Fernandes, Evelyn BlautGuimarães, Adriana Mello2017-08-042017-08-042015978-989-8814-29-6http://hdl.handle.net/10451/28626Com a Independência da Guiné-Bissau, em 1973, o mar, considerado inimigo durante os séculos em que o oceano foi veículo do tráfico negreiro, assume uma dimensão utópica de liberdade e de vitória recém-conquistada. Uma vez elaborado o passado de dor, o mar pode ser revestido de conotações positivas: é o momento de revisitar o imaginário marítimo das eras primordiais. A dor explícita na arte guineense contemporânea remete ao período da escravidão, bem como ao presente de um país que ainda não resolveu questões elementares de sobrevivência e que há muito pouco tempo estava ainda envolvido com guerras internas. Quer seja relativa à ruptura, ao trauma ou à reação, a dor recobre um conceito mais amplo, a dor histórica cujas raízes culturais foram submersas pelos movimentos opressivos do mar português. A poesia (especialmente o livro Entre o ser e o amar, 1996) de Odete Semedo e a filmografia de Flora Gomes refletem, cada um a seu modo, sobre estas perspectivas que perpassam a história recente da Guiné-Bissau, questionando e inscrevendo novos sentidos para o Atlântico.porArte guineenseDorMetáforas aquáticasNovas cartografias marítimas, novos rumos da arte guineensebook part