Browsing by Author "Neto, Maria Inês Dinis"
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- Otomicose : uma revisãoPublication . Neto, Maria Inês Dinis; Simão, Marco António Alveirinho CabritaO termo otomicose é principalmente utilizado para descrever infecções fúngicas não invasivas do ouvido externo, sendo que estas representam 9% a 30% dos casos de otite externa. É uma patologia com distribuição mundial, com prevalência superior em regiões tropicais. Embora as espécies fúngicas mais comuns variem de acordo com a localização geográfica e o clima, a literatura é praticamente unânime ao considerar Aspergillus niger o agente patogénico mais frequente, seguido por Candida albicans. Geralmente, esta condição é unilateral, afecta predominantemente mulheres e tem maior incidência na terceira década de vida. Os principais factores de risco são i) humidade e calor, sendo que o risco é cinco vezes superior em nadadores; ii) presença de corpos estranhos no ouvido; iii) inoculação traumática; iv) ausência de cerúmen; v) alterações da imunidade e doenças de pele sistémicas; vi) procedimentos otológicos prévios; e vii) tratamento prolongado com antibioterapia de largo espectro ou esteróides. Quanto ao diagnóstico, este é baseado na história clínica, exame objectivo, achados da otoscopia, exame microscópico directo e exame cultural. Em pacientes imunocompetentes desenvolvem-se geralmente infecções superficiais, sendo que os principais sintomas são prurido, otalgia, sensação de plenitude auricular, hipoacusia, otorreia e acufenos. No exame objectivo é comum encontrar inflamação e descamação do CAE, congestão da membrana timpânica, massas de detritos contendo hifas, otorreia e sensibilidade tragal. Por outro lado, pacientes imunocomprometidos podem desenvolver formas invasivas de infecção fúngica. No respeitante ao tratamento, em pacientes com infeções superficiais este é baseado na limpeza cuidada do ouvido e aplicação de antifúngicos tópicos, existindo boa resposta terapêutica na maioria dos pacientes. Existem inúmeras classes de antimicóticos, sendo que o clotrimazol é o agente mais utilizado devido à sua eficácia e ausência de ototoxicidade. Por último, o prognóstico é favorável em doentes imunocompetentes, existindo, no entanto, uma elevada probabilidade de recorrência.
