through the concatenation of different subtasks. After a brief introduction (Chap. 1), an assessement of previous proposals concerning reciprocals was compiled (Chap. 2). Next (Chap. 3), the generic syntactic and semantic properties of ZCs were drawn up: it was shown that reciprocals exhibit these same properties and that the specific properties of reciprocals result from the interaction of those ZCs'generic properties and the specific properties of the elements which are canonical parts of reciprocals. Finaly, a formal syntactic analysis of ZCs, in general, and reciprocals, in particular, was build up using the Government and Binding Theory (Chap. 4). Paralell to this syntactic analysis, a formal semantic analysis was constructed in the Discourse Representation Theory (Chap. 5). The execution of these subtasks led to the accomplishement of the starting goal of coming up with an integrated syntactic and semantic analysis of reciprocals. It led also to the accomplishement of an aditional result - secondary as regards the main obJective of the research but nonetheless interesting and important -. namely the accomplishement of an lntegrated syntactic and semantic analysis oÍ ZCs, a sui generis type of constructions which have been disregarded in the literature.
- L'unione europea fra il mercato comune ed un moderno tipo di confederazionePublication . La Pergola, Antonio
- Controlo de emissões de compostos orgânicos voláteis : aplicação ao caso portuguêsPublication . Oliveira, Ana de Paula Nogueira Roque de; Santos, VítorO recente reconhecimento da importância do papel dos compostos orgânicos voláteis (COV) na formação de ozono troposférico e consequentes efeitos na saúde humana, na vegetação e em determinados materiais, aliado ao desenvolvimento de tecnologias de controlo de poluição atmosférica e, concretamente, das emissões de COV, permitiu que o controlo deste poluente atmosférico se iniciasse em diversos países europeus. A natureza transfronteiriça das emissões de COV conduziu, por sua vez, à necessidade de se proceder a uma acção coordenada de controlo deste poluente, pelo que foi estabelecido o Protocolo de Genebra em 1991, assinado por um conjunto de países europeus do qual Portugal é membro. Pretende-se, neste estudo, abordar o processo de controlo das emissões de COV, tendo como base o caso português, focando os aspectos físicos do processo de formação de ozono troposférico (também designado por nevoeiro fotoquímico), a caracterização das fontes de emissão de COV, o contexto regulamentar que conduziu ao controlo deste poluente na Europa, os custos e potenciais de redução face às melhores tecnologias disponíveis e, por fim, a política de ambiente que permite, através de instrumentos adequados, proceder ao cumprimento das metas de redução estabelecidas nos diversos sectores poluentes. Assim, o primeiro capítulo trata os aspectos físicos dos COV, dos quais se salienta a existência de não-convexidades entre as concentrações destes compostos e as concentrações de ozono troposférico, o que tem consequências importantes relativamente quer à definição de uma estratégia de redução do ozono a nível do solo (através da escolha da redução de NOx, de COV ou de ambos os agentes precursores), quer à performance de determinados instrumentos de controlo das emissões de COV, analisada posteriormente. Salienta-se igualmente o facto dos COV constituírem um grupo heterogéneo de compostos aos quais estão associados diferentes graus de reactividade e, ainda, a existência de uma variação do grau de reactividade dos compostos ao longo do seu transporte na atmosfera. A complexidade do processo de simulação do comportamento destes compostos ao longo do seu transporte na atmosfera e consequente contribuição para a formação de nevoeiro fotoquímico, dificulta a sua modelação, encontrando-se esta ainda numa fase inicial. A incerteza relativamente à validade dos resultados dos modelos prende-se ainda com a insuficiência de inventários de emissões e pela falta de medições ambientais representativas. No capítulo 2 é apresentado o contexto regulamentar da política de controlo das emissões de COV, que tem como ponto de partida a Convenção de Genebra de 1979 relativa ao controlo de poluentes atmosféricos transfronteiriços, e da qual se conclui que foi dado o primeiro passo para o controlo das emissões deste poluente, que consiste no estabelecimento de uma política de controlo a nível internacional. Numa fase posterior, dever-se-à proceder à sua