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Advisor(s)
Abstract(s)
Este trabalho de investigação teve como embrião o meu trabalho no Centro
Helen Keller.
O facto de me encontrar desde o início do mestrado, numa Escola de Ensino
Especial, que faz a integração pedagógica e social de alunos invisuais com
normovisuais, despertou-me desde muito cedo o interesse e a atenção. Depois de
conviver durante algum tempo com os alunos invisuais, a minha curiosidade,
relativamente a certos aspectos dos seus comportamentos, acentuou-se. Por
exemplo, como é que os invisuais conhecem a pessoa que apenas lhes toca no
braço, ou os cumprimenta? Ou ainda, como é que alguns invisuais se deslocam tão
facilmente pelas ruas, sem chocarem contra os obstáculos? Ora foi precisamente o
facto de eu observar alguns invisuais (cegos totais) a desviarem-se e a contornarem
tão facilmente os obstáculos que se lhes atravessavam pelo caminho, que a minha
curiosidade foi mais longe e perguntei a mim mesma, como seria que eles detectavam
os obstáculos.
Surgiu então a ideia de um trabalho de investigação relacionado com invisuais,
mais precisamente focando o problema da detecção de obstáculos e mobilidade.
Apareceram porém algumas dificuldades na pesquisa bibliográfica,
principalmente no que diz respeito ao problema da detecção de obstáculos. Penso
que esta dificuldade na obtenção de mais bibliografia sobre este domínio, se deve ao
facto, tanto quanto sei, das investigações que se conhecem dentro desta área
pertencerem apenas a experiências já clássicas e por tal a bibliografia existente não
ser muito actual.
Tanto quanto sei, também não foram realizados desde então outros estudos
dentro desta área da detecção de obstáculos. No caso específico de Portugal, não
tenho conhecimento de nenhum trabalho de investigação realizado até agora e
relacionado com este problema.
Relativamente à situação experimental, foi bastante difícil encontrar um local
apropriado para a realização das experiências, em especial para a realização da
experiência sobre representação espacial, o que fez dilatar o tempo de execução da
experimentação.
Existiram ainda outras pequenas dificuldades que se prenderam com
problemas de mobilidade por parte dos sujeitos e que tornaram ainda mais morosa
toda a experimentação.
No entanto e com o decorrer do tempo estas dificuldades foram sendo
superadas e a investigação foi-se concretizando, existindo sempre grande motivação,
tanto por parte dos sujeitos como da minha parte, em levá-la até ao fim.
Este estudo é um trabalho do qual me orgulho bastante, é um trabalho sério e
onde se tentou ser minimamente eficaz. Não obstante se basear em experiências
clássicas já efectuadas anteriormente, penso ser um estudo que poderá trazer alguma
evolução na pesquisa e investigação científica sobre a deficiência visual, em Portugal.
É claro que com este trabalho reconheço que apenas iniciei um percurso de
investigação sobre os invisuais, que espero continuar a percorrer em investigações
futuras.
É necessário salientar o quanto aprendi com estas experiências, que me
levaram a adquirir um melhor e maior conhecimento sobre os invisuais, deixando-me
ainda com mais curiosidade do que a existente anteriormente relativamente aos seus
problemas. Esta investigação proporcionou-me ainda uma maior motivação para continuar a investigar no domínio das deficiências sensoriais. O facto de permanecer
no Centro Helen Keller realça esta motivação, dando-me possibilidades de contactar
diariamente com uma população de invisuais, levando-me a aprender todos os dias
um pouco mais e abrindo-me as portas a futuras investigações.
Espero que o estudo contribua de forma positiva para o futuro da investigação
em Portugal, abrindo novos caminhos a trabalhos posteriores na área das deficiências
sensoriais, nomeadamente na área da visão.(...)
Description
Tese de mestrado em Psicologia (Psicologia Cognitiva), apresentada à Universidade de Lisboa através da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, 1997
Keywords
Teses de mestrado - 1997 Psicologia experimental Psicologia cognitiva Percepção visual Deficiência visual Deficientes visuais