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http://hdl.handle.net/10451/46711
Título: | Perception of facial asymmetry in children with posterior unilateral crossbites |
Autor: | Ferreira, Matilde Araújo Cruz |
Orientador: | Jardim, Luís Filipe Almeida Silva Silva, Joana Godinho de Almeida Neves da |
Palavras-chave: | Saúde Oral Teses de mestrado - 2020 |
Data de Defesa: | 25-Nov-2020 |
Resumo: | Introdução: Desde cedo que a simetria foi associada à beleza. Quando aplicado ao ser humano como ser social, a simetria, nomeadamente a facial, é fundamental na descrição estética e harmoniosa da atratividade, com determinante impacto na autoconsiderarão pessoal e social. Assem sendo, a sua procura é um dos principais motivos na concretização do tratamento ortodôntico. A assimetria por seu lado, leva a uma variação clinicamente significativa entre as duas metades da face do paciente, quantificada pelo clínico. A generalidade é a assimetria ligeira, quer devido a variações de etiologia biológica, quer por causas ambientais, sendo a mesma, dentro de limites definidos, considerada normal. Cabe ao clínico, juntamente com o paciente, definir o ponto em que a assimetria se torna significativa, inestética ou disfuncional. Quando isso acontece, o sucesso da terapia requer uma avaliação da natureza do defeito, a extensão em que as várias estruturas faciais estão envolvidas e qual é a contribuição dos tecidos duros e moles para o problema, a fim de planear o melhor método na manipulação dos tecidos, em prol de obter um resultado favorável. A oclusão pode ser um fator etiológico principal na assimetria dentofacial. Segundo estudos publicados na literatura, a prevalência de assimetria depende do tipo de má oclusão. A má oclusão mais comum associada à assimetria é a mordida cruzada posterior. A sua frequência é maior na variante unilateral do que na bilateral, seja na dentição decídua, mista ou permanente. A mordida cruzada unilateral posterior é descrita como a inversão lingual da relação dentária transversal normal, envolvendo pelo menos um dente posterior de um lado, e muitas vezes é acompanhada por uma contração transversal da maxila em relação à mandíbula. É tipicamente correlacionada com um deslocamento lateral da mandíbula, geralmente em direção ao lado da mordida cruzada. Muitas publicações têm proposto a possibilidade de que a mordida cruzada unilateral posterior não tratada, estimule a adaptação da mandíbula e da articulação temporo-mandibular à alteração funcional lateral da mandíbula na infância, levando a uma assimetria esquelética permanente, e portanto, o crescimento anormal deve ser identificado prematuramente, a fim de evitar ou pelo menos reduzir as assimetrias. Embora um certo grau de assimetria facial seja normal e por vezes impercetível, existe uma lacuna na literatura relativamente à sua avaliação subjetiva em pacientes com mordidas cruzadas. É importante saber se as crianças com esta má oclusão apresentam uma alteração clínica significativa na sua forma facial desde cedo, podendo-se tornar uma alteração permanente nos tecidos esqueléticos e moles na idade adulta. Objetivos: Avaliar a perceção da assimetria facial em crianças com mordida cruzada unilateral posterior e determinar se o lado da perceção da assimetria é consistente com o lado dessa má oclusão.
Materiais e métodos: A perceção da assimetria facial de 60 crianças entre os 7 e os 10 anos de idade, 30 de um grupo controlo e 30 de um grupo amostra (com mordida cruzada unilateral positiva) foi avaliada por oito especialistas em Ortodontia, a partir de fotografias frontais em repouso, por meio de uma Escala Visual Analógica. Foi feito um estudo retrospetivo, a partir de fotografias tiradas de frente, em repouso, na posição natural da cabeça, sem tripé, com fundo uniforme e com o clínico a uma distância fixa de 1.5 metros do paciente. Uma apresentação de slides do Microsoft PowerPoint® 2007 para Windows XP (Microsoft Corporation, Redmond, WA, EUA) foi usada com as fotografias, todas com o mesmo tamanho e proporção. Em cada diapositivo havia uma fotografia da face frontal em repouso, a respetiva escala visual analógica em forma de barra e os sinais para identificar o lado assimétrico da face, direito ou esquerdo, se e quando presente. A ordem de apresentação de cada diapositivo foi cega e aleatória. O tamanho da amostra e a concordância intra-observador foram determinados por meio de duas sessões de avaliação, com pelo menos duas semanas de intervalo, num estudo piloto anterior ao início desta investigação. O erro do método foi calculado com base na concordância intra- avaliador, no valor que atribuíram à mesma fotografia, em momentos diferentes. Um teste t avaliou as médias da perceção de assimetria facial entre os grupos de estudo e controlo. A direção da perceção da assimetria facial comparada dentro de 3 grupos (mordida cruzada unilateral posterior esquerda, mordida cruzada unilateral posterior direita e Controlo) foi