regulamentação, o que implica necessariamente a sua transposição para o direito interno de cada país signatário, através, por exemplo, do estabelecimento de directivas comunitárias. O capítulo 3 aborda a questão das fontes de emissões de COV em Portugal, constituindo o ponto de partida para uma análise posterior de cálculo do potencial de redução de emissões de COV e custos associados nesse país. Verifica-se que as fontes de emissões de compostos orgânicos voláteis são de diversa natureza, abarcando, no que diz respeito às fontes antropogénicas, fontes fixas (nomeadamente a refinação de produtos derivados de petróleo, assim como o transporte e comercialização de gasolina e o uso de solventes), e fontes móveis (nomeadamente através da combustão de gasolina nos veículos ligeiros e motociclos). Verifica-se que as emissões de COV em Portugal apresentam ainda níveis reduzidos comparativamente à média observada nos restantes países europeus pertencentes à OCDE, e que o peso das fontes naturais é comparativamente superior. Refira-se ainda a tendência crescente das projecções das emissões nacionais, com excepção das emissões resultantes dos veículos ligeiros a gasolina, como resultado da introdução de catalisadores que, a par do controlo de COV, contribuem para a redução das emissões de outros poluentes atmosféricos como os óxidos de azoto e o monóxido de carbono. Esta tendência resulta, quer do estado de desenvolvimento da economia portuguesa, quer da ausência de medidas específicas de controlo das emissões de COV em Portugal. As duas características das emissões de COV, salientadas anteriormente, têm implicações na estratégia de controlo: por um lado, a heterogeneidade de fontes de emissões de COV tem implicações na definição de uma política de controlo a nivel nacional, tratada posteriormente; por outro lado, o nível reduzido das emissões nacionais poderá tornar problemática a capacidade de cumprimento da metas estabelecidas no Protocolo de Genebra de 1991. Relativamente a este último aspecto, identificado através da análise das obrigações do Protocolo relativamente a Portugal (capítulo 2) e através dos resultados obtidos relativamente ao potencial de redução com base nas melhores tecnologias disponíveis (BAT - Best Available Technologies) (capítulo 4), não é apresentada qualquer análise crítica, uma vez que esta se encontra excluída do âmbito e natureza do presente estudo. De seguida (capítulo 4) procede-se à apresentação da metodologia subjacente ao cálculo do custo de redução das emissões de COV, e, com base nas melhores tecnologias disponíveis para cada categoria de fontes de emissões de COV, ao cálculo do custo de controlo deste poluente para o caso português, com vista à determinação da curva de custos marginais de controlo. A curva de custos marginais de controlo das emissões de COV permite observar uma certa correlação entre as fontes que mais contribuem para as emissões de COV e aquelas que apresentam os mais elevados custos por tonelada reduzida. Conclui-se, deste modo, que a estratégia de controlo deste poluente implica um trade olí entre as estratégias com maior eficácia de redução e aquelas que apresentam menores custos por tonelada reduzida. Esta combinação de objectivos consiste, no fundo, no critério custo-eficácia, que determina a escolha dos instrumentos de política ambiental para a concretização dos objectivos de redução das emissões de COV em Portugal à luz das obrigações expressas no Protocolo de Genebra (1991). Por fim, procede-se à abordagem da política de controlo das emissões de COV (capítulo 5). Para o efeito são tidos em consideração os resultados obtidos no capítulo 4, relativos ao custo de redução das emissões de COV e aos potenciais de redução associados às tecnologias de redução de emissões para as diferentes fontes de COV, e as especificidades do poluente em causa (nomeadamente a existência de não-convexidades, a heterogeneidade e variação de reactividade dos COV, apresentadas no capítulo 1. Estes elementos constituem, deste modo, um ponto de partida para a análise dos instrumentos de política de ambiente adequados para a concretização dos objectivos propostos pelo Protocolo de Genebra. Da análise das implicações das principais especificidades das emissões de COV na escolha de critérios da política de controlo, destacam-se as seguintes conclusões: A existência de não-convexidades na relação entre as concentrações de COV e de ozono troposférico, conduz, por um lado, a dificuldades na definição de urna