Intestinal helminth infections in HIV-infected individuals: new importance in immunological and clinical evolution

Abstract

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA), causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é uma das maiores epidemias em todo o mundo, particularmente, em países menos desenvolvidos, sendo um grande desafio para a Saúde Pública, na tentativa de estabelecer terapêuticas de sucesso e de implementar medidas no estilo de vida, como prevenção e consciencialização das populações. Comummente são associadas infeções oportunistas, como resultado de um sistema imunológico debilitado, decorrente da progressão da infeção por HIV para o seu estadio mais grave - SIDA. Dentro destas, encontram-se as infeções parasitárias por helmintas intestinais, que variam tanto quanto o seu elevado número de espécies. Verifica-se a existência de uma sobreposição entre as regiões geográficas de ambas as infeções, o que é indicativo da frequência com que estas ocorrem em simultâneo, coincidindo com regiões onde as condições sanitárias são muito precárias, nas quais os indivíduos carecem de uma alimentação completa, apresentando défices em micronutrientes significativamente relevantes. Ambas as infeções tornam o hospedeiro imunologicamente debilitado e mais suscetível a novas infeções. Um indivíduo seropositivo para o HIV, que seja, posteriormente, infetado por um helminta intestinal vai ser alvo de uma alteração na polaridade da resposta imunológica, que se altera de uma resposta predominantemente do tipo Th1 para o tipo Th2, o que conduz a uma progressão mais acelerada da doença e um controlo menos eficaz da viremia, pelo que, também afeta a própria transmissão do vírus. Um dos sintomas clínicos mais observados na co-infeção com helmintas intestinais é a diarreia, cujo grau de severidade varia de acordo com a fase da infeção pelo HIV e com a espécie de helminta pela qual o indivíduo está infetado. Outro fator muito importante na suscetibilidade a estas infeções é existência de défices em micronutrientes específicos, que alteram o funcionamento normal dos componentes do sistema imunológico, enfraquecendo os mecanismos de resistência e, consequentemente, expondo os indivíduos com maior vulnerabilidade a diversas doenças infeciosas. Por fim, embora ainda alvo de discussão na comunidade científica, a desparasitação em massa tem impactos positivos e deve ser integrada em programas de terapêutica antirretroviral em regiões endémicas de helmintas onde a co-infeção com HIV é mais frequente.

The Acquired Immunodeficiency Syndrome (AIDS), caused by the Human Immunodeficiency Virus (HIV) is one of the biggest epidemics worldwide, particularly in less developed countries, being a major challenge for Public Health in an attempt to establish successful therapies and implement lifestyle measures such as prevention and population awareness. Opportunistic infections are commonly associated, as a result of a weakened immune system, resulting from the progression of HIV infection to its most severe stage - AIDS. Within these are parasitic infections by intestinal helminths, which vary as much as their high number of species. There is an overlap between the geographical regions of both infections, which is indicative of the frequency with which they occur simultaneously, coinciding with regions where sanitary conditions are very precarious, in which individuals lack complete nutrition. , presenting deficits in significantly relevant micronutrients. Both infections make the host immunologically weakened and more susceptible to new infections. An HIV-positive individual who is subsequently infected with an intestinal helminth will experience a change in the polarity of the immune response, which changes from a predominantly Th1-type to a Th2-type response, which leads to a progression of the faster disease and less effective control of viremia, so it also affects the transmission of the virus itself. One of the most common clinical symptoms observed in co-infection with intestinal helminths is diarrhoea, whose degree of severity varies according to the stage of HIV infection and the species of helminth by which the individual is infected. Another very important factor in susceptibility to these infections is the existence of deficits in specific micronutrients, which alter the normal functioning of the components of the immune system, weakening the resistance mechanisms and, consequently, exposing individuals with greater vulnerability to various infectious diseases. Finally, although still subject to discussion in the scientific community, mass deworming has positive impacts and should be integrated with antiretroviral therapy programs in helminth endemic regions in tropical countries.