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Authors
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Abstract(s)
Diariamente, durante os nossos percursos pela cidade, somos confrontados com pedidos
de informações sobre os mais diversos assuntos que interlocutores desconhecidos e
episódicos nos colocam; e respondemos com a prontidão que a situação nos exige quase
sempre apressados e fugidios e quase nunca indiferentes a uma tão específica situação de
interacção comunicativa onde a compreensão da resposta à pergunta formulada se requer
imediata e funcional. De entre estes pedidos destacam-se pela sua complexidade e
frequente sensação de dúvida quanto à eficácia das suas indicações, as instruções de
percurso1.
Habitantes habituais de um tecido urbano, situamo-nos de formas muito diversificadas na
trama das suas ruas, compreendemos diferentemente os fios da sua estrutura e
representamos para nós e para os outros múltiplas percepções duma mesma realidade.
Quando obrigados a verbalizar essas mesmas representações tomamos consciência da
dificuldade da tarefa embora raramente consciencializemos os porquês. É mesmo frequente
abandonarmos a hipótese de uma resposta verbal (tal é a sensação de não estarmos a ser compreendidos) e optarmos pelo recurso a outras estratégias que podem ir desde o
desenho à recusa mais ou menos explícita de resposta. O tema deste trabalho são, pois, as instruções verbais de percurso num tecido urbano,
processos usados para a sua elaboração, sua estrutura, características e grau de
sistematização dentro de cada um dos grupos observados. Tenta-se, numa primeira parte,
uma reflexão teórica sobre os múltiplos mecanismos cognitivos, fisiológicos e verbais
implicados em todas as actividades concorrentes para a verbalização de uma instrução de
percurso e, numa segunda parte, uma análise dirigida de algumas instruções, para um
mesmo percurso, recolhidas no Porto, tendo em conta exclusivamente a produção.
Description
Keywords
Representações mentais Língua portuguesa Espaços urbanos Cognição Sociolinguística Teses de mestrado - 1992