Espírito-Santo, DalilaArsénio, Pedro2023-01-172023-01-172021http://hdl.handle.net/10400.5/26914Nas memórias de viagem ficam as searas ponteadas de vermelho, os pomares de macieiras e de pereiras em flor com verdes tapetes, as vinhas alinhadas cheias de flores brancas, os campos coloridos com amarelos e azuis. Ficam as recordações de férias na aldeia, com as bordas de caminho cheias de funcho com caracóis. Ficam as calçadas da minha rua, pisadas vezes sem conta onde a erva teima em crescer. Todas estas plantas têm uma coisa em comum: a ação do Homem, com a consequente nitrofilia que esta proporciona. Formam um tipo de vegetação a que chamamos ruderal ou arvense. Sendo um tipo de vegetação azonal, a sua composição varia muito com o tipo de utilização que se dá aos campos, mas também com a textura do solo, com o seu pH, com a exposição, com o que designamos por condições edáficas e climáticas. A mobilização do solo favorece a vegetação anual, constituída por plantas que completam num ano o seu ciclo de vida (terófitos); reúnem-se na classe Stellarietea mediae (Figura 1). A ausência de mobilização favorece o desenvolvimento de hemicriptófitos, plantas que passam o inverno em forma de roseta de folhas, com as gemas à superfície da terra, e que se reúnem na classe Artemisietea vulgaris. Nos caminhos desenvolve-se uma vegetação rasteira, adaptada ao pisoteio, que se inclui na classe Polygono-Poetea annua (Espírito-Santo et al., 2017). Será principalmente sobre estas três classes de vegetação que falará este capítulo.porvegetação ruderalculturasstellarietea mediaeartemisietea vulgarispolygono-poetea annuaVegetação ruderal e de culturasbook part