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Abstract(s)
A cultura científica é atualmente uma área de investigação com elevado interesse nas
sociedades emergentes e desenvolvidas. As diferentes instituições de divulgação
científica – Instituições de Ensino Superior (IES), a imprensa e o Museu de Ciência têm
procurado desenvolver mecanismos que reduzam o fosso entre a ciência e o cidadão, com
vista a proporcionar conhecimentos que permitam melhorar o exercício da cidadania pela
população. Os cientistas sociais entendem que esta preocupação de aproximar a ciência à
sociedade é um problema social que “carece de consideração social, análise científica e
intervenção política” (Delicado, 2006, p. 53). Apesar disto, em Angola, a temática é
desconhecida, quer a nível das IES, na imprensa, nos discursos políticos e em outros
segmentos da sociedade. Assim a investigação pretende diagnosticar o estado da cultura
científica em Angola. A partir de um paradigma construtivista utilizou-se metodologia
mista que envolveu abordagens qualitativas e quantitativas; privilegiando a análise de
documentos e entrevistas semiestruturadas como instrumentos que permitiram recolher
os dados, com a participação de 10 entrevistados e amostra de 200 artigos de três
diferentes jornais. A análise dos artigos da imprensa indicam de modo geral que existem
artigos relacionados com a ciência na imprensa angolana, sobretudo os que referem
políticas de ciência e tecnologias, entrevistas sobre o estado da ciência e tecnologias,
porém, os artigos de divulgação científica aparecem em número reduzido. Por outro lado,
os políticos são os atores que mais predominam nos artigos sobre ciência, com os
discursos sobre políticas de ciência e tecnologias. Os documentos do Museu Nacional de
História Natural analisados apresentaram ações de divulgação científica que não podem
ser consideradas suficientes para promover a cultura científica em Angola. No que
respeita as IES, a investigação não encontrou indícios/ações que indicam a existência da
atividade de divulgação científica naquelas instituições, as principais barreiras apontadas
como causa são: falta de infraestruturas apropriadas; falta de condições financeiras;
escassez de produção científica; e falta de cultura organizacional e científica. Esperamos
que a presente investigação abra o debate nacional sobre o papel da imprensa, dos museus
de ciência e das IES na promoção da cultura científica em Angola, com vista a promover
uma cidadania ativa e participativa e permitir que os decisores políticos tomem decisões
baseadas em evidências científicas.
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Keywords
Cultura científica Comunicação de ciência
