DC - Teses de Mestrado
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Browsing DC - Teses de Mestrado by advisor "Alves, Ana Clotilde de Oliveira Teixeira"
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- Corpos estranhos no trato gastrointestinal de cães e gatos a propósito de 32 casos clínicosPublication . Silva, Inês Beatriz Nunes; Alves, Ana Clotilde de Oliveira Teixeira; Luís, José Paulo Pacheco de SalesOs animais de companhia ingerem frequentemente objetos que causam obstrução, e que corresponde a uma das causas mais comuns de problemas no trato gastrointestinal necessitando de tratamento cirúrgico. Com este estudo retrospetivo pretendeu-se estudar e caracterizar uma amostra de 32 casos (16 cães e 16 gatos), com um corpo estranho localizado entre o estômago e intestino delgado, quanto à sua idade aquando apresentação, sinais clínicos, tipo e localização do corpo estranho, procedimentos cirúrgicos necessário para a remoção do objeto, dias de hospitalização e complicações desenvolvidas após a cirurgia. Estes casos representaram cerca de 4% dos procedimentos cirúrgicos de um hospital veterinário de referência no período de 13 meses. A idade média aquando apresentação foi de 4,94 anos nos cães e 3.40 anos nos gatos. Os sinais clínicos estavam presentes em 75% dos animais, com os mais comuns sendo de vómito, anorexia, prostração e dor abdominal. A alteração laboratorial analítica mais encontrada foi o aumento do hematócrito e hipocaliémia em 68% e 60% dos animais, respetivamente. Os cães demostraram a ingestão de um maior número de corpos estranhos não lineares (68.8%), enquanto os gatos ingeriram mais frequentemente corpos estranhos lineares (56.2%). Contudo, não se verificou uma relação estatística entre a espécie e o tipo de corpo estranho. A localização do corpo estranho mais prevalente nos cães revelou ser o estômago, com maior número de gastrotomias realizadas (p=0.02), em contraste com os gatos onde o objeto se encontrou mais no jejuno, com necessidade de realização de mais enterotomias neste grupo (p=0.03). Os corpos estranhos lineares necessitaram de maior número de procedimentos cirúrgicos para a sua remoção (p= 0.0005), e os animais ficaram internados durante mais dias, embora esta última variável sem correlação estatística (p=0.16). A taxa de sobrevivência foi de 90.6%, com desenvolvimento de complicações pós cirúrgicas tais como deiscência de sutura, peritonite, perfuração, entre outras, em 37.5% dos cães e 25% dos gatos. Foi encontrada uma relação entre os animais que realizaram um maior número de procedimentos cirúrgicos para resolução da obstrução, e o desenvolvimento de complicações (p=0.03). Apesar do tratamento geralmente mais complexo em corpos estranhos lineares, não se conseguiu demostrar estar associado a um pior desfecho do caso no presente estudo, embora a conformação do objeto seja de facto um fator importante para o maneio do caso
- Obstrução uretral felina : estudo retrospetivo e avaliação de possíveis fatores de prognóstico associados a recidiva em machos (2018-2022)Publication . Oliveira, Catarina Bivar de Sousa; Alves, Ana Clotilde de Oliveira Teixeira; São Braz, Berta Maria Fernandes FerreiraA obstrução uretral define-se como uma uropatia obstrutiva, estrutural ou funcional, que impede o fluxo urinário normal do animal. Tanto a doença das vias urinárias inferiores como, em particular, a obstrução uretral, são condições comuns na prática clínica, especialmente em felinos machos. As causas mais comuns de obstrução uretral são a cistite idiopática felina, a urolitíase e os tampões uretrais. O seu tratamento passa pela estabilização inicial do animal, pelo alívio da obstrução, pelo maneio médico e/ou cirúrgico, pela realização de alterações alimentares e pelo enriquecimento ambiental do felino. Apesar da taxa de mortalidade ser baixa, a recorrência de episódios obstrutivos é bastante frequente. O presente estudo retrospetivo teve como objetivos a caracterização de uma amostra populacional de 69 gatos do sexo masculino com obstrução uretral, o relato da sua apresentação clínica, abordagem diagnóstica, tratamento e desfecho clínico; e a avaliação de