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- Cerâmica comum alto-imperial em Monte Molião (Lagos, Portugal) : as importações béticasPublication . Neto, Cátia Sofia Santos; Arruda, Ana Margarida; Pereira, CarlosDos trabalhos arqueológicos concretizados em Monte Molião (Lagos, Portugal) resultou a recolha de abundante espólio diversificado, quer tipológica quer cronologicamente. Este espólio tem vindo a ser estudado através dos mais diversos trabalhos e pretende-se aqui o estudo de um conjunto particular: as importações alto- imperiais de cerâmica comum bética. Pretende-se, assim, averiguar quais as formas presentes, atendendo às suas distintas funcionalidades (cozinha, mesa, armazenamento/transporte, etc…), averiguando o peso destas face à produção local/regional e seguindo as pistas fornecidas pelo reportório cerâmico utilizado durante o Alto-Império quanto à alimentação, nomeadamente quanto à análise morfológica das formas destinadas ao serviço de mesa versus as utilizadas na confeção/preparação dos alimentos.
- The Multi-Causal Basis of Developmental Potential ConstructionPublication . Vecchi, Davide; Santos, GilIn this article we analyse the issue of what accounts for developmental potential, i.e., the possible phenotypes a developing organism can manifest during ontogeny. We shall argue in favour of two theses. First, although the developing organism is the unit of development, the complete causal basis for its potential to develop does neither lie entirely in itself as a whole nor in any specific part of itself (such as its genome). Thus, the extra-organismal environment must be counted as one of the three necessary, partial and complementary causal bases for development potential. Secondly, we shall defend a constructivist view of the developmental process. If the genome, the developing organism and the extra-organismal environment are to be counted as proper elements of the causal basis for an organism’s developmental potential, the latter is not a given. Rather, it is the result of an interaction-based construction, a process sometimes generating genuine developmental novelty. We will thus argue for an interactionist multi-causal basis view of developmental potential construction. We contend that our view provides a biologically tenable and metaphysically coherent account of developmental dynamics.
- The Multi-Causal Basis of Developmental Potential ConstructionPublication . Vecchi, Davide; Santos, Gil
- Lusofonia e francophonie : narrativas (a)familiares nas literaturas pós-coloniais (os casos de Alain Mabanckou e José Eduardo Agualusa)Publication . Sousa, Miriam Filipa da Silva de; Costa, Fernanda Gil; Mata, Inocência; D’hulst, LievenEsta tese investiga os conceitos de lusofonia e de francophonie numa perspetiva comparatista, analisando as narrativas institucionais e literárias no contexto pós-colonial, na segunda metade do século XX, e os romances de Alain Mabanckou (Congo) e José Eduardo Agualusa (Angola). Orientada pela análise do que denomino narrativas (a)familiares, investigo as diferentes dimensões e a evolução dos conceitos de lusofonia e de francophonie a partir do século XX. Argumento que estas narrativas familiares, que se apoiam no argumento da fraternidade entre comunidades linguísticas pós-coloniais e revivem a nostalgia do império, são, por sua vez, destabilizadas por narrativas afamiliares nas literaturas póscoloniais, como examino nos casos de O Vendedor de Passados (2004) e de Petit Piment (2015). Atendendo à centralidade da casa, como espaço e imaginário simbólico nos dois romances, analiso de que forma a ideia de casa se relaciona com as narrativas das familiaridades entre as comunidades linguísticas que, tal como demonstro, estão subentendidas nas designações lusófono e francophone. Analiso de que modo as familiaridades narrativas, tal como a casa, se instituem como espaços de pertença e exclusão, de comunidades audíveis e afónicas, de familiaridade e afamiliaridade no âmbito da memória histórica e literária pós-colonial. Através da análise da evolução e frequência de utilização dos vocábulos lusofonia e francophonie a partir do século XX, constato que o aumento da sua utilização corresponde ao fim dos impérios e que tendem a traduzir, para o momento pós-colonial, as noções de portugalidade e de francité. Recordo as posições teóricas e políticas que lançam suspeições em relação a estas instituições políticas e as que as aplaudem e defendem. Relaciono a evolução do termo com processos de esquecimento dos crimes cometidos no império. Finalmente, defendo que as literaturas pós-coloniais introduzem elementos de estranhamento, destabilização e contaminação dos espaços da lusofonia e francophonie pela temática da reinvenção e reescrita da memória, pela apropriação das línguas coloniais, pela reescrita do romance realista. Por outras palavras, estes romances póscoloniais expõem as ambivalências das narrativas (a)familiares da lusofonia e da francophonie
