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- Diabetes mellitus em canídeosPublication . Grou, Isabel Maria Lampreia; Ferreira, António José AlmeidaA diabetes mellitus é uma insuficiência absoluta ou relativa de insulina que resulta da deficiente secreção desta por parte das células pancreáticas ou da oposição à acção da insulina. A diabetes é uma das endocrinopatias mais frequentes no cão. Quando é diagnosticado com diabetes mellitus, o animal pode encontrar-se num estado dependente de administração exógena de insulina de insulina, em que as células já não produzem insulina, ou num estado de não dependente de insulina, em que as células ainda possuem alguma função residual. No cão, a diabetes mellitus dependente de insulina é uma patologia multifactorial. Alguns dos factores implicados na etiologia da doença são: predisposição genética, infecção, patologia que provoque antagonismo à insulina, fármacos, obesidade, insulite imunomediada e pancreatite. Todos os factores referidos desempenham um papel que culmina na perda de função das células , hipoinsulinemia, deficiência no transporte da glucose para o interior das células e aceleração do processo de gluconeogénese hepática e glicogenólise. A insuficiência em insulina provoca a diminuição da utilização da glucose, levando a hiperglicemia. A glucose, como é uma molécula pequena, é filtrada pelo glomérulo renal; quando a capacidade de reabsorção de glucose das células dos túbulos renais a partir do filtrado glomerular é excedida, ocorre glicosúria. A glicosúria provoca diurese osmótica, que leva a polidipsia. Como a entrada da glucose nas células do centro da saciedade é mediada pela insulina, o centro da saciedade não inibe o centro da alimentação. Os quatro sinais clássicos de diabetes são então poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso. O principal objectivo da terapêutica instituída é eliminar os sinais clínicos observados pelo dono, o que pode ser conseguido com uma administração ponderada de insulina, dieta, exercício e com a prevenção ou controlo de doenças inflamatórias, infecciosas, neoplásicas e endócrinas. As complicações mais frequentes são cegueira devido à formação de cataratas, pancreatite crónica e infecções recorrentes do tracto urinário, das vias respiratórias e da pele. Os animais diabéticos têm ainda o risco de desenvolver hipoglicemia e cetoacidose. A cetoacidose diabética é consequência da diabetes que resulta em formação de corpos cetónicos no fígado, em acidose metabólica, desidratação severa, choque e possivelmente morte. A maior parte dos cães diabéticos vive menos de 5 anos após o diagnóstico, sendo que os primeiros seis meses são decisivos para o controlo da doença. Com cuidados apropriados por parte dos donos, avaliações regulares por parte do veterinário e uma boa comunicação entre o cliente e o médico veterinário, muitos animais diabéticos podem levar vidas relativamente normais durante vários anos.
