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- Gestão da qualidade em instituições zoológicas : requisitos de bem-estar animal e avaliação no serviço prestadoPublication . Plácido, Margarida Rodrigues; Fraqueza, Maria João dos Ramos; Leaper, JessicaDe modo a que as instituições zoológicas atinjam os seus objetivos de conservação das espécies e habitats é essencial que obtenham uma elevada quantidade de visitas, de forma a gerarem mais receita e, consequentemente, terem um papel ativo em projetos de conservação. Além deste papel, ao possuírem uma maior capacidade financeira, dispõem da possibilidade de proporcionar níveis elevados de bem-estar aos animais da instituição. Os quais, por sua vez, para além de beneficiarem os animais, elevam a satisfação dos visitantes o que, de novo, gera mais receita. Assim, é possível verificar as vantagens da gestão de uma instituição zoológica, consciente e baseada na melhoria contínua da qualidade. Esta dissertação teve como objetivo evidenciar a possível aplicação de componentes de gestão da qualidade numa instituição zoológica. Designadamente, foi efetuado um diagnóstico inicial do sistema de gestão da qualidade do parque onde foi realizado o estágio, identificando não conformidades com os requisitos da ISO 9001:2015 e do Secretary of State’s Standards of Modern Zoo Practice. Seguidamente, foi realizada a análise das suas causas, através do conceito dos 5 Porquês. Posteriormente, foi eleita uma área da qualidade a avaliar, nomeadamente, o bem-estar animal. Foram realizadas auditorias ao bem-estar dos animais do parque, após as quais, foi efetuada uma análise dos resultados, implementadas medidas de melhoria e/ou corretivas e realizado um ponto de situação, no final do estágio. Apesar de o parque não aplicar a Norma ISO 9001:2015, foi possível verificar a sua eventual implementação. Dos resultados obtidos das auditorias realizadas, foi possível demonstrar que, num curto espaço de tempo, é praticável solucionar e/ou melhorar diversos itens que não satisfazem os critérios, evidenciando a importância em identificá-los. Ou seja, é essencial realizar avaliações de desempenho regulares, não só do bem-estar animal, mas de todos os processos do parque, de forma a garantir a qualidade do mesmo.
- Proposta de score clínico para a conjuntivite alérgica caninaPublication . Gomes, Érica Melissa Jardim; Delgado, Esmeralda Sofia da Costa; Neves, Solange Judite Roque Coelho Alves GilA conjuntivite alérgica canina (CAc) é uma das manifestações oculares mais frequentemente associada à dermatite atópica canina (DAc), sendo muitas vezes subdiagnosticada. É uma das principais causas de conjuntivite e um dos diagnósticos diferenciais mais importantes de “olho vermelho” no cão. Dada a ausência de critérios clínicos de diagnóstico e caracterização desta doença e à consequente inexistência de protocolos terapêuticos padronizados, os animais com CAc, podem apresentar sintomatologia crónica com eventuais sequelas oculares e desconforto persistente. O objetivo deste trabalho é propor uma grelha de classificação que permita caracterizar clinicamente a CAc, estadiar os pacientes, acompanhar a sua evolução clínica e resposta à terapêutica. Para além disso, propõem-se 3 abordagens clínicas diferenciadas consoante o score da doença. Foi realizado um estudo retrospetivo recorrendo aos registos clínicos de 122 cães diagnosticados com conjuntivite alérgica canina no Serviço de Oftalmologia do Hospital Escolar. Só foram incluídos os cães sujeitos a exames oftalmológicos e dermatológicos completos. Foram considerados seis sinais clínicos para a caracterização da doença e estadiamento clínico: quemose, hiperémia, prurido, epífora, corrimento ocular e queratite que foram classificados de 0 (ausente) a 3 (grave), de acordo com a gravidade apresentada. O somatório da pontuação atribuída a cada sinal clínico permitiu obter um grau de gravidade compreendido entre 1 e 18 (OS= 6,54 ± 2,90; OD= 6,57 ± 2,90). A análise estatística dos registos permitiu concluir que os quadros clínicos de CAc mais frequentes são os moderados (64%) e que a tríade: quemose (84%), hiperémia (83%) e prurido (79%) são os sinais clínicos mais prevalentes. Dos cães avaliados 55% apresentavam um quadro composto por, pelo menos, estes 3 sinais clínicos. À tríade seguiu-se a epífora (69%) e o corrimento ocular (62%). A queratite foi o sinal clínico menos frequente (15%) e foram-lhe atribuídos maioritariamente graus ligeiros. No entanto, parece estar correlacionada com a gravidade e cronicidade da CAc (OD: p-value= 0.001 e rho= 0.29; OS: p-value= 0.02 e rho= 0.21). Os quadros lesionais de DAc foram avaliados com recurso ao CADESI-03 e CADESI-04. Apesar da maioria dos cães apresentar DAc concomitante, os respetivos scores não estão correlacionados (p-value=0.4). Com este trabalho propusemos um score clínico para a classificação da gravidade da CAc que considera três graus: ligeiro, moderado e grave, bem como protocolos terapêuticos ajustados. Pretendemos contribuir para a padronização dos critérios clínicos de diagnóstico, classificação e abordagem terapêutica da CAc, o que potencialmente será útil no tratamento, prognóstico e qualidade de vida destes doentes.
