Utilize este identificador para referenciar este registo: http://hdl.handle.net/10451/58374
Título: O autocuidado na pessoa idosa com dependência funcional : necessidade de cuidados essenciais de longa duração
Autor: Ramos, Ana
Orientador: Henriques, Maria Adriana Pereira
Fonseca, César João Vicente da
Palavras-chave: Envelhecimento
Autocuidado
Cuidados Essenciais de Enfermagem
Longa Duração
Aging
Self-care
Essential Nursing Care
Long term
Data de Defesa: Set-2022
Resumo: O envelhecimento progressivo da população, o aumento do número de doenças crónicas e o número gradual de situações de dependência no autocuidado, conduziram a necessidade da criação de uma resposta profissional estruturada – os cuidados de longa duração. Diversas entidades e estudos anteriores sugerem o estudo do comportamento de autocuidado como um indicador de previsão de necessidades de cuidados, para a reorganização dos cuidados de saúde, em geral e de enfermagem, em particular. Objetivos: i) avaliar a dependência na capacidade para o autocuidado das pessoas com 65 ou mais anos, utilizadoras das Unidades de Internamento, da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, em Portugal Continental; ii) identificar os determinantes que influenciam a capacidade para o autocuidado e iii) conhecer as necessidades de cuidados essenciais de enfermagem e de longa duração. Metodologia: Estudo longitudinal e retrospetivo, mediante análise da plataforma de registo clínico GestCare da Rede, das Unidades de Convalescença (UC), Unidades de Média Duração e Reabilitação (UMDR), Unidades de Longa Duração e Manutenção da Rede, entre 1 de janeiro de 2008 a 27 de fevereiro de 2017, com um total de 171 414 indivíduos e múltiplas avaliações da condição de saúde. Resultados: Pessoas idosas do sexo feminino, sem cônjuge, com baixa escolaridade e nível profissional foram as maiores utilizadoras da Rede. Idade mais avançada (³ 85 anos), não ter frequentado o ensino, baixo índice de massa corporal, quedas, presença de humor triste ou deprimido foram fatores preditores para maior défice na mobilidade, nas atividades de vida e instrumentais e estado cognitivo. Os que se sentem menos isolados são os mais dependentes, pela presença de ajuda profissional permanente. Em todas as Unidades de Internamento ocorreram ganhos na capacidade de autocuidado, mais expressivos na mobilidade e atividades de vida. A deterioração no estado cognitivo afetou o desempenho na realização das atividades instrumentais, a sua reversão revelou-se lenta e difícil. Apesar das UC terem sido ocupadas por pessoas com maior grau de dependência, foi a tipologia com taxas de recuperação mais elevadas. Identificaram-se tempos máximos recomendados de internamento, a partir dos quais há perda do potencial de recuperação: i) UC < 75 dias; ii) UMDR < 210 dias; e iii) ULDM < 360 dias. Nas UC, o percentil de dependência grave é mais provável nas mulheres a partir dos 88 anos de idade, e nos homens a partir dos 91 anos de idade. Nas UMDR, o perfil de dependência grave ocorre com maior probabilidade a partir dos 75 para os homens e 80 anos, nas mulheres. Nas ULDM processa-se a partir dos 81 anos. Tipificaram-se necessidades de compensação total por défice grave na capacidade de autocuidado para as três tipologias: UC 29,6%; UMDR 47,1%; ULDM 61,1%. O défice moderado na capacidade de autocuidado esteve presente em 52,1% dos indivíduos nas UC; 43,1% nas UMDR e 30,8% nas UC. O défice de autocuidado ligeiro ocorreu nas UC em 18,3%; nas UMDR 9,8% e nas ULDM 8,1%. Conclusões: Ao se conhecer os determinantes da capacidade de autocuidado, as necessidades de cuidados e o perfil de probabilidade de um determinado problema, possibilitará definir grupos prioritários de intervenção de enfermagem e implementar modelos de qualidade e financiamento, baseados em ganhos de funcionalidade.
The progressive aging of the population, the increase in the number of chronic diseases and the gradual number of situations of dependence on self-care, led to the need to create a structured professional response – long-term care. Several entities and previous studies suggest the study of self-care behavior as a predictor of care needs, for the reorganization of health care, in general, and nursing. Aims: i) to assess the dependence on the capacity for self-care of people aged 65 and over, users of the Inpatient Units, of the National Network of Continuous Integrated Care, in Portugal; ii) identify the determinants that influence the capacity for self-care and iii) know the needs of essential nursing and long-term care. Methodology: Longitudinal and retrospective study, through analysis of the Network's GestCare clinical record platform, of Convalescent Units (CUs), Medium Duration and Rehabilitation Units (MDRUs), Long-Term and Network Maintenance Units (LNMUs), between January 1, 2008 to February 27, 2017, with a total of 171 414 individuals and multiple assessments of the health condition. Results: Elderly females, without a spouse, with low education and professional level were the biggest users of the Network. Older age (³ 85 years), not having attended school, low body mass index, falls, presence of sad or depressed mood were predictors of greater deficits in mobility, life and instrumental activities, and cognitive status. Those who feel less isolated are the most dependent, due to the presence of permanent professional help. In all inpatient units there were gains in self-care capacity, more expressive in mobility and life activities. Deterioration in cognitive status affected performance in the execution of instrumental activities, its improvement proved to be slow and difficult. Although the CUs were occupied by people with the highest degree of dependency, it was the typology with the highest recovery rates. Maxim lengths of stay were identified, after which there is loss of recovery potential: i) CUs < 75 days; ii) MDRUs < 210 days; and iii) LNMUs < 360 days. In CUs, the severe dependency percentile is more likely in women aged 88 years and over, and men aged 91 years and over. In MDRUs, the profile of severe dependence occurs more likely from 75 for men and 80 years for women. At LNMUs, it is processed from 81 years of age, in both sexes. Total compensation needs due to severe deficit in self-care capacity were typified for the three types: CUs 29.6%; MDRUs 47.1%; LNMUs 61.1%. The moderate deficit in self-care ability was present in 52.1% of individuals in the CUs; 43.1% in MDRUs and 30.8% in LNMUs. The mild self-care deficit occurred in 18.3% in the CUs; in MDRUs 9.8% and in LNMUs 8.1%. Conclusions: By knowing the determinants of self-care capacity, care needs and the probability profile of a given problem, it will be possible to define priority groups for nursing intervention and implement quality and financing models, based on functionality outcomes.
URI: http://hdl.handle.net/10451/58374
Designação: Tese de doutoramento, Enfermagem, Universidade de Lisboa, 2022
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