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  • Adjuvant endocrine therapy for the treatment of early breast cancer : real world effectiveness, tolerability and adherence
    Publication . Ferreira, Arlindo; Costa, Luís António Marques da
    O tratamento hormonal adjuvante de doentes com carcinoma da mama melhora a sobrevivência global. O uso em contexto de mundo real, efetividade, tolerabilidade e adesão a inovações recentes da terapia hormonal adjuvante de cancro da mama não está bem caracterizado. Para abordar estes pontos e assim apoiar a tomada de decisão de doentes-médicos e a investigação clínica futura desenvolvemos uma série de projetos com o propósito de: 1) descrever a implementação na prática clínica de mundo real de inovações recentes no campo da terapia hormonal adjuvante de cancro da mama e sumarizar a sua efetividade, 2) quantificar o impacto da terapia hormonal adjuvante na qualidade de vida das doentes e 3) quantificar a adesão e persistência das doentes à terapia hormonal adjuvante. Para concluir estas tarefas utilizámos diferentes estudos de coorte e aplicámos métodos padrão e inovadores de análise de dados. Fazendo recurso de duas coortes retrospetivas derivadas do Registo Oncológico Regional do Sul, a primeira com ~1300 mulheres pós-menopáusicas e a segunda com ~1700 mulheres pré-menopáusicas, identificámos que quer os inibidores da aromatase (IA) quer a supressão da função ovárica (SFO) foram introduzidos com sucesso na prática clínica após publicações científicas de referência em 2005 e 2014, respetivamente. Na coorte pós-menopáusica, 41% das doentes receberam um IA (16% em monoterapia e 25% em sequência) e 59% tamoxifeno com diferenças por centro. Após um acompanhamento mediano de 6.3 anos, os IA associaram-se a melhor sobrevivência global (SG) quando comparados com tamoxifeno (HR-ajustado 0.5, IC 95% 0.37-0.81). Fazendo recurso complementar de uma coorte retrospetiva estado-unidense de ~800 mulheres pós-menopáusicas com tumores lobulares, registámos resultados semelhantes e não foi identificada heterogeneidade de eficácia por tipo histológico, em específico quando comparando carcinomas lobulares puros a carcinomas ductais e lobulares mistos. Na coorte pré-menopáusica, 17% das doentes foram tratadas com SFO com um crescimento substancial do uso de 2014 em diante (16% vs. 25% após 2014), particularmente para a combinação com IA (0.4% vs. 8% após 2014). Após um acompanhamento mediano de ~3 anos, doentes tratadas com SFO tiveram melhor SG que doentes não tratadas com SFO (HR-ajustado 0.44, IC 95% 0.19-0.96). Fazendo recurso de uma sub-coorte de ~4300 doentes com cancro da mama com resultados reportados por doente (patient reported outcomes) disponíveis do estudo CANTO, uma coorte prospetiva francesa, descrevemos um impacto substancial do tratamento na qualidade de vida (QdV) 2 anos após o diagnóstico. Usando o C30 summary score da EORTC, um resultado compósito de várias funções e sintomas, a terapia hormonal, mas não a quimioterapia, teve um impacto persistente na QdV 2 anos após o diagnóstico com diferenças nos domínios impactados. Adicionalmente, expusemos um efeito diferencial do tratamento por estado menopausico: em doentes pré-menopáusicas a quimioterapia parece ser o promotor principal da deterioração de domínios de QdV, enquanto que em doentes pós-menopáusicas foi a terapia hormonal o promotor principal da deterioração da QdV. Finalmente, fazendo recurso de uma segunda sub-coorte de ~1200 derivada do estudo CANTO e de doentes que estavam a tomar tamoxifeno e com avaliação sérica do tamoxifeno, identificámos que 1 em cada 6 mulheres (16%) eram não-aderentes ao tratamento, i.e. tinham os valores séricos de tamoxifeno abaixo da linha de corte de adesão. Esta proporção foi maior que aquela auto-reportada (12.3%). Após um acompanhamento mediano de 2 anos após a avaliação do tamoxifeno sérico, doentes não aderentes quando avaliadas por via bioquímica tiveram uma sobrevivência livre de recidiva à distância mais curta (HR-ajustado de 2.31, IC 95% 1.05-5.06). Este trabalho detalhou a cinética de introdução na prática clínica de inovações recentes na terapia hormonal adjuvante. Adicionalmente, revelou evidência de mundo real da efetividade de IA e SFO adjuvantes. Estes dados sugeriram porém que para uma proporção substancial de doentes a terapia hormonal leva a um impacto persistente e negativo na QdV, especialmente em mulheres pós-menopáusicas, tal como a uma proporção alarmante de não-adesão ao tratamento, até certo ponto relacionada com questões de tolerabilidade.