FM - Dissertações de Mestrado
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- Associação entre os níveis séricos de 25(OH)D e o perfil lipídico, em adultos normoponderais e com excesso de pesoPublication . Oliveira, Carina Filipa Pinho de; Carmo, Isabel do, 1940-; Santos, Zélia da Conceição da Costa CoelhoIntrodução: A evidência científica atual apoia a hipótese de que uma adequada concentração sérica de 25(OH)D está ligada a um perfil lipídico favorável. Tendo em conta que o excesso de peso é considerado um fator de risco para a carência de 25(OH)D, desconhece-se se a carência da mesma provoca alterações lipídicas ou se estas são uma consequência do excesso de peso. Como tal, pretende-se com este estudo avaliar a associação entre os níveis séricos de 25(OH)D e o perfil lipídico, em adultos normoponderais e com excesso de peso, e verificar de que forma a categorização de Índice de Massa Corporal (IMC) influencia os níveis séricos de 25(OH)D. O impacto dos níveis séricos de 25(OH)D nos marcadores cardiometabólico, como o colesterol total (C T), colesterol LDL (C-LDL), colesterol HDL (C-HDL) e triglicerídeos (TG), é também objeto de estudo. Métodos: Realizou-se um estudo retrospetivo e observacional a partir de uma amostra de 969 indivíduos e de uma subamostra de 551 indivíduos, excluindo os indivíduos medicados com hipolipemiantes. A investigação decorreu a partir da recolha de informação secundária presente numa base de dados clínica associada à consulta de endocrinologia, sendo esta composta por dados relativos ao género, idade, diagnóstico, terapêutica, peso, altura, IMC e níveis séricos de 25(OH)D, C-T, C-LDL, C-HDL e TG. Resultados: Foram observados baixos valores médios de 25(OH)D (21,60 ng/mL na amostra e 21,64 ng/mL na subamostra) bem como uma marcada carência da mesma (83,9% dos indivíduos da amostra e 84,2% da subamostra). Igualmente notória foi a prevalência de excesso de peso (66,6% dos indivíduos da amostra e 67,7% da subamostra). O valor mediano de 25(OH)D foi inferior no grupo de excesso de peso comparativamente ao grupo de peso normal, tanto na amostra (21,25 ng/mL vs. 19,60 ng/mL, respetivamente; p=0,0003) como na subamostra (21,50 ng/mL vs. 19,90 ng/mL, respetivamente; p=0,0022). Considerando a subamostra, no grupo com carência de 25(OH)D relativamente ao grupo sem carência, foi observada uma média de C-T superior (201,46 mg/dL vs. 192,06 mg/dL; p=0,0178) bem como de C-LDL (123,07 mg/dL vs. 113,95 mg/dL; p=0,0095) e a mediana de TG (95,00 mg/dL vs. 82,00 mg/dL; p=0,0127). Foi ainda observada no grupo de excesso de peso, relativamente ao grupo de peso normal, uma média de C-T superior (202,62 mg/dL vs. 194,42 mg/dL; p=0,0080) bem como de C-LDL (124,53 mg/dL vs. 115,54 mg/dL; p=0,0010) e a mediana de TG (104,00 mg/dL vs. 77,00 mg/dL; p<0,0001). Já a mediana de C-HDL foi superior no grupo de peso normal (62,00 mg/dL vs. 54,00 mg/dL; p<0,0001). Através da observação dos valores de Odds Ratio (OR), constatou-se que indivíduos com excesso de peso (OR=1,835) e uma categoria não ideal de C-LDL (OR=1,759) apresentaram maior risco de desenvolver carência de 25(OH)D (p=0,0012). Foi também confirmado um aumento de risco de um indivíduo apresentar excesso de peso caso pertencesse ao género masculino (OR=1,959) e detivesse carência de 25(OH)D (OR=1,883). Adicionalmente, por cada aumento de uma unidade de TG (OR=1,015) aumentou igualmente o risco dos indivíduos apresentarem excesso de peso (p<0,0001). Conclusão: Foi encontrada uma associação entre carência de 25(OH)D e excesso de peso, revelando o impacto do IMC no perfil de 25(OH)D. Confirmou-se ainda uma associação entre carência de 25(OH)D e níveis séricos superiores de C-T, C-LDL e TG, bem como entre indivíduos com excesso de peso e níveis séricos superiores de C-T, C-LDL e TG e menores níveis séricos de C-HDL. Na presença de outras variáveis, a carência de 25(OH)D parece assim estar diretamente relacionada com o IMC e com os níveis séricos de C-LDL, mas não de forma marcada com os restantes marcadores lipídicos. Assume-se ainda uma associação entre o IMC e os marcadores C-HDL e TG. Deste modo, o IMC pode ser considerado um fator de risco para um perfil lipídico desfavorável, não podendo o mesmo ser deduzido relativamente ao perfil de 25(OH)D. Quando comparada com outros fatores, a 25(OH)D assume menor representatividade e parece contribuir de forma menos significativa para a caracterização de um perfil lipídico desfavorável.