A importância do equilíbrio trabalho-vida pessoal para o bem-estar académico : um estudo exploratório em estudantes de medicina e de psicologia

Abstract

Este estudo tem como objetivo efetuar uma análise do papel desempenhado pelo Equilíbrio Trabalho-Vida pessoal no bem-estar académico, nomeadamente, na relação entre o Engagement e o Burnout. Assim, foi testado o papel moderador do Equilíbrio Trabalho-Vida pessoal na relação entre as duas variáveis. Os dados deste estudo são o resultado da resposta a um questionário, onde se incluíam as escalas de medida do Equilíbrio Trabalho-Vida Pessoal, do Engagement Académico e do Burnout Académico, por parte de uma amostra de 63 estudantes dos cursos de Medicina ou de Psicologia. Os resultados obtidos não corroboraram as hipóteses, o que evidencia que não existe uma relação negativa significativa entre o Engagement Académico e o Burnout Académico e que o Equilíbrio Trabalho-Vida Pessoal não modera a relação entre estas variáveis. Ainda que as hipóteses tenham sido refutadas, este estudo alarga a perspetiva sobre o tema, fornecendo possíveis caminhos para estudos futuros. O facto de os instrumentos de avaliação usados terem como base questões de autoavaliação, constitui uma limitação, dado que levanta questões de desejabilidade social. Para estudos futuros, é recomendada a exploração do modelo proposto no presente estudo, mas, através de um estudo longitudinal.

The goal of the present study was to analyse the role undertaken by Work/Personal life balance in the academic well-being, namely in the relation between Engagement and Burnout. Thereby, the moderator role of Work/Personal life balance in this relation was tested. The data from this study are the outcome of the response to a survey, where were included the scales for the measuring of Work/Personal life balance, Academic Engagement and Academic Burnout, from a sample of 63 students from the Medicine and Psychology courses. The results obtained did not corroborate the hypotheses, which proves that there is not a meaningful negative relation between Academic Engagement and Academic Burnout, just as the Work/Personal life balance does not moderate the relation between these variables. Even though the hypotheses were not corroborated, this study broadens the perspective on the subject, providing possible avenues for futures studies. The fact that the assessment instruments used on the study were based on self-assessment questions constitutes a limitation, as it raises questions of social desirability. For future studies it is recommended to explore the model proposed in this study, however, through a longitudinal study.