estudada por meio de uma análise de variância (ANOVA). A concordância entre o lado da assimetria facial percebida e o lado da mordida cruzada foi avaliada pelo teste de Qui-quadrado. As diferenças entre os valores das variáveis foram consideradas estatisticamente significativas quando inferiores a 0.05%. Resultados e Conclusões: A perceção da assimetria facial foi mais evidente nas crianças com mordida cruzada posterior unilateral, em comparação ao grupo controlo. A concordância entre o lado percecionado como assimétrico e o lado da mordida cruzada foi maior para o lado direito. A direção da assimetria percecionada coincidiu com o lado da mordida cruzada. Houve diferenças significativas na perceção do lado da assimetria entre os grupos de mordida cruzada posterior direita e mordida cruzada posterior esquerda, e entre os grupos de mordida cruzada posterior direita e controlo. Houve uma associação significativa entre o lado percecionado da assimetria facial e o lado da mordida cruzada. Este estudo foi realizado numa população de 7 a 10 anos de idade, não devendo os resultados ser extrapolados para as demais populações, pois o efeito da maturação dos tecidos moles da face sobre o crescimento da criança ao longo do tempo influenciaria os resultados em adultos. Também para indivíduos com anomalias craniofaciais ou submetidos a tratamentos ortodôntico-cirúrgicos, por se tratar de casos que sofrem alterações evidentes na face antes e
após o tratamento, os resultados deste estudo não poderão ser aplicados. Nesta investigação, a assimetria facial foi avaliada apenas sob a perspetiva de fotografias frontais em posição de repouso. Resultados diferentes podem ser obtidos na intercuspidação máxima devido aos deslocamentos mandibulares laterais. As variáveis intra e inter-individuais não controláveis nos indivíduos avaliados, podem ter contribuído para alguma variabilidade nos resultados (como o tom de pele atual, sinais de cansaço, corte e cor do cabelo, manchas na pele e até a quantidade variável de tecido adiposo subcutâneo), bem como fatores relacionados com os próprios avaliadores, como a personalidade e o humor presentes no momento das avaliações. São necessários mais estudos, a fim de determinar se a perceção de assimetria permanece após o tratamento da mordida cruzada. Além disso, os avaliadores poderão ser leigos em vez de ortodontistas experientes. Para que o ortodontista possa oferecer o melhor tratamento possível aos seus pacientes, é importante conhecer não apenas as alterações dento-esqueléticas existentes associadas à má oclusão da mordida cruzada unilateral posterior, mas também a influência que esta pode ter nos tecidos moles e na harmonia da simetria facial. Introduction: Facial symmetry is an essential element in the esthetic and harmonious evaluation of attractiveness. Its achieving is one of the important reasons for seeking orthodontic treatment. Occlusion can be the primary cause of dentofacial asymmetry, with its prevalence depending on the type of malocclusion. The most common problem associated with asymmetry is posterior crossbite (PUXB). PUXB is often accompanied by a transverse maxillary constriction in relation to the mandible, typically associated with a lateral displacement of the mandible towards the crossbite side. There is a gap in the literature in the subjective evaluation of facial asymmetry in patients with crossbites. Objectives: To evaluate facial asymmetry perception in children with PUXB and determine if the perceived side of asymmetry is consistent with the PUXB side. Materials and methods: The perception of facial asymmetry of 60 children was assessed by eight orthodontists, using frontal photographs at rest and a Visual Analog Scale. A t-test compared the average perception of facial asymmetry between the PUXB and control groups. The directionality of the perception of facial asymmetry compared within 3 groups (Left PUXB, Right PUXB and Control) was studied through an analysis of variance (ANOVA). The agreement between the side of the perceived facial asymmetry and the side of the crossbite was assessed by a Chi-Squared test. The differences between the values of the variables were considered to be statistically significant for p < 0.05%. Results and Conclusions: The perception of facial asymmetry was significantly higher in children with posterior unilateral crossbite. The direction of perceived asymmetry coincided with the side of the crossbite. The agreement between the side perceived as asymmetric and the side of the crossbite was greater for the right side. |
Descrição: | Tese mestrado, Medicina Dentária, Universidade de Lisboa, Faculdade de Medicina Dentária, 2020 |
URI: | http://hdl.handle.net/10451/46711 |
Designação: | Mestrado Integrado em Medicina Dentária |
Aparece nas colecções: | FMD - Dissertações de Mestrado |
Ficheiros deste registo:
Ficheiro | Descrição | Tamanho | Formato | |
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