Browsing by Author "Marques, Francisco Miguel Bracons Felizol"
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- A tragédia da liberdade na Filosofia do dinheiro de Georg SimmelPublication . Marques, Francisco Miguel Bracons Felizol; Serrão, Adriana Veríssimo,1951-Na Filosofia do Dinheiro (Philosophie des Geldes, 1900), Georg Simmel aplica ao dinheiro a sua concepção de verdade e o método relativista. A história do dinheiro mostra um processo de contínua divisão até à sua completa atomização, bem como a liberdade de tomar qualquer forma à custa de objectivar, de igualizar em quantia todas as qualidades dos objectos de troca. O dividir do dinheiro estende-se tanto a objectos como a sujeitos. Os objectos chegam-nos mais, mais efémeros e mais incompreensíveis; libertam-se de nós – cresce uma cultura objectiva que se afasta do homem. Ao mesmo tempo, com o dinheiro, os sujeitos começam por experimentar uma divisão, e depois uma liberdade que, vazia porém de propriedade e destituída de fim, sem encontrar resistências nem direcção, se revela como negativa. Ao contrário desta, a liberdade positiva tem propriedade, tem fim e assenta no individual; a individualidade não é o indivíduo isolado na sua ilha subjectiva, nem aglutinado num continente - não é ilha nem continente, é ilha e continente, pen-ínsula. Em 1911, Georg Simmel descreverá a vida humana como a tentativa de conter a matéria em formas que, uma vez criadas, logo se começam a esvaziar de conteúdos, restando-lhe por isso criar formas atrás de formas: é a tragédia da cultura. A dissertação procura defender que a visão simmeliana da tragédia da cultura já se anuncia em 1900, na Filosofia do Dinheiro, como tragédia da liberdade. Só usando o dinheiro como meio, só agindo em liberdade positiva, ultrapassando com esforço sucessivas resistências, formas atrás de formas de não-liberdade, podemos caminhar para o nosso fim individual.
- Violência com democracia no pensamento de René GirardPublication . Marques, Francisco Miguel Bracons Felizol; Correia, Carlos João Tavares NunesPela teoria mimética, a democracia é um sistema sacrificial. Mantendo os seus cidadãos crentes em sua autonomia, a democracia garante diferenças, ritos e instituições, a conter e a canalizar decisão, culpa, desejo e violência. O Povo, herdando cristãs propriedades divinas e inocentárias, reina com materna democracia e sua ciclicidade imortalizante. O Estado, de paternidade menorizada em governo demiurgo, é periodicamente culpado, morto e ressuscitado: em fecundo caos culminado em sacrifício / sacramento eleitoral, em jogo sagrado contando votos em vez de baixas, regenera-se o cosmos, saem próximos decisores culpados. Complementam este pilar pagão do regime, o parlamento, a diferenciação entre poderes, a domesticação da rua em dita participação democrática. Mas o progredir do pilar cristão, a doce e igualizante maternização, ameaça a democracia: na exagerada fuga à decisão; no cair da crença; na ideia de democracia directa, no movimento correctivo, nas imperativas tolerâncias e transparências.