- pERK as a neuronal activity marker in Drosophila melanogasterPublication . Silva, Sofia Alexandra Goulão da; Moita, Marta; Henrique, DomingosUm dos principais desafios para os neurocientistas é compreender de que forma o cérebro dá origem a comportamentos observáveis, sendo fulcral mapear a actividade neuronal em circuitos conhecidos e bem definidos. Devido à simplicidade e rastreabilidade genética da mosca da fruta, os neurónios e respectivos circuitos são identificáveis entre animais, com um amplo conjunto de linhas transgénicas disponíveis para regular a actividade neuronal. Todavia, apesar de existir um kit experimental bastante sofisticado, os investigadores que utilizam a Drosophila melanogaster como modelo animal, não têm à sua disposição um bom marcador endógeno de actividade neuronal. Actualmente existem algumas técnicas para medir a actividade dos neurónios (e.g. electrofisiologia e influxo de cálcio), mas relativamente aos organismos invertebrados, as ferramentas disponíveis são escassas e com limitações muito concretas no estudo de comportamentos inatos e não confinados. É fundamental desenvolver uma ferramenta que nos permita aceder e monitorizar a actividade neuronal, a título rigoroso e preciso, em animais que se movem livremente e com uma expressão robusta e identificável no cérebro da mosca. Neste projecto, testámos a detecção imuno-histoquímica da proteína ERK (Extracellular signal-Regulated Kinase) fosforilada, pERK - uma molécula-chave para a regulação dos eventos de plasticidade sináptica - como marcador de actividade neuronal no cérebro da Drosophila. A actividade dinâmica de ERK tem sido utilizada em diversos estudos com mamíferos e outros vertebrados (e.g. peixe-zebra), e foi comprovada a sua eficácia na marcação de neurónios activos, aquando da presença de um estímulo externo. No nosso paradigma, as moscas experimentais foram expostas durante 1 minuto a um odor atractivo, o farnesol, um composto presente em citrinos. As moscas do grupo controlo foram expostas durante 1 minuto a água destilada. 20 minutos após a exposição ao estímulo e controlo, os cérebros das moscas foram dissecados e rapidamente fixados. Em seguida, procedemos a uma avaliação qualitativa e imparcial de 3 observadores (modelo aplicado a todas experiências realizadas), que atribuíram pontuações para a ausência (0) ou presença (1) da expressão de pERK nos lóbulos das antenas das moscas. Os 3 observadores concluíram que havia uma maior percentagem de cérebros com expressão de pERK na condição experimental (88.9%), comparativamente com os cérebros controlo expostos a água destilada (15.1%). Estas primeiras observações sugeriram que o estímulo de farnesol aumenta a expressão de pERK nos lóbulos das antenas, o que suporta a nossa hipótese inicial de utilização de pERK como marcador de actividade neuronal, na sequência de um estímulo. Todavia, as classificações atribuídas pelos investigadores não foram concordantes para cada cérebro transversalmente, nas diferentes condições. Por essa razão, pareceu-nos fundamental uma abordagem alternativa de automatizada da fluorescência de pERK, que nos permitisse verificar as observações iniciais. Criámos então um método de quantificação automatizado, considerando como região de interesse o sinal de pERK obtido nos cérebros experimentais, expostos a farnesol. Foi estabelecido um sistema de coordenadas para aplicarmos a região de interesse, que apresentava expressão de pERK, e duas regiões background (adjacentes à região de interesse) aos cérebros das duas condições, garantindo assim a consistência entre todas as amostras analisados. Como resultado desta análise, verificámos níveis significativamente mais elevados de pERK na condição experimental, em comparação com o grupo controlo. Estes resultados encorajaram e motivaram uma investigação mais detalhada da activação neuronal nos lóbulos das antenas, em resposta ao estímulo de farnesol. Considerámos neste caso que seria importante verificar se esta activação neuronal nos lóbulos das antenas correspondia aos neurónios que expressam os receptores olfactivos 83c no glomérulo DC3, anteriormente identificados como sendo sensíveis ao farnesol. Para tal, recorremos ao sistema binário Gal4-UAS, anteriormente desenvolvido para induzir a expressão de genes, com a devida precisão em células específicas. Cruzámos então machos Or83c-Gal4 com