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- Crianças com estrabismo divergente intermitente: um estudo sobre o Bem-estar psicossocialPublication . Lino, Pedro Miguel Fernandes; Bárrios, Maria João; Ferreira, Maria CristinaIntrodução: A saúde ocular exibe uma dimensão social pela implicação ao nível do bem-estar (BE) e qualidade de vida dos indivíduos. A análise dos indicadores de BE assume um papel preponderante no planeamento/ acompanhamento de políticas de saúde, tornando-se de máxima importância nas estratégias de intervenção oftalmológica. Enquanto entidade clínica, o estrabismo constitui uma das principais causas de deficiência visual na infância, passível de influenciar o BE das crianças. Objetivo: A pesquisa realizada teve como objetivo analisar a influência que as alterações da função visual, nomeadamente o estrabismo divergente intermitente (XTI) em crianças, tem no BE, na perspetiva dos pais. Métodos: Foi realizado um estudo correlacional sob uma amostra de 30 crianças seguidas por XTI. Procedeu-se à análise da função visual no que respeita ao desvio e à avaliação da perceção de BE dos pais, através da aplicação da versão proxy do IXQT, que implicou a sua tradução e adequação para a língua portuguesa. Resultados: A tradução e validação do instrumento revelou boa consistência interna (coeficiente alfa de Cronbach = 0,91) e a sua aplicação permitiu constatar uma correlação entre o score de BE e o ângulo de desvio, bem como com o sexo das crianças. As perceções dos pais revelam preocupações relacionadas com o impacto da redução da funcionalidade na vida das crianças, considerando que a ausência de perturbações dos processos de socialização e relação com os pares é protetora do BE. Conclusão: Os quadros com maior severidade clínica apresentam um maior condicionamento do BE, mas a avaliação do BE requer uma análise integrada do ambiente psicossocial em que a criança está inserida. Destaca-se a importância de considerar as crianças como elementos ativos no processo de aceitação da doença e tratamento. A análise efetuada permitiu redigir um conjunto de orientações para a intervenção em crianças com XTI.
- Immunopathology in COVID-19Publication . Bagorro, Ana Margarida Soares Reis; Anes, Elsa Maria Ribeiro dos SantosDesde dezembro do ano de 2019 que o mundo enfrenta uma crise de saúde pública, por muitos nunca antes experienciada. O novo Coronavírus – SARS-CoV-2 – veio dar origem à COVID-19, infeção que se demonstrou sem percedentes e heterogénea nas suas manifestações. Tendo em conta o impacto que este vírus tem tido na vida da população a nível mundial e a facilidade com que é transmitido, revelou-se essencial compreender os mecanismos pelos quais a infeção se procede, bem como os seus principais intervenientes. A imunopatologia assume um papel relevante na progressão desta doença e no desenvovlimento das manifestações mais graves. A evasão do vírus à resposta antiviral primária pode levar a uma exacerbação da resposta imunitária, caracterizada por uma extensa libertação de citocinas pro-inflamatórias, linfopénia e elevação dos marcadores de coagulação. Os sintomas respiratórios são os mais comuns nesta infeção, podendo variar de intensidade entre os vários individuos: desde uma simples rinorreia com tosse ligeira ao desenvolvimento de quadros de pneumonia grave ou síndrome agudo de insuficiência respiratório (ARDS), nos casos mais severos. Para além disso, a expressão disseminada do recetor do vírus, a enzima conversora da angiotensina tipo 2 (ACE2), permite a progressão da infeção pelos vários sistemas de órgãos, podendo levar a um estado de inflamação disseminada e falha múltipla de órgãos. Assim, esta monografia pretende explorar os vários acontecimentos característicos do decorrer da infeção, seguindo o percurso natural da mesma pelo organismo humano. Serão descriminados os principais intervenientes na imunopatologia da COVID-19, bem como as manifestações clínicas resultantes dos vários estadios da infeção. De momento, não existem terapêuticas antivirais para combater o vírus. O desenvolvimento de vacinas que atenuem os sintomas da doença e que reduzam a transmissibilidade do vírus tem sido amplamente impulsionado, enfrentando, no entanto, o desafio que se impõe com o aparecimento de novas variantes do vírus. É importante estarmos conscientes que as terapêuticas anti-inflamatórias terão um grande impacto no controlo desta doença, mesmo que a imunopatologia se perspetive como uma situação rara após a vacinação de toda a população.
