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- A mentira na adolescência : reconhecimento e avaliação no contexto portuguêsPublication . Martins, M.; Carvalho, Carolina, 1960-A presente investigação destaca a relevância do reconhecimento, por parte do agente educativo, dos contextos promotores de mentira durante a adolescência. Vários estudos têm focado a questão da mentira na perspetiva da Psicologia mas poucos têm abordado a questão do ponto de vista do educador ou explorado especificamente a incidência desse fenómeno no período da adolescência. Assim, no âmbito da Psicologia da Educação, desenvolveu se um trabalho de reconhecimento e interpretação dos principais alvos, conteúdos e motivações da mentira dos adolescentes portugueses, com vista ao delinear de estratégias de intervenção na ação educativa que permitam contribuir para a mitigação deste problema, que se revela um obstáculo ao estabelecimento de relações saudáveis entre pares e com o adulto, culminando com frequência em consequências danosas também para o próprio adolescente. A investigação compreende duas etapas consequentes: a primeira consiste no estudo de desenvolvimento e validação do Instrumento de Avaliação da Mentira na Adolescência (IAMA); a segunda, na administração do referido instrumento a uma amostra nacional representativa da população (constituída por 871 adolescentes, 381 rapazes (43.74%) e 490 raparigas (56.26%) com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos (X=13.8; SD=1.6), sendo 543 frequentadores do 7ºano (62.34%) e 328 do 10ºano (37.66%) de escolaridade de instituições de ensino públicas, aleatoriamente selecionadas num processo de estratificação multi-etapa ao nível das regiões NUTS II de Portugal continental), com o intuito de reconhecer as respetivas conceções de mentira – a quem mentem, sobre o que mentem, porque mentem – em função de variáveis como a idade, o género, o capital sociocultural e os estilos educativos parentais, considerados na literatura como influentes no processo. Formularam-se hipóteses de investigação relativas à inexistência de diferenças estatisticamente significativas em cada uma das conceções entre as variáveis consideradas, as quais se testaram por meio de análises estatísticas adequadas, recorrendo-se ao programa SPSS Amos 22.0. Os resultados revelaram a existência de diferenças estatisticamente significativas na maioria das conceções estudadas relativamente à idade, ao género e ao estilo educativo parental, mas não relativamente ao capital sociocultural, sustentando as teorias que apontam a influência dos contextos pessoais e familiares no recurso à mentira e permitindo o ensaio de conclusões e implicações do estudo tanto para a investigação como para a prática educativa.