fémeas virgens UAS-CD8::GFP. CD8 é uma proteína transmembranar e, por isso, a superfície dos neurónios Or83c vai estar marcada a verde, devido à fusão desta proteína com a green fluorescence protein (GFP). Desta forma, podemos facilmente identificar os neurónios 83c e medir a expressão de pERK em simultâneo. A análise qualitativa dos observadores mostrou um aumento dos níveis de expressão de pERK nos cérebros experimentais, comparativamente aos controlos. Relativamente à quantificação automatizada, a região de interesse e respectivos backgrounds foram obtidos com base na anatomia do glomérulo DC3. A análise estatística mostrou uma expressão elevada e significativa de pERK no glomérulo DC3, depois da estimulação com farnesol. Assim, os nossos resultados suportam a hipótese colocada inicialmente, e que sugere o aumento da expressão de pERK nos neurónios Or83c activos, na presença de farnesol. De acordo com as observações anteriores, considerámos que seria interessante perceber se a inibição ou activação artificial dos neurónios Or83c afectaria os níveis de expressão de pERK no glomérulo DC3. Para investigarmos estas questões, resolvemos silenciar e activar directamente os neurónios Or83c, com recurso a um canal hiperpolarizado de potássio, Kir2.1, e a uma proteína fotossensível constituinte de um canal de catiões, CsChrimson, respectivamente. A expressão de Kir2.1 e de CsChrimson está igualmente acoplada à proteína GFP, o que nos permitiu visualizar os neurónios Or83c e medir a expressão de pERK nestas células, à semelhança da experiência anterior. No protocolo de inibição dos neurónios 83c, verificámos inicialmente que não havia expressão de pERK nos cérebros controlo, expostos ao farnesol. Com base nos resultados das experiências anteriores seria expectável que os cérebros controlo, que correspondiam às gerações parentais (Or83c-Gal4 e 10xUAS-Kir2.1::eGFP), apresentassem expressão de pERK na presença do estímulo, o que não se verificou. A análise quantitativa revelou ainda resultados não significativos entre os cérebros experimentais e controlos. Para o protocolo de activação dos neurónios 83c, com recurso à proteína fotossensível CcChrimson, e considerando as possíveis variações da actividade neuronal em resposta à duração e dinâmicas da estimulação luminosa, estabelecemos primeiramente 2 protocolos distintos: luz pulsada (1 min, 2 Hz) e luz contínua (1 min). Foi ainda testado um terceiro protocolo, que consistia num estímulo mais longo (5 estímulos, 30 seg de luz, espaçados por 90 seg sem luz). Este último protocolo de activação foi estabelecido com base em estudos anteriores, que reportaram a capacidade de treinos espaçados para activar importantes cascatas de sinalização intracelulares, como a Mitogen-Activated Protein Kinase (MAPK). O ERK é uma molécula-chave desta cascata, e portanto questionámos se existiria uma expressão aumentada de pERK em função da resposta dos neurónios Or83c aos estímulos espaçados. Os resultados que obtivemos com as 3 manipulações artificiais não foram significativos entre moscas experimentais e controlos, sugerindo assim que os protocolos de activação não foram eficientes para activar os neurónios Or83 e aumentar a expressão de pERK no glomérulo DC3. Em suma, os nossos resultados mostram uma expressão aumentada de pERK, na presença de um estímulo externo, em neurónios olfactivos. No entanto, no seguimento das experiências de manipulação artificial de actividade neuronal, não foi possível confirmar a robustez da utilização de pERK como marcador de actividade neuronal na Drosophila. Não obstante, as nossas observações poderão abrir novos caminhos para estudar a actividade neuronal no cérebro da Drosophila e medir a actividade em neurónios específicos, envolvidos em diferentes comportamentos inatos e em contextos mais naturalistas. A identificação de neurónios envolvidos em diferentes condições pode ser crucial no estudo de outros paradigmas de função e actividade neuronal no cérebro das moscas, bem como permitir que se estabeleçam ligações com outros organismos. Acreditamos que este trabalho possa ser um passo firme nessa direcção. Todos os detalhes de execução experimental e análise foram partilhados com Dr.ª Marta Moita (e respectivo laboratório), e com a Dr.ª Isabel Campos. O total desenvolvimento experimental, recolha e processamento dos dados foi realizado por mim.
