Ventura, António Adriano de Ascensão PiresHenriques, António Maria Braga de Macedo de CastroFranco, José EduardoPistola, Renato José Bogalho Jorge da Silva2019-02-282019-02-282018-12-192017-12-28http://hdl.handle.net/10451/37242Esta tese apresenta um estudo de caso do Montepio Geral, enquanto instituição mutualista, desde a sua fundação em 1840 até 1930, quando o Estado Novo introduz uma nova legislação. O mutualismo entrou em Portugal no início do século XIX, desenvolvendo-se a partir de meados desse século com grande vigor, tendo sido criadas centenas de instituições num curto espaço de tempo, especialmente nos centros urbanos. Por volta de 1930, a maior parte destas instituições tinha reduzida massa associativa, poucos capitais e oferecia vantagens limitadas, sendo o Montepio Geral uma das poucas exceções. O Montepio Geral não só era a maior associação, como também detinha uma das principais instituições bancárias portuguesas. Este trajeto é bastante diferente do que aconteceu na maior parte dos países europeus, onde o mutualismo evoluiu no sentido de mais instituições oferecerem uma proteção social mais alargada, mas em Portugal, poucas foram as instituições que o conseguiram. Como tal, esta tese realiza um estudo de caso sobre o Montepio Geral de forma a compreender as razões para a sua resiliência, tanto enquanto associação mutualista, mas também como organização bancária. A tese começa por situar o Montepio no contexto do mutualismo português. De seguida, procede à análise dos vários mecanismos internos de governação e de tomada de decisão, procurando identificar as razões que o conduziram a afirmar-se no final do século XIX como a principal associação deste tipo. De seguida, analisa a forma como a sua caixa económica, concebida inicialmente como uma fonte de rendimento complementar, se transformou numa instituição-chave do sistema bancário português, um caminho que não estava projetado em 1840. Por fim, a tese procura analisar estes temas à luz da Teoria Institucional. Esta análise revela que a singularidade do caso em estudo se deve a um modelo de governação flexível mas suficientemente robusto para evitar as pressões redistributivas dos sócios e a uma caixa económica que se afirmou como uma verdadeira organização bancária e não apenas como uma instituição de suporte desenhada sob o modelo de caixas económicas europeu dominante no século XIX. Nesse sentido, a tese confirma a hipótese já enunciada no século XIX por autores como Costa Godolfim, que a principal ameaça às associações mutualistas portuguesas eram os seus deficientes mecanismos de governação.This dissertation provides a case study of a Portuguese mutual-aid society in the modern period - Montepio Geral – from its foundation in 1840 to 1930 (when the dictatorial Estado Novo imposed a new institutional framework for these associations). The ideas and practices of mutual aid were introduced in Portugal by 1800 and spread rapidly across the country, mostly in urban areas. In the last quarter of the nineteenth century, the country was home to a few hundreds of these associations. However, by 1930, the vast majority of these institutions was small, lacked funds and offered few benefits to its members. Montepio Geral was one of the few exceptions to this rule, as it had grown into the largest mutual-aid association and it owned a major savings bank that was then a key player in the Portuguese banking system. The trajectory of mutual-aid in Portugal was thus different from most European countries, where a pool of strong, competing institutions offered social protection. By pinpointing the factors behind the success of Montepio Geral, we can gain a better understanding of the fate of mutual-aid in Portugal. Thus, after setting Montepio Geral within the context of Portuguese mutualaid societies in part I, we observe how its governance system and decision-making process contributed to the largest mutual aid society in the country. Part III studies how the savings bank (Caixa Económica Montepio Geral) owned by the society unintendedly went from a subsidiary source of revenue to a major player in the national banking system, something the founders did not design nor expect. Lastly part, we analyse the evolution of this society under the light of Institutional Theory. Our study concludes that the outstanding trajectory of the Montepio Geral was possible due to two factors: 1) a governance system that proved both flexible enough to adapt to different demands and strong and independent enough to resist the redistributive pressures of the members two conditions that smaller associations hardly met; 2) a savings bank, which was designed as a mutual-aid institution on its own became competitive and ran like a commercial bank. As such, to some extent this dissertation confirms an hypothesis that was advanced by some nineteenth-century authors, notably Costa Godolfim, who claimed that the greatest problem facing Portuguese mutual-aid societies was their poor governance system.porMontepio Geral (Portugal) - 1840-1930Mutualismo - Portugal - HistóriaCaixas de poupança - Portugal - séc.19-20Instituições financeiras - Portugal - séc.19-20Teses de doutoramento - 2018Entre mutualismo e capitalismo : os caminhos do Montepio Geral (1840-1930)doctoral thesis101409435