- Biogénese mitocondrial como alvo terapêutico e potenciais agentes moduladoresPublication . Melício, Adalgisa Helena Cardoso; Silva, Margarida Maria Fernandes BaptistaA mitocôndria é um organelo celular multifuncional, determinante para a sobrevivência, diferenciação e morte celular. A necessidade de desenvolvimento de moduladores de certas funções das mitocôndrias é reforçada pela disrupção na homeostasia mitocondrial, evidenciada por uma lista extensa de patologias. A disfunção mitocondrial está presente em doenças mitocondriais raras, como consequência primária de mutações hereditárias, e em doenças comuns adquiridas num contexto multifatorial associado ao envelhecimento, nomeadamente doenças neurodegenerativas, doenças metabólicas, cardiovasculares e neoplásicas. Fazem parte deste conjunto complexo de alterações celulares, os eventos de heteroplasmia, alterações na proteostase, stress oxidativo, alterações no fluxo de nutrientes e iões como o cálcio, acumulação de mitocôndrias fragmentadas, alterações no perfil de fatores de transcrição da biogénese mitocondrial e diminuição da capacidade de fosforilação oxidativa. Neste âmbito, a modulação de fatores que regulam a biogénese mitocondrial tem como objetivo incrementar a função do organelo através da promoção da expressão de componentes mitocondriais e, portanto, um melhor desempenho e adaptação bioenergética, promovendo, deste modo, mecanismos de proteção e reparação celular. A biogénese mitocondrial é um processo regulado por uma rede de cascatas de sinalização que convergem na ativação do co-ativador PGC-1α, o principal regulador do processo, e que resultam na ativação de efetores de transcrição mitocondrial NRF1, NRF2 e TFAM, e subsequente expressão de proteínas mitocondriais. Este processo exige a coordenação entre as mitocôndrias e o sistema de transcrição nuclear. O aumento da biogénese mitocondrial tem sido estudado no contexto de intervenção farmacológica e não farmacológica, através de modificações de estilos de vida, como o exercício físico e restrição calórica. Muitos dos moduladores abordados ao longo deste trabalho de revisão são fármacos com indicação para síndrome metabólica e patologias relacionadas, e que demonstram ser benéficos em doenças neurodegenerativas e neoplásicas. O desenvolvimento de Inibidores da biogénese mitocondrial ganhou interesse e vantagens terapêuticas em condições onde a proliferação destes organelos favorece mecanismos patológicos, cujo controlo e inibição são determinantes, como são exemplos alguns tipos de tumores.
- Vantagens e desvantagens do consumo de antioxidantes no cancroPublication . Mendes, Inês Lopes; Branco, Vasco Rui Veloso Neves; Carvalho, CristinaO cancro é, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma das doenças mais mortais em todo o mundo e, por conseguinte, tem despertado um aumento significativo no interesse pela área de investigação científica. Neste contexto, os antioxidantes desempenham um papel relevante no tratamento desta patologia. Assim, importa conhecer e analisar o comportamento destes compostos sobre moléculas cruciais para a biologia tumoral, tais como as espécies reativas de oxigénio (ROS) e os radicais livres. As ROS são compostos químicos formados através da redução do oxigénio molecular, o que as torna mais reativas e instáveis, sendo a sua formação inevitável. Os radicais livres são espécies químicas com um eletrão desemparelhado. A sua formação é consequência da utilização do oxigénio em vários processos bioquímicos relacionados com a respiração aeróbia, com o metabolismo celular e com a atividade do sistema imunitário. Algumas ROS fazem parte do grupo dos radicais livres. Quando há um desequilíbrio entre os radicais livres e os antioxidantes estamos perante um fenómeno de Stress Oxidativo (SO) que está intimamente ligado com a carcinogénese, não só por mecanismos que induzem o dano e mutação do DNA, como através da facilitação da proliferação, angiogénese e metástase. A presente monografia analisa o interesse e potencial de utilização dos antioxidantes exógenos no tratamento de doentes com cancro. O texto começa por abordar resultados in vivo e in vitro e, posteriormente, ensaios clínicos. Entre os principais grupos de antioxidantes considerados incluem-se as vitaminas e os polifenóis, e ainda como o selénio e a melatonina. Dos estudos realizados, verifica-se que o objetivo principal é perceber qual a reação do tumor e do organismo à suplementação com antioxidantes. Porém, o tema é de certa forma paradoxal. Por um lado, esta suplementação leva a uma diminuição dos efeitos adversos causados pela quimioterapia, derivados principalmente dos ROS, o que aumenta a tolerância do doente a mais ciclos de tratamento. Por outro lado, pode também levar a uma diminuição da eficácia, pois a maioria dos agentes citotóxicos utilizados têm como mecanismo o aumento de ROS para induzir a apoptose. A monografia aborda ainda a problemática associada à utilização de antioxidantes em doses muito elevadas, como agentes citotóxicos.