- Opportunities and regulatory challenges of phage therapyPublication . Ribeiro, Joana Rodrigues; Pimentel, Madalena Maria Vilela; Sepodes, Bruno Miguel NogueiraO aparecimento da resistência aos antibióticos por parte das bactérias, apesar de incorretamente considerado um novo problema devido ao alarmismo criado pelos mídia, esteve sempre presente, mesmo antes da introdução da terapêutica antibiótica e é hoje abordada como uma crise global. Esta crise hoje vivida é assim considerada devido à ineficácia no combate às infeções bacterianas causadas por bactérias multirresistentes. Através da expressão de genes de resistência, as bactérias tomam partido de mecanismos de resistência e alterações bioquímicas e estruturais, neutralizando a eficácia dos antibióticos, e promovendo a própria infecciosidade e sobrevivênciabacteriana. A resistência aos antibióticos pode ser intrínseca e está naturalmente presente no organismo, relacionada com a fisiologia da bactéria, ou pode ser extrínseca sendo adquirida ou adaptada. A acumulação da resistência antimicrobiana acontece principalmente devido à aquisição de genes de resistência, através da transferência horizontal de genes, mas pode também acontecer através de mutações nas bactérias. Quando expostas a uma pressão externa, como a exposição aos antibióticos, as bactérias que adquiriram mecanismos de resistência terão vantagem em relação às outras bactérias suscetíveis, sobrevivendo e replicando-se. O uso incorreto e abusivo dos antibióticos na agricultura, produção animal e medicina levou a uma das grandes emergências de saúde pública global. De facto, foi estimado que, anualmente, as infeções causadas por bactérias resistentes aos antibióticos causaram cerca de 700,000 mortes globais e que, se a situação não for controlada, pode chegar a 10 milhões de mortes globais, em 2050. É necessária uma reforma no que diz respeito à disponibilização e utilização dos antibióticos por parte do ser humano de forma a controlar o uso despropositado e desmedido destes produtos antimicrobianos que deveriam apenas ser usados para tratar doenças causadas por bactérias patogénicas. Por exemplo, nos Estados Unidos, 80% dos antibióticos disponibilizados no mercado são utilizados para a produção alimentar. Este tipo de comportamentos precisa de ser alterado começando pela disponibilização desmedida dos antibióticos, à desinformação relativamente ao assunto na população geral, mas principalmente nos profissionais de saúde, ao diagnóstico empírico e incorretas prescrições, à incorreta dosagem ou incumprimento do regime terapêutico por parte dos pacientes, à falta de controlo sanitário para a correta eliminação de resíduos antibióticos, etc. No entanto, mesmo que estes comportamentos fossem agora alterados, as bactérias já apresentam mecanismos de multirresistência aos antibióticos existentes, o desenvolvimento de novos antibióticos é cada vez mais lento e desinteressante para as indústrias farmacêuticas e são escassas as alternativas antimicrobianas. Os bacteriófagos ou fagos, são vírus que infetam, exclusivamente, bactérias com a possível finalidade de as eliminar por lise celular. Esta alta especificidade bacteriana dos fagos sugeriu a inúmeros cientistas a possibilidade de criar uma terapia antimicrobiana baseada nos bacteriófagos: a terapia fágica. Felix d’Herelle foi o responsável pela descoberta oficial dos fagos mas foi também o impulsionador da aplicação terapêutica destes vírus para combater infeções bacterianas, desenvolvendo vários estudos clínicos. Em parceria com o bacteriologista George Eliava, d’Herelle possibilitou a produção de preparações de fagos que foi replicada por todo o mundo a nível comercial. Diversas implicações históricas e políticas atrasaram o desenvolvimento da terapia fágica, mas o maior inimigo à evolução desta terapia inovadora foi a introdução dos antibióticos na prática clínica no início dos anos 40. A terapia fágica continuou a ser desenvolvida em alguns países de leste, pertencentes à ex-União Soviética, mas a Europa ocidental rejeitou este novo conceito, apoiando-se nos antibióticos. No entanto, dada a crescente crise global, dos últimos anos, relativa à multirresistência das bactérias aos antibióticos, à ineficácia dos antibióticos existentes e à escassez de alternativas, a terapia fágica (re)surge como um excelente candidato. Comparada com os antibióticos a terapia fágica apresenta diversas vantagens como a alta especificidade para um determinado hospedeiro bacteriano, evitando o contacto com bactérias comensais benéficas para o organismo, e por consequente, apresenta menos efeitos secundários quando administrado; por ser o organismo mais diverso do mundo o seu isolamento seria mais fácil do que a dependência dos antibióticos em processos laboratoriais para a sua disponibilização; os fagos têm a capacidade de auto replicação e como tal as dosagens e regimes terapêuticos seriam mais curtos do que os antibióticos, etc. Algumas desvantagens da terapia fágica como o espetro reduzido, a falta de eficácia, a