Publication
Eros e Ares nos Trópicos: como uma certa literatura brasileira decidiu desarmar lógicas de arregimentação bélicas e dessacralizar mitos de masculinidade
datacite.subject.fos | Humanidades::Línguas e Literaturas | pt_PT |
dc.contributor.advisor | Martínez Teixeiro, Alva | |
dc.contributor.author | Gigante, Matteo | |
dc.date.accessioned | 2022-09-26T14:59:42Z | |
dc.date.available | 2022-09-26T14:59:42Z | |
dc.date.issued | 2022-06-24 | |
dc.date.submitted | 2021-11-29 | |
dc.description.abstract | Mitos de virilidade, socialmente moldados, entrelaçam-se a uma construção da identidade nacional, regada pelo sangue dos heróis, que protagonizaram peripécias bélicas que fundaram historicamente a nação. Uma certa literatura brasileira, que abraçou inicialmente o propósito de construir narrativamente a nação, constatou ceticamente, desde o prelúdio, o simplismo, o artificialismo e o eurocentrismo de determinadas narrativas nacionais, incapazes de representar a complexidade da sociedade brasileira. Por outro lado, o aparato estatal reprimiu sistematicamente amplos setores sociais, silenciando as diferenças que se constatam na heterogeneidade do panorama cultural do país. Emblematicamente, na intimidade das relações homossociais dos guerreiros, desde a fundação da nação, coacervou-se um desejo homoerótico, patente e amiúde censurado, porque considerado incompatível com a construção, hegemónica e mitificada, da identidade masculina. Narrativas brasileiras, produzidas principalmente a partir do desfecho da ditadura militar, apresentaram este fenómeno que subverte os mecanismos de autorrepresentação dos soldados como encarnação simbólica de uma suposta masculinidade normativa. Autores brasileiros como Caio Fernando Abreu, João Gilberto Noll, Silviano Santiago e Herbert Daniel abordaram artisticamente estas questões, cuja relevância social é corroborada também por um recente depoimento que desperta questionamentos acerca desta temática multifacetada. Nesta tese, tentaremos entender as razões da representação e da censura desta realidade ontológica, observando como a literatura – apesar dos mecanismos que a condicionam socialmente – conseguiu e consegue desmistificar – através da ficção – ficções nas quais é fundada uma realidade social e histórica que define, coercitivamente, perímetros identitários, como o género, nos quais os seres humanos são culturalmente encurralados desde o nascimento. Eros e Ares metaforizam, nos trópicos, uma genealogia mítica e cultural mediante a qual são moldadas e emolduradas as condutas, mostrandonos que os pressupostos e os perímetros que, virtualmente, demarcariam os devires humanos, são culturalmente engendrados por estilizações que não englobam nem representam a complexidade, a contraditoriedade e a fluidez da humana existência. | pt_PT |
dc.description.abstract | Mitos de virilidad se entrelazan con una construcción de la identidad nacional, regada por la sangre de héroes, que inspiró guerras que fundaron históricamente las naciones. Cierta literatura brasileña, que inicialmente abrazó el propósito de construir narrativamente la nación, entendió, desde el preludio, la artificialidad y el eurocentrismo de ciertas narrativas nacionales, incapaces de representar la complejidad de la sociedad. Además, el aparato estatal ha reprimido sistemáticamente a amplios sectores sociales, silenciando la heterogeneidad del panorama cultural del país. Emblemáticamente, en la intimidad de las relaciones homosociales entre guerreros, desde la fundación de la nación, se constata un deseo homoerótico, patente y censurado, por ser considerado incompatible con la construcción hegemónica y mitificada de la identidad masculina. Narrativas brasileñas, producidas principalmente a partir del desenlace de la dictadura militar, presentaron este fenómeno que subvierte los mecanismos de autorrepresentación de los soldados como encarnación simbólica de una supuesta masculinidad normativa. Autores brasileños como Caio Fernando Abreu, João Gilberto Noll, Silviano Santiago y Herbert Daniel abordaron artísticamente estos temas, cuya relevancia social es corroborada por un testimonio reciente, que plantea interrogantes sobre este polifacético asunto. En esta tesis trataremos de comprender las razones de la representación y censura de esta realidad ontológica, observando cómo la literatura – a pesar de los mecanismos que la condicionan socialmente – ha conseguido y consigue desmistificar – mediante la ficción – ficciones sobre una realidad histórica que define, coercitivamente, perímetros de identidad, como el género, en los que el ser humano está culturalmente atrapado desde su nacimiento. Eros y Ares metaforizan, en los trópicos, una genealogía mítica y cultural mediante la cual se configuran y encajan los comportamientos, mostrándonos que los perímetros que virtualmente demarcarían los devenires humanos son engendrados culturalmente por estilizaciones que no abarcan ni representan la complejidad, la contradicción y la fluidez de la existencia humana. | pt_PT |
dc.identifier.tid | 101598564 | pt_PT |
dc.identifier.uri | http://hdl.handle.net/10451/54587 | |
dc.language.iso | por | pt_PT |
dc.title | Eros e Ares nos Trópicos: como uma certa literatura brasileira decidiu desarmar lógicas de arregimentação bélicas e dessacralizar mitos de masculinidade | pt_PT |
dc.type | doctoral thesis | |
dspace.entity.type | Publication | |
rcaap.rights | openAccess | pt_PT |
rcaap.type | doctoralThesis | pt_PT |
thesis.degree.name | Doutoramento no ramo de Estudos de Literatura e de Cultura, na especialidade de Estudos Brasileiros | pt_PT |