Santos, Ana LúciaLopes, Ruth2018-10-092018-10-092017Santos, Ana Lúcia; Lopes, Ruth E. V. (2017): Primeiros passos na aquisição da sintaxe: direcionalidade, movimento do verbo e flexão. Em Maria João Freitas & Ana Lúcia Santos (eds.), Aquisição de língua materna e não materna: Questões gerais e dados do português, 155–175. Berlin: Language Science Press.http://hdl.handle.net/10451/34960Em geral, trabalhos como os que se debruçaram sobre a distribuição de verbo e negação em francês ou a posição do verbo em alemão mostram que uma caracterização das primeiras combinações de palavras das crianças como “telegráficas” é demasiado superficial. Estes dados permitem argumentar contra posições como a defendida por Radford (1988), que vê as primeiras combinações de palavras produzidas pelas crianças como meras projeções de categorias lexicais, despojadas de domínios funcionais, como é o caso de IP. Mostramos, ao longo do capítulo, que há evidências contundentes contra esse tipo de análise, sustentando a presença, no caso deste capítulo, de material no IP e mesmo no domínio CP. As evidências foram trazidas pelo movimento do verbo, através da distinção entre verbos finitos e infinitivos em línguas como o francês, V2 no alemão e dados de elipse de VP no português e inglês. Vimos, ainda, que crianças adquirindo o português, ou outras línguas de sujeito nulo, não passam por um estádio de infinitivos raiz. Esse tipo de evidência mostra que as crianças reconhecem muito precocemente a estrutura da sua língua a partir justamente das categorias funcionais relevantes. Finalmente, mostrou-se que o “estádio de sujeito nulo” por que passam as crianças adquirindo línguas de sujeito preenchido ou parcialmente preenchido encontra uma melhor explicação em abordagens gramaticais.porPrimeiros passos na aquisição da sintaxe: direcionalidade, movimento do verbo e flexãobook part10.5281/zenodo.889429