- Administração oral de formas farmacêuticas inovadoras em PediatriaPublication . Lavradorinho, Bárbara Sofia Rodrigues; Marto, Joana Marques; Silva, Filipa CosmeA população pediátrica, que inclui indivíduos desde o nascimento até aos dezassete anos e 364 dias de idade, é uma população muito heterogénea, em diferentes estádios de desenvolvimento e, por isso, requer medicamentos formulados à sua medida. Para garantir a terapêutica adequada a todas as crianças, podem ser necessárias diferentes doses, formas farmacêuticas e vias de administração. No entanto, apesar da enorme diversidade de medicamentos que se encontram atualmente disponíveis no mercado, poucos têm indicação para utilização nesta população. Por conseguinte, o recurso à prescrição de medicamentos em regime off-label e a preparação de medicamentos manipulados são duas alternativas bastante comuns para tentar atender às necessidades terapêuticas deste grupo populacional. Deste modo, apesar de bastante desafiante, a principal solução para maximizar o sucesso terapêutico em Pediatria passa pelo desenvolvimento de formas farmacêuticas flexíveis e adaptadas às diferentes subpopulações, tendo em conta as suas particularidades, de modo a assegurar uma boa adesão à terapêutica e uma segurança adequada. Nos últimos anos, devido à implementação das novas iniciativas regulamentares, tem-se verificado um maior interesse por parte da Indústria Farmacêutica no aumento do arsenal terapêutico pediátrico, através do desenvolvimento de alternativas mais inovadoras que vão ao encontro das necessidades e preferências das crianças, nomeadamente, novas formas farmacêuticas sólidas, como os sistemas multiparticulares, os sistemas orodispersíveis e os minicomprimidos, assim como novos dispositivos de acondicionamento primário e de administração e tentativa de implementação de novas tecnologias que permitem a obtenção de medicamentos com as caraterísticas desejadas. Neste contexto, a presente monografia faz uma revisão sobre as diferentes formas farmacêuticas para administração oral em Pediatria que foram surgindo ao longo do tempo, desde as clássicas até às inovadoras, as tecnologias associadas ao seu desenvolvimento e os novos sistemas de administração, que se apresentam como alternativas promissoras para enriquecer o mercado de especialidades farmacêuticas e do medicamento manipulado para utilização nesta população especial. Além disso, também é realizada uma reflexão sobre quais os próximos passos que, num futuro próximo, permitirão alcançar um aumento e otimização das abordagens terapêuticas adequadas para a população pediátrica e que vão ao encontro das novas tendências da tecnologia farmacêutica.
- Neuroinflammation in bipolar disorder: from bench to bedsidePublication . Veloso, Guilherme Amaral; Rocha, João Pedro FidalgoA doença bipolar (DB) é uma doença psicológica grave, caracterizada pela recorrência de episódios maníacos e depressivos. Esta doença pode ser muito incapacitante e leva por vezes a maus prognósticos. O diagnóstico desta patologia é muito rudimentar e o tratamento atual apresenta inúmeros efeitos adversos. A fisiopatologia desta doença é complexa e ainda não é totalmente conhecida. No entanto, a neuroinflamação tem sido apontada como um potencial mecanismo patológico desta doença. O objetivo desta monografia é analisar alterações inflamatórias associadas a esta doença, e também ver os possíveis mecanismos inflamatórios da mesma. Deste modo, também é muito importante encontrar novos alvos terapêuticos e novas opções terapêuticas para o tratamento desta patologia. Múltiplos estudos mostram a existência de alterações imunitárias em alguns doentes com DB. De um modo geral, os resultados demonstram alterações em níveis periféricos de citoquinas pró-inflamatórias e de outros marcadores inflamatórios, tais como a proteína C-reativa (PCR) e o fator neurotrófico derivado do cérebro. Para além disso, também foram encontradas alterações no sistema nervoso central e na expressão de alguns genes relacionados com inflamação. No entanto, estas alterações não se verificam em todos os estudos, o que leva a pensar que a neuroinflamação é um mecanismo fisiopatológico em apenas alguns doentes com DB. Mesmo assim, níveis elevados de citoquinas pró-inflamatórias podem afetar e ser afetados por processos neuroinflamatórios associados à ativação da microglia e a alterações de neurotransmissores e cortisol. Tendo isto em consideração, múltiplos fármacos com propriedades anti-inflamatórias foram estudados para o tratamento da DB, sobretudo sintomas depressivos. Entre todos, fármacos como anti-inflamatórios não esteróides (AINEs) e N-acetilcisteína (NAC) apresentam a maior evidência como terapêutica adjuvante. No futuro, serão necessários mais estudos para analisar o papel dos fármacos anti-inflamatórios no tratamento da DB de modo a avaliar o impacto positivo dos mesmos na qualidade de vida dos doentes.
