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Abstract(s)
O presente artigo caracteriza o femicídio na intimidade em Portugal, na forma
consumada e tentada, a partir da análise das narrativas mediáticas publicadas no
jornal Correio da Manhã e no Jornal Público, entre 2000 e 2017. O corpus de análise, constituído por 853 peças noticiosas, corresponde a 644 casos de femicídio na
intimidade. A partir de uma análise triangulada dos dados, ou seja, com recurso a
uma análise quantitativa e qualitativa, emergiram diferenças na forma e conteúdo
de ambos jornais, que se acentuaram na última década. Enquanto o jornal Correio
da Manhã tende a narrar os crimes como reações passionais e imprevisíveis, associadas aos ciúmes e não aceitação da separação, recorrendo a narrativas paralelas
que desresponsabilizam o perpetrador, o jornal Público apresenta, tendencialmente,
o crime de forma contextualizada. Esta polarização, além de desconectada das diretrizes preconizadas pela Convenção de Istambul (2011), contribui para uma construção social do crime enviesada, com efeitos não só na opinião pública, mas nas
vítimas e pessoas agressoras na intimidade.
Description
Keywords
femicídio; intimidade; Portugal; imprensa
Pedagogical Context
Citation
Correia, A. P., Neves, S. (2021). Narrativas mediáticas sobre o femicídio na intimidade em Portugal. Revista Media & Jornalismo, 21(39), 229–245. https://doi.org/10.14195/2183-5462_39_12
