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- Design de figurinos dinâmicos e interactivos para a performance artísticaPublication . Teixeira, Alexandra Cabral de Andrade; Figueiredo, Manuela Cristina Paulo Carvalho de Almeida; Figueiredo, Carlos Manuel de Almeida, coorientadorO objecto de estudo em análise é o design de figurinos para a performance artística, envolvido num campo de acção onde a moda tem carácter de obra de arte, contribuindo para evocar emoções. Para tal, o uso de novas tecnologias têxteis é fulcral na criação da forma significante, que será dinâmica e interactiva, coadjuvando o performer na sua actuação, numa ligação cada vez mais estreita entre aquilo que ele expressa e o que o vestuário caracteriza. A problemática em causa assenta no facto de o potencial dos protótipos inteligentes e semi-inteligentes não ter ainda sido direccionado para responder verdadeiramente a estímulos psicológicos do utilizador e comunicar deliberadamente emoções específicas. O contributo realmente cognitivo do vestuário em questão está em encerrar a comunicação bidireccional performer/público, emoldurada pelos estímulos do meio ambiente, e na qual o figurino ganha significado. A combinação entre tecnologia e cognição sumaria a co-experiência em que se vêem envolvidos naquele campo de acção. É então necessário compreender interligações e níveis de interacção entre superfície têxtil e o seu suporte (o corpo), fazendo convergir territórios simultaneamente funcionais e emocionais, para permitir a elaboração de figurinos que reajam a estímulos, colocando o utilizador e o meio ambiente como actuadores de funções específicas. Para aliar ciência e técnica, numa prática do design que englobe conceitos como design de interacção, co-design e design participativo, é apropriado recorrer a uma metodologia mista, não intervencionista e intervencionista e de base qualitativa. Num vestuário que une forma e fundo, objecto e contexto, performer e expectador, a inovação está no contributo recíproco para os campos do design e da engenharia têxtil. Espera-se, com esta investigação, aproximar a inteligência têxtil àquela que lhe deu origem (a humana), conjugando noções de materialidade e imaterialidade. Com o dinamismo do vestuário e a interacção por este proporcionada a reflectirem um enfoque na redefinição do corpo como espelho da mente, desafiamos os limites conceptuais e plásticos da moda.
- Subjectividade e dissidênciaPublication . Eça, João Maria Delgado Martins de Almeida d'; Justo, José Mirandasujeito da metafísica ocidental é um sujeito transcendental e unitário, um a priori da própria realidade. É no cartesianismo que esta concepção do sujeito adquire o seu expoente máximo, afirmando-se a alma como a única propriedade verdadeira do real. O legislador-sujeito cartesiano (onde enunciação e enunciado se confundem) torna-se senhor do seu próprio mundo, autónomo e egoísta. O cartesianismo está na base das filosofias individualistas, da mesma forma que consolida o espiritualismo que o precedeu. Torna-se fundamental desconstruir esta concepção da subjectividade que declara rígidos e estáticos os papéis dos sujeitos ditos normais. Pois, ao contrário do que afirmam Descartes e toda a metafísica, não há um sujeito em abstracto nem um sujeito unitário, mas sim sujeitos no concreto que se afirmam pela sua pluralidade e heterogeneidade. É essa metafísica datada e esclerosada, característica do capitalismo, que torna possíveis mecanismos como a divisão e os papéis de género, a estratificação económica e social, a genealogia e as heranças do poder patriarcal, a instituição do racismo, da homofobia, do sexismo e da transfobia. Os princípios de unidade que regularizam a produção de subjectividade no capitalismo alicerçam-se em dualismos que pretendem, de facto, garantir a estabilidade do status quo e as suas hierarquias imutáveis (homem–mulher/branco–negro/hétero–homo/cis–trans). Os sujeitos dissidentes do nosso mundo não se podem conformar — e não se conformam — à impotência estabelecida pelo pensamento unitário. Esta dissertação colocar-se-á próxima das estratégias de tais sujeitos e fará, por um lado, a análise e o elogio das suas tácticas e, por outro, a crítica e a refutação dos mecanismos dos seus oponentes: a norma burguesa, patriarcal e capitalista. Da apropriação do insulto à performatividade drag, do contraste entre as formas de organização social de massa e de matilha à esquizofrenia como método e ao questionamento das fronteiras entre a razão e a loucura, o modelo rizomático desta investigação procurará desvendar os princípios fundamentais de uma concepção materialista e dissidente da subjectividade.