política de controlo dos agentes precursores deste poluente. Por outro lado, verifica-se que esta especificidade pode ter implicações no efeito de eficiência das taxas: a aplicação de uma taxa não conduz necessariamente a uma solução que se reflecte directamente numa redução efectiva ou numa redução óptima dos níveis de ozono troposférico; Por fim, em determinadas condições, podem-se colocar problemas de afectação óptima de recursos, quer se trate de um sistema de taxas, quer de um sistema de licenças de poluição, como resultado do efeito desta especificidade no equilíbrio entre as funções oferta e procura; a heterogeneidade das fontes de COV, às quais se encontram associados diferentes potenciais e custos de redução, leva a que seja valorizado o critério da eficiência na escolha de instrumentos de política do ambiente, de modo a que a redução global resulte numa solução a custos mínimos; esta estratégia corresponde à aplicação de taxas ou de licenças de poluição; relativamente à variação da reactividade dos COV, verifica-se uma elevada incerteza associada à determinação dos coeficientes de transferência e, consequentemente, a sua não inclusão no estabelecimento de um sistema de taxas ou de licenças de poluição pode-se traduzir numa afectação ineficiente de recursos. Apresentam-se, de seguida, as principais conclusões obtidas na análise global dos critérios e instrumentos de política ambiental, realizada com base nas características das emissões de COV para cada categoria. No caso do controlo das emissões de fontes móveis, é favorecida a utilização de sistemas de taxas, que conduzem a soluções eficientes face à característica não uniforme do poluente. O elevado número de fontes por categoria, nomeadamente no caso do uso de solventes, tem dois potenciais efeitos sobre a performance de sistemas de taxas: por um lado, os elevados custos de transacção associados à incerteza dos custos marginais de controlo para cada fonte podem conduzir ao anulamento do efeito de eficiência; por outro lado, permite o estabelecimento de um mercado de concorrência perfeita, o que garante um nível óptimo de redução segundo uma afectação eficiente de recursos; Por fim, verifica-se que uma grande dispersão espacial (associada a um número elevado de pequenas fontes por categoria) dificulta a obtenção de informação e a monitorização das fontes poluidoras e que a elevada heterogeneidade de produtos implica o recurso a regulamentação directa que garante a eficácia do controlo. Em suma, há que atender aos efeitos associados às características das fontes por categoria, pesando a importância de cada efeito, de modo a relativizar as suas implicações para cada caso específico, tendo em atenção as implicações decorrentes das características das emissões de COV. Relativamente à análise dos estudos de casos, efectuada com o objectivo de verificar quais os instrumentos preferencialmente aplicados para o controlo das emissões de COV, e quais as vantagens e objectivos de cada instrumento, assim como as condições específicas que permitem a sua implementação, podem-se retirar algumas conclusões que se resumem de seguida. Em termos gerais, observa-se uma tendência para a aplicação de regulamentação directa em detrimento dos instrumentos económicos como resultado das restrições impostas pela existência de não-convexidades na função de custos externos. Verifica-se, igualmente, uma tendência para o recurso a processos negociais entre as entidades reguladoras e poluidoras, como garantia, quer da eficácia dos instrumentos de política ambiental utilizados, quer da sua eficiência. Por fim, são apresentadas as principais conclusões da análise da política de ambiente em Portugal relativamente ao controlo das emissões de COV. Os resultados obtidos dizem respeito às condições de aplicabilidade dos instrumentos indicados para o controlo dos COV em Portugal, tendo como base as conclusões obtidas no capítulo 4 e nas anteriores secções do capítulo 5, assim como a informação obtida através de contactos realizados com diversos organismos directamente relacionados com a política de controlo de poluição atmosférica em Portugal. Verifica-se, em termos gerais, que não se encontram criadas as condições necessárias para que sejam atingidas as soluções óptimas de controlo das emissões de COV, o que compromete à partida o sucesso de implementação deste tipo de instrumentos de política ambiental. Essas condições incluem o conhecimento das características das fontes de COV para cada categoria, o