Girbal, Inês Pires do Carmo PassãoSilva, Miguel Baptista2024-06-182024-06-182023-08http://hdl.handle.net/10451/65054Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2023O acidente vascular cerebral é uma entidade nosológica que, apesar de ser mais comum na idade adulta, também afeta a faixa etária pediátrica numa proporção capaz de causar morbilidade significativa. Na população pediátrica, esta proporção sofre um aumento substancial quando nos focamos apenas no período perinatal, onde a prevalência pode afetar 1:1100 recém--nascidos de termo. O risco perinatal de AVC tem uma contribuição multifatorial, onde fontes de risco materno-fetais, placentárias, perinatais e neonatais têm sido identificadas, em oposição aos fatores de natureza aterosclerótica típicos na faixa etária adulta. A suspeita clínica de AVC nesta idade é dificultada por uma apresentação inespecífica, onde a principal manifestação clínica é a convulsão. A RM-CE é o método imagiológico recomendado para o diagnóstico de AVC perinatal, sendo que a ecografia transfontanelar é o primeiro exame realizado na maioria dos casos. Para além de medidas conservadoras, não se encontram recomendações concretas sobre o tratamento antitrombótico agudo em idade tão precoce. O AVC perinatal ocorre numa fase do desenvolvimento em que existe uma potencial neuroplasticidade que pode contribuir para a eficácia de estratégias de neuromodulação atempadas. Neste trabalho, faz-se uma revisão da literatura atual sobre AVC perinatal em RN de termo, com recurso à apresentação e discussão de um caso clínico, evidenciando os principais fatores de risco neste período, assim como manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento, habilitação e prevenção. Paralelamente, elaborou-se uma breve casuística para expor o panorama de AVC perinatais dos últimos 11 anos no serviço de neonatologia do Hospital de Santa Maria.The cerebrovascular accident is a nosological entity that is more common in adulthood, but it also affects the pediatric age group in a proportion capable of causing significant morbidity. In the pediatric population this proportion is substantially increased when we focus only on the perinatal period, where the prevalence can reach 1:1100 term newborns. The perinatal risk for stroke has a multifactorial contribution, where maternal-fetal, placental, perinatal, and neonatal sources of risk have been identified, as opposed to the typical atherosclerotic factors seen in the adult age group. The clinical suspicion of stroke in this age group is hindered by a nonspecific presentation, with seizures being the main clinical manifestation. Magnetic resonance imaging is the recommended imaging method for perinatal stroke diagnosis, with transfontanelar ultrasound being the first method performed in most cases. Apart from conservative measures, there are no concrete recommendations for acute antithrombotic treatment at such an early age. Perinatal stroke occurs at a developmental stage when there is a potential neuroplasticity that could contribute to the effectiveness of early neuromodulation strategies. In this paper we presented and discussed a clinical case while reviewing the current literature on perinatal stroke in term newborns, highlighting the main risk factors, as well as clinical manifestations, diagnosis, treatment, habilitation and prevention. In addition, a brief casuistic was elaborated to illustrate the perinatal stroke´s reality in the past 11 years in the neonatology service of Hospital de Santa Maria.porAcidente vascular cerebralPerinatalRecém-nascido de termoCasuísticaPediatriamaster thesis203405188