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Authors
Abstract(s)
This dissertation (re-)constructs the ‘bio/careerographies’ of the writer Virgínia de Castro
e Almeida (Lisbon, 1874 – 1945) and the performer Helena Cortesina (Valencia, 1903 –
Buenos Aires, 1984). Coming from different backgrounds, both women owned film
production companies in which they played various decision-taking roles during the early
years of 1920s in Portugal and Spain, respectively. Although they developed long
international and intermedia professional careers, their life-stories have largely remained
untold.
In this dissertation, I reflect on the reasons behind their absence in film histories
looking at the historiographical, conceptual and methodological challenges that the
research and narration of their ‘careerographies’ entails. In this sense, I problematize the
conventional film history-writing, proposing a ‘new cinema history from below’
approach. Also, I identify traditional categories of ‘authorship’, ‘woman’ and ‘pioneer’
as frames that limit the inscription into silent cinema histories only to those cases that
conform to a certain nationalistic and individualistic narrative of success or heroicism.
Furthermore, I describe core characteristics of film historiography, such as its dependence
on film as source, its territorial delimitation, and its focus on cinema’s specificity as
medium, as methodological problems that prevented Almeida’s and Cortesina’s stories
to be appreciated.
Finally, using a comparative perspective, I analyse the characteristics that allowed
Almeida and Cortesina to overcome difficulties and be among the few women that
achieved film-making in the Iberian countries during the silent cinema period. In that
sense, I identify the two models of access to film-making they represent. Moreover, I
argue that it was the affective relationship of ‘relational autonomy’ they established with
their matrilineal caring network which provided the security they needed for their leap
into cinema. However, their familial film production system proved to be ineffective in a
growing male-centered capitalist and professionalized film industries.
Esta tese (re-)constrói as ‘bio/carreirografias’ da escritora Virgínia de Castro e Almeida (Lisboa, 1874 – 1945) e da atriz Helena Cortesina (Valencia, 1903 – Buenos Aires, 1984). Vindo de diferentes origens, ambas criaram companhias produtoras de filmes, nas quais tiveram diferentes responsabilidades, durante os primeiros anos da década de 1920 em Portugal e Espanha, respetivamente. Embora ambas desenvolveram longas carreiras internacionais e intermediais, elas não têm tido os seus percursos de vida narrados. Com esta tese, tenho como objetivo refletir sobre as razões por trás desta ausência nas histórias do cinema identificando os desafios historiográficos, conceptuais e metodológicos que a pesquisa e narração das suas carreirografias envolve. Neste sentido, problematizo a escrita convencional da história do cinema, propondo um avanço para uma ‘nova história do cinema desde abaixo’. Também identifico as categorias tradicionais de ‘autoria’, ‘mulher’ e ‘pioneirismo’ como enquadramentos que limitam a inscrição nas histórias do cinema mudo só àqueles casos conformados a uma certa narrativa nacionalista e individualista de sucesso ou heroicidade. Além disso, descrevo as características principais da historiografia do cinema, tais como a dependência nos filmes como fonte, a sua delimitação territorial e seu foco na especificidade do cinema meio como problemas metodológicos que tem vindo a colocar obstáculos na valorização de histórias como as de Almeida e Cortesina. Finalmente, usando uma perspetiva comparatista, analiso as características que permitiram a Almeida e Cortesina superar dificuldades e estar entre as poucas mulheres que conseguiram fazer filmes nos países ibéricos durante o período do cinema mudo. Neste sentido, identifico os dois modelos de acesso à produção cinematográfica que elas representam. Argumento, também, que foi a relação afetiva de ‘autonomia relacional’ com uma rede matrilinear de cuidados o que lhes permitiu o salto para o cinema. No entanto, o seu sistema familiar de produção de filmes provou ser ineficaz nas crescentes indústrias fílmicas que, cada vez mais, eram dominadas por um sistema profissional, masculino e capitalista.
Esta tese (re-)constrói as ‘bio/carreirografias’ da escritora Virgínia de Castro e Almeida (Lisboa, 1874 – 1945) e da atriz Helena Cortesina (Valencia, 1903 – Buenos Aires, 1984). Vindo de diferentes origens, ambas criaram companhias produtoras de filmes, nas quais tiveram diferentes responsabilidades, durante os primeiros anos da década de 1920 em Portugal e Espanha, respetivamente. Embora ambas desenvolveram longas carreiras internacionais e intermediais, elas não têm tido os seus percursos de vida narrados. Com esta tese, tenho como objetivo refletir sobre as razões por trás desta ausência nas histórias do cinema identificando os desafios historiográficos, conceptuais e metodológicos que a pesquisa e narração das suas carreirografias envolve. Neste sentido, problematizo a escrita convencional da história do cinema, propondo um avanço para uma ‘nova história do cinema desde abaixo’. Também identifico as categorias tradicionais de ‘autoria’, ‘mulher’ e ‘pioneirismo’ como enquadramentos que limitam a inscrição nas histórias do cinema mudo só àqueles casos conformados a uma certa narrativa nacionalista e individualista de sucesso ou heroicidade. Além disso, descrevo as características principais da historiografia do cinema, tais como a dependência nos filmes como fonte, a sua delimitação territorial e seu foco na especificidade do cinema meio como problemas metodológicos que tem vindo a colocar obstáculos na valorização de histórias como as de Almeida e Cortesina. Finalmente, usando uma perspetiva comparatista, analiso as características que permitiram a Almeida e Cortesina superar dificuldades e estar entre as poucas mulheres que conseguiram fazer filmes nos países ibéricos durante o período do cinema mudo. Neste sentido, identifico os dois modelos de acesso à produção cinematográfica que elas representam. Argumento, também, que foi a relação afetiva de ‘autonomia relacional’ com uma rede matrilinear de cuidados o que lhes permitiu o salto para o cinema. No entanto, o seu sistema familiar de produção de filmes provou ser ineficaz nas crescentes indústrias fílmicas que, cada vez mais, eram dominadas por um sistema profissional, masculino e capitalista.
Description
Keywords
Almeida, Virgínia de Castro e, 1874-1945 - Crítica e interpretação Cortesina, Helena, 1904-1984 - Crítica e interpretação Filmes mudos - Portugal Filmes mudos - Espanha Cinema - 1895-1929 Cinema - Estudos comparados Cinema e mulheres - séc.20 Papel segundo o sexo - No cinema Teses de doutoramento - 2022