- Impacto da COVID-19 no mercado de dermocosméticos em farmáciaPublication . Moreira, Valentina Vaz Craveiro Reis; Ribeiro, Helena MargaridaOs Produtos Cosméticos desempenham um papel fundamental para a generalidade da população, contribuindo para o bem-estar pessoal, estilo de vida saudável, aparência física, conforto psicológico e aumento da autoestima. A evolução a nível mundial dos produtos cosméticos tem como objetivo atender às necessidades básicas de cada indivíduo e enaltecer as características desejadas, representando uma forte intervenção no quotidiano de todos os consumidores. A COVID-19 foi, sem dúvida, o tema que mais marcou o ano de 2020. Um ano em que foram sentidas alterações no quotidiano, no funcionamento enquanto sociedade e restruturação organizacional das empresas, devido à pandemia disseminada mundialmente. A realidade em sociedade e o quotidiano de todos os consumidores sofreram drásticas alterações, influenciando em larga escala o mercado de produtos cosméticos. As alterações atingiram as mais diversas facetas do mercado cosmético em Portugal: englobando o setor económico, revolução digital e redes sociais, redefinição do perfil do consumidor e por último, a alteração das prioridades coletivas e pessoais. As repercussões deste novo normal nas diversas vertentes da Indústria Cosmética encontram-se por analisar inteiramente, verificando-se a necessidade de avaliar os efeitos provocados pela pandemia mundial. Neste contexto revelou-se importante a realização de um estudo que permitisse caracterizar o impacto da COVID-19 no mercado de produtos cosméticos em Portugal, investigando as consequências em diversas vertentes. Esta análise deteve como principal objetivo um estudo da influência económica e comercial na Farmácia Comunitária, através da comparação das vendas com período homólogo. Em segundo plano, esta monografia pretende avaliar as alterações do perfil do consumidor, adaptação do mercado cosmético à nova realidade e, por fim, refletir sob a influência da crescente digitalização e sustentabilidade no mercado de produtos cosméticos. Em conformidade, a presente monografia focou-se na análise do mercado cosmético em Farmácia Comunitária e da literatura existente, a fim de explorar de que forma as indústrias cosméticas se estão a adaptar às alterações do mercado pós pandemia.
- Vitamina D no combate às infeçõesPublication . Cardoso, Ângela Rodrigues; Anes, Elsa Maria Ribeiro dos SantosNa última década, tem-se vindo a dar especial destaque às propriedades imunomoduladoras e anti-inflamatórias da vitamina D e ao seu envolvimento no controlo de infeções. Na resposta inata, a vitamina D promove a libertação de péptidos antimicrobianos, sobretudo em monócitos e macrófagos, e regula a produção de citocinas pró-inflamatórias. Na imunidade adaptativa, induz a inibição da diferenciação de células Th0 em Th1 e Th17 e a proliferação de células Th2 e T reguladoras, levando a uma diminuição das respostas pró-inflamatórias e a um aumento da reparação de tecidos e resposta anti-inflamatória. A deficiência de vitamina D está associada a um risco acrescido de infeção. Infeções causadas por vírus, como o vírus da hepatite B (HBV), o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e o coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2), ou bactérias como o bacilo da tuberculose (Mycobacterium tuberculosis) são exemplos onde os efeitos da vitamina D se mostraram relevantes no controlo quer dos patógenos quer da resposta inflamatória. Da mesma forma, polimorfismos nos genes que codificam o recetor da vitamina D (VDR) e o recetor da proteína ligante da vitamina D (DBP) podem contribuir para um aumento da suscetibilidade a infeções. Apesar de ainda não existir um consenso acerca dos níveis ótimos de vitamina D que garantam um correto funcionamento do sistema imunitário, a suplementação de vitamina D pode desempenhar um papel importante na redução da incidência de algumas infeções. A vitamina D também parece beneficiar a resposta à vacinação, nomeadamente através dos seus efeitos na imunidade inata, mais particularmente nas células dendríticas. Para além deste efeito, a sua adição como adjuvante a uma variedade de vacinas mostrou melhorar a resposta imune contra alguns vírus. No presente trabalho, fez-se uma revisão de conjunto sobre o estado da arte do envolvimento da vitamina D nas várias vertentes da resposta inata e adaptativa e do seu potencial uso na profilaxia e controlo de infeções.
