Produção de resina de diferentes pinheiros em Portugal continental

Abstract

A resinagem desempenha um papel importante na fixação da população rural pela criação de emprego e contribui para uma economia mais sustentável. A diminuição da área de pinheiro-bravo, os efeitos das alterações climáticas e a dependência da indústria da importação de resina natural, cria oportunidade para se estudar a capacidade resinífera de espécies do género Pinus em Portugal continental. Após compilação de bibliografia, e tendo em consideração as espécies florestais existentes em Portugal, selecionaram-se seis espécies para constituírem a rede de parcelas permanentes de resina: pinheiro-bravo, pinheiro-manso, pinheiro-silvestre, pinheiro-larício, pinheiro-insigne e pinheiro-de-Alepo. O objetivo da rede é contribuir para o conhecimento sobre a resina, através da pesagem anual das produções, e identificar espécies com viabilidade de exploração resinífera. Nas campanhas 2023 e 2024 foram instaladas, respetivamente, 5 e 6 parcelas. As parcelas foram caracterizadas à instalação. Em cada uma das campanhas foram feitas as pesagens de resina. Foram identificados, por revisão bibliográfica, os fatores que afetam a produção de resina. Foram consideradas variáveis da árvore, povoamento e estação. A análise foi feita com os valores das pesagens das duas campanhas e por espécie. De um modo geral, árvores mais grossas apresentaram maiores produções de resina. O efeito da densidade do povoamento não foi evidente em todas as parcelas realçando a necessidade de se diversificar o conjunto de características das parcelas que integram a rede. A análise da produção de resina ao nível da espécie reforçou e confirmou o elevado poder resinífero do pinheiro-bravo nas zonas norte e centro (litoral e interior) do país. O pinheiro-larício apresentou produções baixas quando comparadas com as do pinheiro-bravo e pinheiro-silvestre, localizados na mesma região. O pinheiro-insigne, na região centro, também apresentou produções baixas. O pinheiro-de-Alepo confirmou a capacidade resinífera com produções altas e idênticas a algumas das parcelas de pinheiro-bravo.

Resin tapping plays an important role in maintaining rural populations by creating employment and contributing to a more sustainable economy. The decline in maritime pine forest area, the effects of climate change, and the industry's dependence on imported natural resin create an opportunity to study the resin producing capacity of Pinus species in mainland Portugal. After a literature review and considering the forest species present in Portugal, six species were selected to establish the network of permanent resin plots: Maritime pine, Stone pine, Scots pine, Corsican pine, Monterey pine, and Aleppo pine. The objective of this network is to contribute to knowledge on resin yield, through annual weighing, and to identify species with viable potential for resin tapping. In the 2023 and 2024 campaigns, five and six plots were established respectively. The plots were characterized at the time of establishment, and resin weighing was conducted in each campaign. A bibliographic review identified the factors affecting resin production, considering tree, stand, and site variables. The analysis was conducted using resin weight data from both campaigns and by species. Overall, larger trees showed higher resin yields. The effect of stand density was not evident in all the plots, highlighting the need to diversify the characteristics of the plots within the network. The species-level analysis of resin production reinforced and confirmed the high resin-yielding potential of maritime pine in the northern and central (coastal and inland) regions of the country. Corsican pine showed lower resin yields compared to Maritime and Scots pine in the same region. Similarly, Monterey pine in the central region also had low resin production. Aleppo pine confirmed its resin-producing capacity, with high yields comparable to some of the maritime pine plots.