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Bem-estar dos militares do exército brasileiro em missão de paz no Haiti
datacite.subject.fos | Ciências Sociais::Psicologia | pt_PT |
dc.contributor.advisor | Soares, Maria José Chambel | |
dc.contributor.author | Silveira, Carolina Rodrigues | |
dc.date.accessioned | 2020-04-08T14:01:30Z | |
dc.date.available | 2020-04-08T14:01:30Z | |
dc.date.issued | 2019-12 | |
dc.date.submitted | 2019-07 | |
dc.description.abstract | As Nações Unidas surgiram em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, com uma missão central de manter a paz e segurança internacionais. As operações de manutenção da paz da ONU ajudam os países a percorrer o difícil caminho do conflito para a paz, mobilizando tropas e forças policiais de vários países do mundo (Organização das Nações Unidas, 2019). Desde 1956, com a Força de Emergência das Nações Unidas (FENU), o Exército Brasileiro participa em missões visando pacificar ou estabilizar nações atingidas por conflitos. A United Nations Stabilization Mission in Haiti, que decorreu no período de 2004 a 2017, mobilizou aproximadamente 37.500 peacekeepers brasileiros (Centro de Comunicação Social do Exército Brasileiro, 2018). Cada uma destas missões de paz decorreu por um período de 12 meses, podendo distinguir-se uma fase de preparo, uma fase de emprego e uma fase de desmobilização da tropa. Diversos fatores presentes no contexto de trabalho de uma missão de paz podem influenciar o bem-estar destes militares, tais como, as condições climáticas, as longas jornadas de trabalho, a separação do cônjuge ou parceiro, problemas de comunicação, as condições físicas locais adversas, a falta de privacidade, o tédio, e a precariedade da infraestrutura das acomodações (Adler, Litz & Bartone, 2003; Britt,1998; Britt & Adler, 1999; Chambel & Oliveira-Cruz, 2010). Assim, embora seja reconhecido que os militares são profissionais preparados para enfrentar os desafios impostos por uma operação de paz, é importante que estes soldados se mantenham saudáveis ao longo da missão e que assim possam regressar para o seu país. Tendo como foco principal os militares brasileiros em missão de paz no Haiti, esta tese é composta por três estudos empíricos que procuram analisar o bem-estar destes militares no decurso da missão. O primeiro estudo, com uma amostra de 483 militares, centrado na perspetiva intrapessoal do militar, teve como objetivo validar a medida brief-COPE (Carver, 1997) para esta população de militares e analisar como as estratégias que o peacekeeper utiliza para lidar com os diversos stressores durante as fases de preparo vão relacionar-se com o seu bem-estar no decurso da missão. Verificou-se que o uso de estratégias tipo resolução de problemas influenciou positivamente a perceção de saúde e o uso de estratégias tipo ações negativas influenciaram negativamente a satisfação com a vida. O segundo estudo, integrado na dimensão interpessoal do peacekeeper, analisou, numa amostra de 306 militares, como a relação entre o trabalho e a família (Greenhaus & Powell, 2006) no decurso da missão se relacionava com o bem-estar dos militares nesse momento. Observou-se que a perceção dos militares sobre o apoio dos seus cônjuges durante a missão teve uma relação positiva e significativa tanto com o enriquecimento família-trabalho quanto com o enriquecimento trabalho-família e que este último, por sua vez, mediava a relação entre o apoio do cônjuge e a perceção de saúde e satisfação geral com a vida destes militares. O terceiro estudo, centrado na relação entre o militar e o Exército, analisou a influência do comprometimento organizacional afetivo do militar (Meyer & Allen, 1997), na fase de preparo no bem-estar do militar no decurso da missão. Com uma amostra de 406 militares verificámos que o comprometimento afetivo do militar com o Exército Brasileiro durante a fase de preparo da tropa influenciava positivamente o bem-estar (i.e., perceção de saúde e satisfação geral com a vida) desses militares durante o emprego da tropa. Observámos ainda que o bem-estar no local de trabalho (i.e., o engagagement no trabalho) mediava essa relação. Estes estudos mostraram a importância de conhecer os diferentes fatores que afetam o bem-estar dos militares em missões de paz objetivando o contínuo aperfeiçoamento do trabalho de acompanhamento psicológico da tropa em missões futuras. Adicionalmente, vêm contribuir para que o Exército Brasileiro esteja alinhado com os objetivos previstos pela agenda 2030 da Organização das Nações Unidas, que pretende criar um novo modelo global de desenvolvimento sustentável com o objetivo de promover a prosperidade e o bem-estar de todos (UN, 2019). | pt_PT |
dc.identifier.tid | 101549865 | pt_PT |
dc.identifier.uri | http://hdl.handle.net/10451/42787 | |
dc.language.iso | por | pt_PT |
dc.subject | Exército Brasileiro | pt_PT |
dc.subject | Coping | pt_PT |
dc.subject | Enriquecimento Trabalho-Família | pt_PT |
dc.subject | Comprometimento Organizacional | pt_PT |
dc.subject | Engagement | pt_PT |
dc.subject | Bem-Estar | pt_PT |
dc.subject | Missão de Paz | pt_PT |
dc.title | Bem-estar dos militares do exército brasileiro em missão de paz no Haiti | pt_PT |
dc.type | doctoral thesis | |
dspace.entity.type | Publication | |
rcaap.rights | openAccess | pt_PT |
rcaap.type | doctoralThesis | pt_PT |
thesis.degree.name | Tese de doutoramento, Psicologia (Psicologia dos Recursos Humanos, do Trabalho e das Organizações), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, 2019 | pt_PT |