- A teratogenicidade associada aos fármacos antiepiléticos: que progressos?Publication . Soares, Ana Margarida Pelica; Silva, Margarida Maria Fernandes Baptista eA epilepsia é uma doença que pode afetar mulheres em idade fértil, e em caso de gravidez, na sua maioria será necessário manter a terapêutica farmacológica para controlar a situação clínica. Porém, existem vários estudos que nos demonstram que os fármacos antiepiléticos (AEDs) podem causar malformações físicas ao feto e/ou défices neurocognitivos a longo prazo. A teratogenicidade provocada pela toma de AEDs constitui um problema sério, sendo urgente perceber quais os fármacos que apresentam maior e menor risco de causar malformações, para que a terapêutica possa ser ajustada. Para além disso, durante o período pré-concecional e durante a gestação a mulher deve ser aconselhada a tomar cerca de 4-5 mg/dia de ácido fólico, pois está comprovado que este reduz os efeitos adversos provocados por AEDs. Por outro lado, é importante conhecer o mecanismo de teratogenicidade dos AEDs, pois permite o desenvolvimento de estratégias para impedir a ocorrência de danos. A maioria dos estudos realizados têm tido como foco os efeitos teratogénicos do ácido valpróico, suportando a ideia de que este pode associar-se a stress oxidativo, atuar como inibidor da histona deacetilase e alterar a expressão de transportadores na placenta. A placenta é um órgão materno-fetal essencial para as trocas entre a mãe e o feto. O transporte de moléculas através desta ocorre por difusão simples ou facilitada, transporte ativo e endocitose. A maioria dos AEDs consegue atravessar a barreira placentária, o que implica que quantidades significativas de AEDs entrem em contacto com o feto. De maneira a contornar o problema, estão a ser estudados processos alternativos de administração dos fármacos AEDs para evitar a sua passagem placentária, que serão revistos ao longo deste trabalho. Na mulher com epilepsia, a terapêutica não farmacológica como a cirurgia, neuroestimulação e o consumo de alimentos/suplementos contendo compostos biologicamente ativos, também demonstraram ser uma importante possibilidade. Estas opções terapêuticas podem levar à liberdade total de crises convulsivas e à retirada dos AEDs ou diminuição da sua respectiva dose.
- Redox systems as targets for antitumoral therapyPublication . Grincho, Miguel Carola Mourão; Branco, Vasco Rui Veloso NevesO cancro tem umas das incidências mais elevadas a nível mundial, sendo também uma das doenças com a taxa de mortalidade mais elevada. A investigação no campo da terapia antitumoral bem como ensaios clínicos que testem novos medicamentos são um grande alvo de investimento no setor da saúde. No entanto, há um grande número de doentes que desenvolvem tumores que resistem aos tratamentos indicados para as condições que apresentam. Por este motivo, há a necessidade de continuar a procurar alternativas aos compostos utilizados na terapia anticancerígena e de estudar os mecanismos em que atuam. Um dos mecanismos alternativos atualmente a ser explorado é a inibição de sistemas redox. As espécies reativas de oxigénio (ROS) são moléculas derivadas do oxigénio que são formadas em todas as células, maioritariamente nas mitocôndrias. Quando em níveis moderados, estas espécies têm um papel importante na sinalização e modulação de vários mecanismos na célula, mas quando em concentrações mais elevadas, as ROS podem levar a danos no ADN e morte celular. Os sistemas redox são maioritariamente compostos por enzimas e proteínas com propriedades antioxidantes/redutoras que são responsáveis, entre outras coisas, por auxiliarem na eliminação de ROS. Em células cancerígenas, estes sistemas veem a sua atividade aumentada devido aos níveis elevados de ROS que aparecem devido a alterações no metabolismo da célula. No entanto, a atividade dos sistemas redox pode atrapalhar o mecanismo de alguns agentes antitumorais que provocam um aumento dos níveis de ROS para despoletar a morte celular, inibindo o desenvolvimento tumoral. Ao inibir a atividade antioxidante nas células cancerígenas, os níveis de ROS podem atingir o limite necessário para desencadear mecanismos de apoptose. Esta a razão pela qual os inibidores de sistemas redox se tornaram numa alternativa que pode ser explorada na descoberta de novos compostos terapêuticos. Esta monografia contem uma revisão da teoria dos sistemas redox, focando os sistemas da Tiorredoxina (Trx) e da glutationa (GSH), para que se possa compreender melhor os mecanismos envolvidos na sua ação, particularmente no cancro, bem como a linha de pensamento por trás do desenvolvimento de potenciais moléculas inibidoras. São destacadas também algumas das moléculas já desenvolvidas que mostraram atividade inibitória nestes sistemas, bem como os avanços em ensaios e estudos clínicos.
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