Browsing by Author "Belchior, Catarina Fernandes"
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- Perspetivas terapêuticas na doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólicaPublication . Belchior, Catarina Fernandes; Rodrigues, Cecília Maria PereiraA doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica é cada vez mais prevalente no mundo. Isto deve-se ao aumento da incidência de outras patologias como diabetes, síndrome metabólica e dislipidémia, e associa-se a um estilo de vida sedentário, a par de uma alimentação pouco saudável. Esta doença hepática caracteriza-se por acumulação de gordura no fígado, a qual causa um quadro inflamatório e fibrótico que culmina na diminuição de função do órgão. O excesso de gordura no fígado pode ter origem na desregulação da lipólise, consequência da resistência à insulina, e no excesso de carboidratos, que favorecem a síntese de ácidos gordos livres. A progressão patológica para esteatohepatite e carcinoma hepatocelular, dependem de processos de inflamação e fibrose. O firsocostat e o clesacostat inibem a acetil-CoA carboxilase, essencial à lipogénese de novo. Os agonistas do fator de crescimento dos fibroblastos 21, como o pegbelferim, atuam no metabolismo glicolipídico e permitem obter efeitos benéficos na doença hepática. Outros fármacos em estudo incluem o ácido obeticólico, que atua nas células hepáticas, e a pioglitazona e o saroglitazar, que se ligam aos recetores ativados por proliferadores do peroxissoma, também presentes nos hepatócitos. Por outro lado, a lesão hepática ativa o sistema imunitário desencadeando um estado inflamatório que acentua o dano hepático. Assim, as células imunitárias são também consideradas alvos terapêuticos. A continuidade do ciclo de lesão celular contribui para a diferenciação das células hepáticas estreladas, aumentando a deposição de matriz fibrótica no fígado com diminuição das suas funções. A empagliflozina é um fármaco promissor, com atuação no metabolismo das células estreladas. Uma vez que as estratégias farmacológicas são escassas e muitas ainda se encontram em desenvolvimento, a cirurgia bariátrica e o transplante hepático são frequentemente considerados como opção. Considerando que os primeiros fármacos para a doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica estão só agora a começar de ser aprovados, uma das formas mais eficazes de tratar essa condição parece ser uma dieta regrada e o exercício físico, que devem integrar qualquer regime de tratamento. Apesar dos progressos, é essencial estimular a investigação nesta área.