possíveis fatores de prognóstico que possam estar associados com o aparecimento de recidiva. De acordo com os resultados obtidos, a maioria dos felinos eram castrados (81%), de raça Europeu Comum (88%), estritamente de interior (97%) e sofria o seu primeiro episódio de obstrução uretral (87%) aquando a chegada ao hospital. A moda da idade ao primeiro episódio obstrutivo foi de 2 anos. Os sinais clínicos mais frequentes foram a prostração, o vómito e a hematúria. Relativamente às alterações dos parâmetros laboratoriais, destacam se a azotémia (66%) e a hipercalémia (44%). À urianálise, 94% dos gatos da amostra apresentavam hematúria, 47% cristalúria e 44% piúria. A maioria dos felinos não possuía infeção urinária. O principal achado aos exames imagiológicos foi a presença de urólitos. A causa mais comum de obstrução uretral foi a cistite idiopática (59%). Após estabilização, realizou-se tratamento médico em 56 casos e tratamento cirúrgico em 11 casos. No total, 45% dos felinos experienciaram pelo menos uma recidiva. Destes, 36% foram novamente algaliados na primeira semana e 59% no primeiro mês após hospitalização. Aos 82 dias após o episódio de obstrução, a probabilidade de um felino recidivar foi de 50%. A taxa de mortalidade do presente estudo foi 9%, apesar da causa da maioria das mortes não estar relacionada com a obstrução uretral. O pH urinário foi a única variável avaliada que demonstrou associação com o aparecimento de recidiva (χ² = 4.03, df = 1, P = 0,045)
- Uso de analgésicos e antibióticos em ovariohisterectomias eletivas de cadelas e gatas pelos médicos veterinários portuguesesPublication . Melgás, Beatriz Araújo; Alves, Ana Clotilde de Oliveira Teixeira; Dias, Graça Maria Leitão FerreiraA escolha de fármacos analgésicos e antibióticos em ovariohisterectomias de cadelas e gatas pelos Médicos Veterinários portugueses é um tema pouco documentado. A diversidade de fármacos disponíveis permite múltiplas associações analgésicas, tornando importante a análise das práticas adotadas. Este estudo teve como objetivos descrever os protocolos analgésicos e antibióticos utilizados em ovariohisterectomias eletivas de cadelas e gatas, verificar a sua conformidade com as diretrizes mais recentes e identificar potenciais lacunas na prática clínica. Para tal, foi conduzido um inquérito disponibilizado por via informática, respondido por 134 Médicos Veterinários, abrangendo questões sobre analgesia, antibioterapia e perfil sociodemográfico e técnico-científico dos participantes. Os resultados revelaram uma diversidade considerável nos protocolos analgésicos, com tendência predominante para abordagens preventivas e multimodais. Os opioides e os agonistas α-2 adrenérgicos são amplamente utilizados na fase pré-cirúrgica, enquanto os anti-inflamatórios não esteróides predominam no período pós-cirúrgico. Observou-se, contudo, uma subutilização de analgesia intra-cirúrgica, com 37,9% (44/116) dos Médicos Veterinários a não administrar qualquer fármaco analgésico em cadelas e 53,2% (67/126) em gatas. Em relação à antibioterapia, 58,2% (78/134) dos Médicos Veterinários administra antibióticos em cadelas e 56,7% (76/134) em gatas. O protocolo mais adotado (46%, 36/78 em cadelas e 35/76 em gatas) consistiu na administração em dois momentos: pré e pós cirúrgico, destacando-se o uso de amoxicilina associado ao ácido clavulânico. A prescrição profilática de antibióticos apresentou associações estatisticamente significativas (P < 0,05) com o género do Médico Veterinário, a realização de formação adicional em cirurgia, a atuação em outras áreas da Medicina Veterinária além da clínica de pequenos animais e a duração das cirurgias em gatas, conforme demonstrado por testes de associação e modelos de regressão logística. Conclui-se que, embora se reconheçam esforços para práticas baseadas em evidências científicas, persistem lacunas na uniformidade dos protocolos e na aplicação das recomendações. Incentiva-se a formação contínua e a sensibilização para o uso adequado e racional dos fármacos analgésicos e antibióticos, de modo a contribuir para a evolução dos cuidados Médico-Veterinários peri-cirúrgicos em Portugal