- Avaliação de um protocolo de quarentena para um parque oceanográfico de entretenimento educativoPublication . Dias, Ana Mafalda Guerra; Almeida, Virgílio da Silva; Silva, Nuno Urbani (Tutor)Na atualidade, instituições como jardins zoológicos, aquários, parques e reservas de vida selvagem desempenham um papel fundamental na sobrevivência de espécies ameaçadas e na educação ambiental pelo respeito da Natureza e da biodiversidade. A mitigação do risco da movimentação de animais entre estas instituições é realizada com o objetivo de reduzir as probabilidades de introdução de agentes patogénicos nas coleções zoológicas recetoras. São múltiplas as medidas implementadas para mitigar este risco desde procedimentos pré-transporte na origem até à quarentena dos animais no destino. Neste estudo foi avaliado o protocolo de quarentena multiespécie da instituição zoológica Mundo Aquático - Parques Oceanográficos de Entretenimento Educativo S.A., - Zoomarine Algarve. A avaliação feita aos procedimentos de quarentena do Zoomarine é bastante positiva. Verificou-se cumprimento da legislação em vigor, e nalgumas situações, investimento e implementação de estratégias complementares, com o objetivo de promover a saúde e o bemestar dos animais que integram a coleção zoológica e salvaguardar a Saúde Pública dos trabalhadores e dos visitantes do parque. Foram identificadas catorze situações que devem ser melhoradas e criados modelos de documentos específicos para registo de dados. O presente trabalho reforça a importância do Médico Veterinário em parques oceanográficos de entretenimento educativo e a relevância da partilha permanente de informação baseada em ciência entre instituições zoológicas, peritos e médicos veterinários.
- Efeito da fibra solúvel em idosos com obstipaçãoPublication . Pires, Joana Isabel Ferreira; Guerreiro, Catarina Ferreira Murinello de SousaIntrodução A obstipação é uma das condições clínicas mais comuns em qualquer idade. Contudo, os idosos apresentam maior risco de desenvolvimento. A evidência sugere que certos cuidados, principalmente a nível da alimentação podem ter influência da sintomatologia desta condição clínica. Objetivo Avaliar o efeito da fibra solúvel em idosos com obstipação, verificando a existência de uma eventual melhoria na sintomatologia gastrointestinal. Metodologia O estudo teve a duração de quatro semanas, sendo um ensaio clínico simples com intervenção. Setenta indivíduos fizeram parte do estudo e foram distribuídos por dois grupos. Ambos receberam orientações nutricionais direcionadas para a obstipação, mas apenas um grupo recebeu suplemento de fibra 100% solúvel. Os indivíduos foram posteriormente avaliados em três momentos. Resultados Após quatro semanas de intervenção, a sintomatologia gastrointestinal melhorou significativamente em ambos os grupos, contudo, existiram maiores diferenças no grupo onde foi aplicado a fibra 100% solúvel, melhorando significativamente nos resultados da Bristol Scale (p=0,00 vs p=0,001) e na variável facilidade de excreção (p=0,000 vs p=0,001). No que concerne à frequência de evacuação também esta aumentou nos dois grupos, sendo estatisticamente diferente em todos os momentos de avaliação no grupo com fibra. Conclusão As recomendações nutricionais que promovem uma adequada ingestão de fibra acompanhadas de aumento de suplementação de fibra 100% solúvel parecem ter influência positiva na sintomatologia de indivíduos obstipados.