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Por vezes somos "uns" e por vezes somos “outros”

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Abstract(s)

A Psicologia Social possui um amplo corpo de investigação sobre a tendência do indivíduo a percecionar o seu grupo como mais variável, heterogéneo, e o grupo externo como menos variável, homogéneo. Todavia, poucos estudos analisam o efeito da complexidade do self na perceção de variabilidade de grupos sociais. Esta dinâmica de homogeneidade do grupo externo, cujas consequências psicossociais são muito estudadas, nomeadamente na perceção de migrantes, poderá ser qualificada pela complexidade do self. Na presente investigação, em três experimentos, testamos como a indução de complexidade do self altera a perceção individual de variabilidade de grupos sociais (Linville, 1982). Os resultados sugerem que os participantes induzidos à menor complexidade do self exibem maior extremidade do julgamento, percecionando o grupo interno como heterogéneo e o grupo externo como homogéneo. Por sua vez, os participantes induzidos à maior complexidade do self evidenciam menor extremidade no julgamento, ou seja, percecionam maior variabilidade no grupo externo comparativamente aos participantes induzido à baixa complexidade do self. Estes resultados destacam a importância da complexidade do self como um preditor de comportamento relevante para futuras investigações. Para além do efeito da complexidade do self na variabilidade percebida, a nossa investigação também explora experimentalmente a interdependência entre a complexidade do self (i.e., nível pessoal da representação do self) e a complexidade da identidade social (i.e., nível do self coletivo). Segundo Linville (1982), a complexidade do self varia na quantidade de aspetos do self e na redundância entre esses aspetos. Deste modo, se perante o mesmo número de aspetos do self existe alta redundância, resultará na baixa complexidade do self. Porém, se existir baixa redundância para esse mesmo número de aspetos do self, evidenciar-se-á a alta complexidade do self. A complexidade da identidade social (Roccas & 2002) reflete o grau de sobreposição percebida entre os grupos. Quando a sobreposição dos vários grupos de pertença é percebida como elevada, o indivíduo mantém uma estrutura de identidade relativamente simplificada através do qual as associações a grupos diferentes convergem para formar uma única identificação com o grupo interno. Os resultados demonstram que os participantes induzidos à menor complexidade do self evidenciam menor complexidade da identidade social, percebendo baixa sobreposição entre o seu grupo e os grupos de imigrantes. Por outro lado, os participantes induzidos à maior complexidade do self evidenciam maior complexidade da identidade social, o que se traduz numa maior perceção de sobreposição entre o seu grupo e os grupos de imigrantes. A nossa investigação é inovadora ao testar e analisar, no mesmo indivíduo, a complexidade do self e a complexidade da identidade social, que se adaptam de forma síncrona, quando, tradicionalmente, estes dois níveis de representação do self são analisados separadamente. Os resultados salientam a importância de serem desenvolvidas mais investigações com foco nestes dois níveis de representação, assim como, as respetivas medidas para uma melhor compreensão da perceção e do comportamento intergrupal, num mundo cada vez mais global.

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complexidade do self complexidade da identidade social variabilidade percebida extremidade do julgamento perceção de migrantes self-complexity social identity complexity perceived variability extremity of judgment perception of migrants

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