conhecimento das melhores tecnologias disponíveis aplicáveis a cada caso, e o respectivo custo de redução, informação necessária para atingir o objectivo de minimização dos custos de controlo da poluição. Incluem ainda o estabelecimento de processos de negociação entre as entidades reguladora e poluidora, apoiados por programas de monitorização e acções de fiscalização das emissões, que terão uma contribuição importante para que se atinja uma redução eficiente das emissões de COV. Estas acções de monitorização e de fiscalização encontram-se, por sua vez, limitadas pelo grande número das unidades industriais de reduzida dimensão responsáveis por uma importante fracção das fontes de COV (pequenas e médias empresas), às quais, por outro lado, estão associados orçamentos mais restritos para a adopção de tecnologias de controlo de poluição por parte dos poluidores. Verificam-se igualmente deficiências relativas ao processo de regulamentação de diplomas de carácter geral, o que condiciona a aplicabilidade dos instrumentos de controlo analisados anteriormente. Por outro lado, há que contar com o custo de implementação da política, nomeadamente se esta implica a criação de legislação ou inovações institucionais. No caso particular dos COV, a política de controlo das suas emissões encontra-se num estado de evolução ainda muito incipiente, quer em termos nacionais, quer em termos comunitários, visível através da recente inclusão da monitorização deste poluente em Portugal, ainda que restrita a grandes centros urbanos. É, no entanto, de destacar o papel das associações sectoriais nacionais e associações europeias, assim como de centros tecnológicos, que têm permitido actuar no sentido de controlar as emissões de COV em Portugal, ainda que num círculo restrito de empresas.
- Demonstrações experimentais : percepção de professores e de alunosPublication . Castro, Maria da Luz de Deus Matos; Pereira, Mariana, 1949-A investigação efectuada consiste num estudo exploratório que foca as demonstrações experimentais nas aulas de Física e Química do 3º ciclo do ensino básico. Teve como objectivos identificar o tipo de finalidades que os professores atribuem às demonstrações e a percepção que têm da prática pedagógica associada a aulas com demonstrações, identificar as funções que os alunos atribuem preferencialmente às demonstrações que observam e o modo como as percepcionam, detectar possíveis relações entre a sua percepção e o modo como decorre a apresentação da demonstração e também identificar os elementos que os alunos retêm a curto prazo da demonstração que observam. Adoptou-se um método de investigação essencialmente qualitativo, do tipo descritivo, para o que foram construídos vários instrumentos: dois questionários, um para professores e outro para alunos, uma entrevista a professores e foram ainda utilizados relatórios elaborados pelos alunos. Para o estudo consideraram-se todos os professores de Física e Química de uma escola (ii), tendo obtido resposta de seis professores ao questionário e à entrevista que foi audiogravada. Alunos de cinco turmas do 8º e 9º anos, num total de 106, responderam ao questionário. Acompanharam-se dez aulas onde foram realizadas cinco demonstrações, tendo-se recolhido no total 204 relatórios elaborados pelos alunos. A análise das respostas dos professores aos questionários foi descritiva. Fez-se análise de conteúdo das entrevistas dos professores e dos relatórios elaborados pelos alunos. Das respostas aos questionários dos alunos, calcularam-se frequências, médias ponderadas e estabeleceram-se ordenamentos. O estudo revelou que os professores realizam demonstrações por considerarem favorecer a aprendizagem e despertar o interesse do aluno na aula. Referiram preferir o trabalho experimental realizado em pequenos grupos, mas as limitações de material, espaço e tempo tornam a demonstração como a alternativa possível. A influência da demonstração na aprendizagem é sentida pelos alunos mais ao nível do conhecimento da teoria do que ao nível dos processos enquanto que os professores parecem considerar esta ordem inversa. O modo como os alunos percepcionam as demonstrações que observam comparado com o que o professor apresenta na demonstração revela discordâncias nos aspectos relativos ao conteúdo e ao material. Este estudo revelou também as potencialidades do relatório elaborado pelos alunos como meio de avaliação formativa da percepção que o aluno tem da demonstração, da própria demonstração e da sua concepção.