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  • O corpo afectivo no âmbito do projecto : Uma investigação sobre diagramas intensivos como ferramentas projectuais
    Publication . Grazina, Rui; Silva, Fernando José Carneiro Moreira da; Poeiras, Fernando Manuel Penitência
    A pesquisa tenta afirmar a importância de uma prática de projecto que configure um contraponto à hegemonia actual das ferramentas digitais. Argumentamos que estas trabalham o projecto essencialmente pelo seu carácter visual e através de valores definidos em extensão - quantitativos e mensuráveis. Pensamos que estas questões serão potencialmente limitadoras do alcance criativo do projecto e poderão ser procedentes de um desligamento deste em relação ao corpo. O corpo da nossa argumentação será assim pensado como um corpo em que sensação e pensamento se completam. Estará estruturado em parte no pensamento de Hermann Schmitz, como “Leib” - corpo afectivo -, em contraste a “Korper” - corpo biológico. O pensamento, a capacidade de conceptualizar, imaginar e raciocinar, não serão actividades de uma mente sem corpo – de índole Cartesiana. O diagrama intensivo será uma forma possível de manifestação projectual de uma unidade entre sensação e pensamento, intuição e racionalidade, e deste modo, a afirmação de um corpo afectivo que através da própria experiência se torna o agente do projecto. Poderá deste modo expressar o desenvolvimento e a transformação inerentes a um processo projectual que integra capacidade pré-reflexiva e pensamento estruturado. Como ferramenta de projecto, o diagrama intensivo situa-se no âmbito do desenho, mas transporta consigo igualmente a capacidade diagramática de operacionalizar elementos da realidade e do projeto. Os diagramas intensivos poderão assim criar a possibilidade que a experiência criativa possa ser integrada com o pensamento reflectido como um todo, e como parte do desenvolvimento projectual. Neste processo, valores intensivos - intuitivos - poderão ser transformados em extensão através do desenho diagramático. Os momentos chave de passagem de elementos de carácter intensivo a extensivo, constituirão “planaltos”, na nossa apropriação de conceitos de Gilles Deleuze e Felix Guattari. O foco específico da nossa pesquisa estará na forma particular como a experiência da atmosfera no âmbito do diagrama intensivo tem consequências no modo como o projectista tem uma percepção sensorial do espaço que projecta, por um lado, e como por outro a atmosfera lhe permite transferir certas qualidades para o objecto em si mesmo. A operacionalização da experiência da atmosfera no diagrama intensivo poderá assim constituir uma ferramenta relevante como possibilidade de enriquecimento das práticas contemporâneas de criação de projecto.