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Authors
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Abstract(s)
Em termos muito gerais, o presente trabalho consiste num estudo
sobre a facilitação do desenvolvimento cognitivo. Uma das razões principais
que motivou a escolha deste tema é a possibilidade de se poder
simultaneamente investigar e intervir em alguns dos processos envolvidos no
desenvolvimento cognitivo.
A natureza desta investigação parecia simples. Consistia em encontrar
três tarefas que estimulassem facetas do desenvolvimento cognitivo,
proporcionar a sua manipulação a crianças e adolescentes entre os 9 e os 13
anos e verificar os efeitos dessa manipulação.
1) No entanto, as dificuldades começaram a surgir logo na concepção do
que é o desenvolvimento cognitivo nestas idades. Há que seguir um modelo ou
abordagem teórica ou não? Se sim, qual? Ou, então, porque não seguir vários
modelos e abordagens? E quais os critérios para essas opções teóricas? E
como reconhecer perspectivas teóricas significativas e coerentes na imensidão
das publicações? Será que faz sentido colocar as questões nestes termos?
2) O segundo grupo de dúvidas surgiu com a escolha das facetas do
desenvolvimento que se pretendiam estimular. A contextualização do trabalho
no âmbito da educação e o seu objectivo, o de intervir em termos cognitivos,
parecia já limitar o desenvolvimento ao aspecto cognitivo (e não pessoal,
social, moral, emocional). Mas, dentro do desenvolvimento cognitivo, que
facetas existem? Não haverá só uma estrutura global e única a estimular? Ou,
existirão vários domínios a estimular?
3) Uma vez resolvidas estas decisões teóricas, outra dúvida se instalou: o
que se entende por estimular, facilitar, aumentar, enriquecer, promover o
desenvolvimento cognitivo? O que se facilita e como se facilita? Pode-se
estimular vários aspectos simultaneamente ou apenas um? Como categorizar
os vários estudos sobre estimulações, facilitações e treinos? Que se pode
retirar deles? Quais as "facetas" que serão sujeitas a estimulação? Como
escolhê-las? Como é que os construtos teóricos escolhidos poderão contribuir
para a construção das tarefas de facilitação?
4) O quarto conjunto de questões revelou-se, inesperadamente, o mais
moroso neste processo experimental. Como avaliar o grupo controle e o grupo
experimental antes e depois da intervenção? Através de um instrumento já
existente? Ou através de um instrumento construído para o efeito? Se se opta
por esta alternativa, com base em que construtos teóricos? 5) As últimas dúvidas surgiram relativamente à aplicação prática dos
resultados. A partir daí, o que é possível fazer? Que implicações pedagógicas
se vislumbram através dos resultados? Os dados recolhidos parecem mesmo
indicar que se abrem novas possibilidades à facilitação do desenvolvimento
cognitivo? E como é possível implementá-las? E quais os limites que se
colocam? (...)
Description
Tese de doutoramento em Psicologia (Psicologia da Educação), apresentada à Universidade de Lisboa através da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, 1998
Keywords
Psicologia do desenvolvimento Desenvolvimento cognitivo Cognição Modelo piagetiano Teses de doutoramento - 1998