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Digitalização e Agricultura 4.0 aplicadas a pequenos olivicultores e lagares em Portugal. As vantagens, a metodologia, as dificuldades e os desafios

Publication . Barroso, João Paulo Vieira Neves; Canadas, Maria João Prudêncio Rafael; Oliveira, Cristina Maria Moniz Simões

A olivicultura desempenha um importante papel na agricultura de Portugal e os azeites produzidos têm elevada qualidade, reconhecida nacional e internacionalmente, ocupando o país a posição de quarto produtor na Europa e sexto a nível mundial. Nos últimos anos registou-se um elevado crescimento de grandes extensões de olivais em sebe, sobretudo no Alentejo, mas igualmente o abandono de muitas pequenas e médias explorações de baixa densidade e tradicionais, com consequências negativas que se fazem sentir nas áreas do ambiente, da economia e social. Tem-se vindo a admitir que um processo de digitalização aplicado em todas as fases da cadeia de valor, tirando partido de tecnologias a que até há pouco só as grandes explorações podiam aspirar, pode viabilizar a manutenção deste segmento, desde que devidamente planeado e dimensionado. No entanto, tendo em conta as características do setor, que é descrito e caracterizado com base em dados estatísticos e em inquéritos realizados, não será suficiente a disponibilidade de tecnologias, pelo que são propostas nesta dissertação algumas possíveis soluções, para diversas outras dificuldades e desafios que se colocam, como a idade dos olivicultores e a pequena dimensão das propriedades, que se refletem no comportamento do índice de apetência tecnológica (IAT) criado para esta análise, a falta de atratividade para jovens, ou a pressão de grandes proprietários/empresas para integração das pequenas propriedades em explorações cada vez maiores de monoculturas superintensivas. Conclui-se no final que, com um processo de inovação bem dimensionado e planeado, por vezes disruptivo em relação a algumas práticas anteriores, como ações de formação standard, financiamentos demasiado burocratizados e modelos tradicionais de certificação, será possível manter pequenos e médios olivais com cultivares autóctones e práticas tradicionais, indispensáveis para a produção de azeites excecionais que constituem uma mais-valia para o país, e que nele têm impactos ambientais, económicos e sociais demasiado importantes para serem ignorados.

2024-04-30Master thesis

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