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Adaptação na transição do pré-escolar para o 1º ano de escolaridade : delineamento e avaliação da eficácia de um programa de intervenção
Publication . Correia, Karla Sandy de Leça, 1979-; Pinto, Alexandra Marques, 1963-
A transição para o primeiro ano de escolaridade constitui um dos maiores desafios com que a criança se confronta nos primeiros anos da infância, e a forma como é enfrentada pode influenciar os resultados académicos e sociais ao longo do primeiro ciclo, e nos ciclos escolares seguintes A presente investigação tem como principais objetivos: a) identificar os indicadores e fatores associados à adaptação escolar do ponto de vista das crianças em transição, pais, educadores de jardim-de-infância e professores de primeiro ciclo; e b) desenhar, implementar e avaliar um programa de aprendizagem socioemocional na transição do pré-escolar para o primeiro ciclo. Num primeiro estudo foram analisadas as representações das crianças sobre o primeiro ano, pensamentos e emoções associadas, antes (N=22) e após à transição (N=45) para a escola formal, através de entrevistas de focus-group. As crianças associaram a entrada no primeiro ano a um acontecimento positivo, antecipado com um sentimento de promoção, e onde a relação com os pares se destacou como um dos aspetos mais relevantes. No segundo estudo, foram exploradas as perspetivas de pais de crianças do pré-escolar (N=14) e seus educadores (N=18) antes da transição para a escola, e de pais de crianças no início do primeiro ano de escolaridade (N=20) e professores de 1º ciclo (N=13), sobre os indicadores e fatores relevantes na transição para o primeiro ano. Enquanto os educadores e professores salientaram os fatores de ordem familiar tais como o envolvimento e acompanhamento das crianças, os pais referiram com maior frequência o funcionamento da escola e as caraterísticas e metodologia do professor como relevantes no processo de adaptação ao primeiro ano. No terceiro estudo foram analisadas as qualidades psicométricas da versão portuguesa do Behavioral and Emotional Rating Scale – Teacher Rating Scale, 2nd Edition (BERS-2; Epstein, 2004) numa amostra de crianças entre os quatro e sete anos de idade (N=328). Os resultados apontaram para a validade fatorial, boa fidedignidade e relações significativas com outras medidas encorajando futuros estudos deste instrumento. No quarto estudo foram analisadas as qualidades psicométricas de dois instrumentos – o Questionário de Adaptação Escolar, versões para crianças e para professores, e a versão portuguesa da Escala de Competência Social do School Social Behavior Scales (SSBS-2; Merrell, 2002; adaptado por Raimundo et al., 2012) - numa amostra de crianças que frequentavam o último ano da educação pré-escolar e o primeiro ano de escolaridade (N=328). Os resultados salientaram uma estrutura em dois fatores com boa consistência interna, fidedignidade teste-reteste, e validade de constructo da versão para professores do questionário de adaptação, e validade fatorial e fidedignidade da escala de competência social do SSBS-2. Os resultados sugeriram uma boa consistência interna mas um índice de estabilidade temporal mais fraco da versão para crianças do Questionário de Adaptação Escolar. No quinto estudo, foram analisados os efeitos de um programa de promoção de competências socioemocionais implementado no pré-escolar, e o papel moderador do nível de competências prévio, género e estatuto socioeconómico nos efeitos da intervenção. O programa foi implementado a 67 crianças, enquanto 42 participaram num programa de expressão plástica (grupo controlo). A avaliação, antes e após a intervenção, envolveu escalas de hétero e autorrelato. Verificaram-se ganhos significativos no grupo de intervenção nas forças (strengths) interpessoais, conhecimento emocional, funcionamento escolar e alargamento da perceção da rede de apoio social, com maiores ganhos nas crianças com competências prévias baixas e médias em algumas das variáveis consideradas. Os rapazes manifestaram maiores ganhos nas competências de autogestão e adaptação comportamental do que as raparigas, e as crianças com estatuto socioeconómico mais elevado manifestaram um maior ganho no envolvimento familiar. No sexto estudo analisaram-se os efeitos de um programa SEL implementado no primeiro ano de escolaridade e o papel das caraterísticas dos alunos nesses efeitos. Participaram 14 professores e 228 crianças, 144 no programa de intervenção SEL (65 tinham beneficiado de intervenção prévia no pré-escolar - grupo II), e 84 num programa de expressão plástica (controlo). A avaliação pré e pós-teste envolveram escalas de hétero e autorrelato. Verificaram-se ganhos significativos com a intervenção, independentes do nível de competências prévio e do género, na relação entre pares, comportamento académico, competências sociais, conhecimento emocional, aptidões de aprendizagem escolar, adaptação escolar, comportamental e social. A intervenção foi eficaz na melhoria nas forças interpessoais nas crianças com baixo nível de competências prévio, nas forças intrapessoais e forças totais nas crianças com pais com nível de habilitação secundário (grupo I e II), e na prevenção da quebra no funcionamento escolar nas crianças com pais com habilitação superior (grupo II). A integração e reflexão sobre os resultados permitiram deixar algumas pistas para a intervenção tendo em vista a adaptação das crianças a esta transição.

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Fundação para a Ciência e a Tecnologia

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Funding Award Number

SFRH/BD/36012/2007

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