Almeida, A. A. Marques de, 1935-Ventura, António Gonçalves, 1949-2010-06-222010-06-222007http://hdl.handle.net/10451/536Tese de doutoramento em História (História Moderna), apresentada à Universidade de Lisboa através da Faculdade de Letras, 2008Dadas as suas características geomorfológicas, climáticas e pela cobertura arbória e arbustiva, a margem esquerda do estuário do Tejo criou desde cedo as condições ideais para a exploração de um conjunto de actividades económicas, conferindo-lhe um certo sentido de unidade, funcionando durante séculos como umaespécie de extensão do termo da cidade de Lisboa, com a qual partilhou a produção e consumo. Contudo, a sua relação com a cidade de Lisboa não pode ser vista de forma linear ao longo dos tempos. Os efeitos da acção humana e a natureza do mercado, aliados a factores de ordem diversa, criaram novas linhas de força a partir de novos eixos de circulação e distribuição, em muito influenciando a estrutura tradicional do espaço em questão, gerando sérias dificuldades nas relações comerciais mais ou menos pacíficas que durante séculos existiram entre a margem esquerda estuarina e a cidade de Lisboa. Este espaço, que até ao século XVI funcionou como mercado abastecedor de uma série de produtos de primeira necessidade à capital do reino a partir da exploração do sal, vinha, peixe, moagem e panificação, lenha, carvão e madeira, graças à sua posição estratégica e às dificuldades no seu controlo pelos representantes do poder central, muitas vezes com a conivência dos órgãos do poder local, reclamava agora o seu quinhão, interferindo das mais diversas formas na circulação dos produtos destinados a Lisboa, constituindo um sério obstáculo às travessias de pessoas e bens, num claro desrespeito pelos normativos estabelecidos. Por outro lado, o principal pólo de desenvolvimento económico que se situou até ao século XVI junto do rio Coina e do porto desta vila assistiu, a partir de então, à deslocação desse protagonismo para Aldeia Galega, o principal porto de ligação entre a capital do reino, o Sul do país e da Espanha.Due to its geographic, morphological and climatic characteristic and its vegetation coverage, the left bank of the Tagus estuary has early created the ideal conditions for the improvement of certain economic activities, which accorded it a certain sense of unity. For ages this region worked as an extension of the adjoining city of Lisbon, with which shared production and consumption. However, its relationship with Lisbon can not be seen in a linear fashion across the ages. The effects of human action and the nature of the market, together with several other factors, created new lines of force from new axis of circulation and distribution, thus influencing the traditional structure of the space in question and generating serious difficulties in the commercial links between the Left Bank and the city of Lisbon which, for centuries, had been quite peaceful. This region, that until the XVI century supplied the capital of the kingdom with a series of basic products such as salt, fish, wine, bread, firewood, coal and timber, thanks to its strategic position and the difficult control carried out by the representatives of the central power (often with the connivance of the local authorities) now claimed its share, interfering in various ways in the circulation of the goods destined for Lisbon. This was considered to be a serious obstacle to the circulation of people and goods and a clear disrespect for the established rules. On the other hand, the main pole of economic development which had been situated by the river Coina and the port of this small town until the XVI century saw, from then on, this leadership be shifted to Aldeia Galega, a port which connected the capital of the kingdom, the south of the country and Spain.application/pdfporHistória económicaDesenvolvimento económico e socialTeses de doutoramento - 2007PortugalA "banda d'além" e a cidade de Lisboa durante o antigo regime: uma perspectiva de história económica regional comparadadoctoral thesis