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Advisor(s)
Abstract(s)
Escola António Arroio (1919-1969): uma escola artística entre escolas
técnicas... Sendo um professor daquela Escola dos dias de hoje (de algum
modo insatisfeito com a sua situação presente), que nunca foi seu aluno nem
sequer seu professor naquele tempo de ontem (mas completamente
deslumbrado com o que terá sido o seu passado), ousei lançar-me na
empresa da desocultação de uns quantos sentidos que - segundo creio - terão
preenchido aquele tempo ido de uma forma sublime... Para quê? Talvez para
“honrar o problema”, na mira de compreender o presente e alcançar, amanhã,
um futuro melhor. E claro está: se resolvi tomar esta proposição assim
disposta em jeito de contraponto - uma escola artística entre escolas técnicas
- e como chave mestra para entrar no problema, foi tão só porque me pareceu
poder ela abrir uma porta de acesso aos traços de autenticidade ou, melhor
dito, ao lastro distintivo da Escola o qual, porventura, terá sido sempre o seu. Mas como é óbvio, muitas outras chaves poderiam ter aberto ou vir a abrir
outras tantas portas!
Certo é que, sem nunca ter entrado por estes meandros da história da
educação, e portanto, sem verdadeiramente saber na trabalheira em que me
metia, assim me introduzi nesta empreitada! E vá-se lá saber porquê - quiçá
por vício de formação - resolvi complicar ainda mais a conjuntura forçando a
entrada nela pela mão dos esquissos, movido pela intuição. Foi, pois, por via
desta, que emergiram uns quantos esquissos e como é natural, muitos mais
poderiam ter surgido sob o mesmo critério metodológico adoptado que foi,
como não podia deixar de ser, baseado no acaso.
É sabido como pelo esquisso, trabalhado manualmente, se acede
livremente à intuição, se exercita o poder do individuo que, no papel, realiza
tudo o que é capaz e a mão lhe permitiu. Já pelo projecto, trabalhado
intelectualmente, procura-se, através de uma actividade cognitiva que se fecha
progressivamente à possibilidade da intuição, servir uma encomenda do grupo
em ordem a responder a anseios de tipo diverso que ele mesmo determinou
como sendo necessários de satisfazer. Em todo o caso - convém precisar - o
projecto não deixa de envolver, na sua teia fundamentalmente intelectual, os
ingredientes sentimentais num processo em que a intuição se encarrega de
fornecer, sem quaisquer pruridos, alguns dos contributos fulcrais. Para aquele que esquissa, cada esquisso é uma tarefa concluída e
singular, gerada através de um processo conflituoso, exaltado, e carregando
sempre atrás de si a memória pessoal dos esquissos anteriores. Para aquele
que projecta, saber e conhecimento existem desligados da sua realização.
Nestes moldes, torna-se fácil de entender que: do esquisso possa brotar a
imagem que nos ocorre, oriunda de uma experiência intensa sobre a realidade
ou simplesmente de um sonho, pois que pela sua natureza intrínseca, não está
presente nele o desejo de transformar o resultado de um processo numa
realidade concretizável; no projecto, esteja subjacente a necessidade de
intervir para melhorar e na medida em que qualquer transformação possa
implicar riscos, haja que recorrer a um método como tentativa e esforço de
racionalização e sistematização. Por outro lado, enquanto esquissar é possuir o
presente, projectar é antecipar, ainda que muitos projectos não passem daqui
mesmo, desta fase de antecipação, assim assumida como meio de atingir o
utópico sem realizar, de todo, o projecto no concreto. Neste quadro, enquanto o
esquisso é já obra, o projecto é tão só processo. Se no esquissar não se é
movido pelo desejo de se alterar seja o que for, isto é, não há qualquer função
que ultrapasse o contexto expressivo do acto em si, a fruição é total, não
precisa de tempo nem de espaço, é pura espiritualidade, já no projectar,
embora a intuição, a subjectividade ou a inconsciência sejam determinantes no
avanço da sua acção, esta preocupa-se essencialmente com o funcionamento
das coisas, e nesta medida, actua-se sobre a circunstância, valorizam -se
situações e produtos, decide-se sobre o que fica e o que se recusa. Ora foi entre estas duas atitudes - a do esquissar e a do projectar- que
balanceei quando, logo no início (no programa do projecto), tive de equacionar
os termos com que devia vir a orientar o desenvolvimento deste trabalho. E
francamente indeciso, lá pendi para a segunda mas sem deixar de incluir a
primeira e assim, posso mesmo dizer que acabei, no fundo, optando por
ambas! Em boa verdade, interessava-me tanto a tarefa - livre, concluída,
singular, de sonho, de presente, onde me podia envolver tão só
individualmente - do esquisso, quanto o desejo de intervir para melhorar, de
transformar o resultado de um processo em algo de concreto, numa
antecipação, num problema que importava equacionar num projecto que
interessasse ao grupo.(...)
Description
Tese de mestrado em Ciências da Educação (Administração Educacional) apresentada à Universidade de Lisboa através da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, 2001
Keywords
Teses de mestrado - 2001 Escola António Arroio - 1919-1969 Escolas de arte Educação - História