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- O resumo : estratégias de aprendizagem : estratégias de ensinoPublication . Veiga Simão, Ana; Silva, Adelina Lopes da, 1945-Sem dúvida que a prática do resumo está presente em vários meios profissionais, nomeadamente no jornalismo e na investigação científica, mas segundo VIGNER (1991) “a sua teoria é ainda incerta e as práticas de aprendizagem que estão relacionadas com ela nas escolas são marcadas por um empirismo evidente” (pág. 53). A amplitude dos problemas colocados pela explosão da informação, ligada ao desenvolvimento dos mass-media, fez surgir as ”ciências da informação” e as ’’técnicas de expressão”. Neste sentido se reconhece a incapacidade do homem ’’consumir” toda a informação, sendo por conseguinte indispensável desenvolver o indivíduo como um ser estratégico,- gestor da multiplicidade de dados com que tem de lidar. Exigências de ordem social e mais tarde profissional, muitas vezes longínquas das práticas escolares, constrangem todo o indivíduo a resumir, mesmo sem saber que o faz. Toma-se pois indispensável que na escola, desde cedo, se comece a trabalhar neste sentido. É neste contexto que a estratégia do resumo, bem como outras estratégias de tratamento da informação deveriam ser particularmente contempladas. Se, por um lado, os resumos facilitam a identificação e a procura de informação — permitem a recuperação de dados muito específicos, evitam a leitura do texto-fonte e guiam a interpretação de um documento difícil de compreender na sua totalidade, por outro lado, resumir leva à diminuição sensível do volume da informação primária — faz realçar os aspectos que interessam particularmente ao utilizador e pode, ainda, ser utilizado como um meio destinado a avaliar a capacidade de compreensão e de produção escrita das crianças. Pela nossa parte, consideramos que o resumo deve ser encarado no contexto escolar com esta dupla finalidade de por um lado reduzir e, por outro, dar acesso à informação. Defendemos ainda que não deverá constituir um fim em si mesmo, mas sim um meio inserido num projecto mais vasto cujos contornos ganham significado para além dos mecanicismos da técnica. Mais do que a aprendizagem de algumas regras básicas, parece-nos fundamental que se desenvolva o conhecimento estratégico, o aprender a aprender, a procura de soluções eficazes. A aprendizagem do resumo situa-se nesta linha, facilitando a aquisição e transmissão dos conhecimentos por parte dos alunos. Sem dúvida que “antes dos dez anos de idade, a consciência da auto- -direcção para a aprendizagem é rara e pelos catorze anos muitos alunos podem planificar conscientemente a acção. Dos dez aos catorze, são anos de oportunidade. Muitas vezes, são anos perdidos” (NISBET & SHUCKSMITH, 1986,- pág. 74). Em consonância com esta afirmação foi, no entanto, necessário restringirmos (dado os nossos constrangimentos e finalidades) o âmbito do presente estudo a um ano específico de escolaridade, o quarto ano, ano terminal do 1º ciclo do ensino básico, frequentado por crianças com uma média de dez anos de idade. Estamos conscientes de que muitos alunos seriam capazes de melhores aprendizagens do que aquelas que demonstram e acreditamos que isso depende do desenvolvimento de estratégias de aprendizagem e de que a chave para esse desenvolvimento está na consciência e na monitorização por cada um dos seus próprios processos mentais. É sabida a importância crucial que tem para o aprendente o conhecimento e a aplicação eficaz de estratégias para se poder enfrentar com maiores possibildades de êxito as situações de aprendizagem. Entendemos por estratégias de aprendizagem os comportamentos planificados ou auto-regulados que seleccionam e organizam mecanismos cognitivos, afectivos ou motores com a finalidade de enfrentar situações globais ou específicas de aprendizagem. Neste contexto, a nossa atenção canalizou-se para a percepção, quer de algumas estratégias que as crianças desenvolvem para efectuar o resumo, quer da forma como executam essa tarefa, quanto ao nível de compreensão dos processos que implicam a realização da mesma.(...)