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Não sendo o mito uma realidade petrificada no tempo, a plasticidade que o caracteriza permite que ele seja reaproveitado para se defenderem ou criticarem novos valores característicos de um tempo moderno.
Com o presente artigo pretendemos mostrar, nomeadamente a partir da peça Kassandra de Hans Schwarz (um dramaturgo de referência no Reich), uma reconfiguração do mito de Cassandra que se torna um importante veículo de uma ideologia, o nacional-socialismo. Através de uma equivalência do tempo mítico com o tempo actual, encontramos uma Cassandra que defende e reproduz valores absolutamente essenciais para o regime do III Reich e para a sua fundamentação ideológica, entre os quais a exaltação do nacionalismo exacerbado, a justificação da guerra contra os inimigos da Pátria e a proclamação da necessária sujeição e sacrifício do indivíduo às exigências da Nação.
No fundo, numa procura de se encontrarem diferentes meios de divulgar e propagandear um ideário que se pretende expressar e principalmente legitimar, vemos como a utilização dos mitos clássicos, e designadamente o de Cassandra, se revela um reflexo da relação que os Homens e as sociedades têm com eles desde sempre estabelecido.
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Cassandra (Mitologia grega) - Na literatura Nazismo Schwarz, Hans, 1890-1967 - Crítica e interpretação Tragédia grega Recepção - Teatro