possibilidade da emergência de resistência bacteriana aos fagos e de transdução de genes de resistência antibiótica podem ser ultrapassadas através da combinação de diferentes fagos que infetam a mesma bactéria, ou de diferentes fagos que infetam diferentes bactérias, numa mistura denominada cocktail. No entanto, comparada com os antibióticos que representam uma terapêutica bem estabelecida com décadas de experiência clínica e com métodos de produção industrial padronizados, a terapia fágica carece de evidências clínicas e pré-clínicas assim como de métodos de produção viáveis e sustentáveis, e que, por necessitar de uma adaptação geral da medicina moderna e por mostrar incompatibilidade com os diferentes esquemas regulamentares globais, tem visto a sua introdução no mercado farmacêutico algo dificultada. A terapia fágica pode ser desenvolvida seguindo duas abordagens diferentes: como uma preparação de composição fixa, preparada industrialmente para ser amplamente distribuída pelo mercado farmacêutico (prêt-à-porter) ou pela preparação de uma mistura de fagos previamente isolados e guardados em bancos específicos, e posteriormente selecionados seguindo uma prescrição adaptada ao paciente, o que resulta num produto final de composição variada (sur mesure). Esta última abordagem foi desenvolvida para que as características únicas dos bacteriófagos possam ser exploradas ao nível terapêutico desenvolvendo uma abordagem mais sustentável e viável. Tanto na Europa como nos Estados Unidos, a terapia fágica foi considerada um medicamento biológico, apesar de as jurisdições pertencerem a oficinas diferentes, na Europa pertencente aos medicamentos biológicos nos Estados Unidos o Office of Vaccines Research and Review (OVRR) pertencente à oficina dos biológicos. Devido à sua natureza biológica e ao facto de ser considerado um medicamento anti-infeccioso, os produtos à base de fagos requerem a atribuição de uma autorização de introdução no mercado através do processo centralizado. O processo centralizado obriga a seguir padrões clínicos, de produção e de distribuição incompatíveis com o desenvolvimento de preparações de fagos personalizadas e as organizações e empresas interessadas em desenvolver estes produtos ainda não conseguiram introduzir estes produtos no mercado. De forma a contornar este problema, diferentes países europeus e os Estados Unidos têm vindo a desenvolver a terapia fágica seguindo o uso compassivo de fagos para pacientes com infeções bacterianas resistentes a necessitar de alternativas terapêuticas. No entanto, esta abordagem apenas permite o uso esporádico e urgente de fagos terapêuticos, sem conseguir explorar o verdadeiro potencial da terapia fágica. A implementação desta terapia dentro dos esquemas regulamentares existentes só é possível se estes forem alterados, adicionando novas categorias e/ou modificando as definições existentes. No entanto, a terapia fágica pode servir-se da experiência de outros medicamentos que, tal como esta terapia, se apresentam complexos ou particulares e que, também estes, viram a sua introdução regulamentar dificultada. De forma a contornar essas dificuldades, diversas exceções e novos conceitos foram introduzidos e estão hoje implementados. Com base na experiência destes medicamentos e seguindo a abordagem implementada na Bélgica: a fórmula magistral de fagos, a terapia fágica poderia ser implementada e introduzida nos esquemas regulamentares seguindo um processo centralizado. Desta forma seria possível implementar a terapia fágica ao nível do mercado farmacêutico europeu, americano e internacional e possivelmente ver resolvida a crise de saúde pública global corrente.
- In-between identities and hope in the future: experiences and trajectories of Cigano secondary students (SI)Publication . Manuela Mendes, Maria; Magano, Olga; Mourão, S.; Silveira Pinheiro, Sara FilipaIncreasing numbers of Cigano people in Portuguese schools show that this is the most educated generation to date. However, according to recent data only 2.6% are enrolled in secondary education. Using an intersectional approach examining gender, ethnicity, and family socioeconomic status to explore the youngsters’ academic trajectories, and focusing on tensions of the interplay between structural constraints and individual agency, enables us to explore identity reconfiguration processes (‘in-between’). The data, based on 32 semi-structured interviews, point to three main dimensions regarding the youngsters’ aspirations for social mobility: the school relevance to achieve jobs differing from traditional activities; school perceived as a means to develop important transversal skills, useful in broader citizenship contexts; school as a privileged space for inter-ethnic socialisation, with impact on the youngsters’ school and professional future. Participant heterogeneity explains variations in their aspirations for upward mobility, as well as differentiations in the construction processes of in-between identities.